Ex-prefeito de Presidente Vargas também é denunciado pelo Ministério Público

GONZAD~1Ex-prefeito Luis Gonzaga Coqueiro Sobrinho

A partir de Representações feitas pela Prefeitura Municipal de Presidente Vargas, o Ministério Público ingressou com duas Ações Civis Públicas por improbidade administrativa e duas denúncias criminais contra o ex-prefeito Luis Gonzaga Coqueiro Sobrinho. Nos dois casos, a motivação é a falta de prestação de contas de convênios, firmados em dezembro de 2009, com a Secretaria de Estado da Saúde. De acordo com a atual prefeita, Ana Lúcia Cruz Rodrigues Mendes, a falta de prestação de contas  está impedindo o Município de firmar novos convênios com o Governo do Estado.

Por esse motivo, a Prefeitura pede a responsabilização do ex-gestor, que esteve à frente da administração municipal no período de 8 de março de 2007 a 31 de dezembro de 2012.Os convênios citados são o n°422/2009, que previa a construção de de dois postos de saúde no município, nos povoados Recanto da Cruz e Finca Pé 1. O valor do convênio é de R$ 300 mil. O outro convênio (425/2009), teve como objetivo a aquisição de uma ambulância para a Unidade Mista de Sá Uchoa com valor de pouco menos de R$ 155 mil. A partir da representação e com base no demonstrativo de convênios inadimplentes fornecido pelo setor de Prestação de Contas da Secretaria de Estado da Saúde, o promotor de justiça Benedito de Jesus Nascimento Neto, titular da Comarca de Vargem Grande, verificou que o ex-prefeito incorreu em ato de improbidade administrativa e crime de responsabilidade.

Presidente Vargas é Termo Judiciário de Vargem Grande. Caso seja condenado nas ações por improbidade administrativa, Luis Gonzaga Coqueiro Sobrinho estará sujeito à suspensão dos direitos políticos por cinco anos, pagamento de multa no valor de 100 vezes a remuneração recebida no cargo de prefeito em dezembro de 2012, ressarcimento de R$ 449 mil aos cofres municipais (valor dos dois convênios somados) e proibição de contratar ou receber qualquer tipo de benefício do poder público pelo prazo de três anos. Já no caso das denúncias criminais, o ex-prefeito pode ser condenado pelo crime de responsabilidade, estando sujeito a pena de reclusão pelo período de três meses a três anos.

Com informações do MPMA

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SUS reduz de 21 para 18 anos idade para troca de sexo

Estadão

O estudante da Unb Marcelo Caetano quer fazer a cirurgia de troca de sexo O estudante da Unb Marcelo Caetano quer fazer a cirurgia de troca de sexo

O Ministério da Saúde vai reduzir de 21 para 18 anos a idade mínima para que um transexual possa fazer cirurgia de mudança de sexo na rede pública e de 18 para 16 a idade para início do tratamento hormonal e psicológico. Também passará a pagar a operação de troca de sexo feminino para masculino – o que ainda não era contemplado. Antes mesmo de ser publicada, a nova norma já causa polêmica.

A portaria, que será publicada nesta semana no Diário Oficial da União, vai incluir o pagamento de cirurgias para retirada de mamas, útero e ovários, além da terapia hormonal para crescimento do clitóris. O investimento inicial será de R$ 390 mil por ano. A cirurgia para construção do pênis (neofaloplastia) não será paga, pois a técnica ainda é considerada experimental pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).

“Desde 2008, somos um dos únicos países do mundo a ofertar o tratamento para transexuais de maneira universal e pública. O salto agora é aumentar o acesso e ampliar a oferta de serviços que fazem a cirurgia, além de autorizar o acompanhamento em unidades ambulatoriais”, diz José Eduardo Fogolin Passos, coordenador-geral de média a alta complexidade do Ministério da Saúde.

O grupo técnico que cuidou da revisão da portaria chegou à conclusão de que a idade mínima para a realização da cirurgia de mudança de sexo é de 18 anos. Como o pré-requisito é ter feito ao menos dois anos de acompanhamento psicológico, foi necessário diminuir para 16 a idade para início do processo. E é exatamente essa redução que dividiu opiniões.

Para a médica Elaine Costa, do Ambulatório de Transexualismo do Hospital das Clínicas de São Paulo, a medida é correta. “O paciente que é trans aos 18 anos vai continuar trans aos 21. Exigir que a cirurgia só possa ser feita aos 21 vai aumentar em três anos o sofrimento dele. É totalmente desnecessário.”

A pesquisadora Regina Facchini, do Núcleo de Estudos de Gênero da Unicamp, segue o mesmo raciocínio. “Quanto mais cedo esse paciente tiver acesso ao tratamento hormonal, melhor será para ele. A maioria se reconhece transexual muito cedo, ainda na adolescência. E, se ele não for acolhido e receber orientação e acompanhamento adequados, vai comprar hormônio clandestinamente.”

Cautela.

Já Diaulas Ribeiro, promotor de Justiça de Defesa dos Usuários da Saúde do Distrito Federal e pioneiro na luta pelos direitos dos transexuais, critica a redução da idade para início do tratamento e da cirurgia. Para ele, o governo deveria ser mais prudente.

“O jovem de 16 anos pode ser emancipado para fins civis. Meu medo é o índice de arrependimento que pode surgir, já que o diagnóstico, em geral, é fechado com mais idade. Sou contra iniciar a terapia hormonal aos 16, pois se trata de um procedimento definitivo. Se a pessoa quiser desistir, não tem mais como voltar atrás”, avalia.

Ribeiro também pede cautela com relação à redução da idade para a cirurgia. “Juridicamente, não há problema nenhum em operar aos 18 anos, mas essa é uma via de mão única. Quanto mais tarde a cirurgia for feita, menor o risco de arrependimento”, pondera, defendendo que a intervenção só ocorra aos 25.

O tema ainda promete dar o que falar. “Com 18 anos, a gente vota, pode ser responsabilizado criminalmente, pode casar e dirigir. Por que não podemos fazer uma cirurgia?”, pergunta Leonardo Tenório, de 23 anos, presidente da Associação Brasileira de Homens Trans. “Acho que 16 anos é até pouco. Deveria ser 14. Quanto mais cedo começarmos, mais rápido nosso corpo ficará como gostaríamos que fosse.”

Demanda.

Como a cirurgia de mudança do sexo feminino para masculino ainda não é remunerada pelo SUS, o Ministério da Saúde não sabe informar qual a atual fila de espera. Passos calcula que a demanda seja de pelo menos 100 pacientes por ano, considerando dados dos quatro únicos hospitais que fazem esse procedimento atualmente, com recursos próprios.

Uma das críticas em relação às novas regras do SUS é a falta de pagamento para a metoidioplastia – cirurgia de masculinização. A técnica consiste no fechamento da vagina, transformação dos grandes lábios em sacos escrotais (com implante de próteses) e na mudança da uretra para a ponta do clitóris, que é transformado em micropênis – e permite urinar de pé.

O Ministério da Saúde diz que a técnica não foi incluída porque ela nem sequer é citada na resolução do CFM. Em nota, porém, o conselho diz que “a possibilidade de cirurgia de transgenitalização para mulheres é considerada prática válida e segura, com exceção para a neofaloplastia”.

Para Tenório, as novas regras são um avanço, mas ainda não estão completas. “As mudanças são significativas, pois até então éramos invisíveis. Mas ainda não serão 100%.”

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PF prende advogado fazendo saque indevido em agência da Caixa

Blog do Gilberto Léda

Homens da Polícia Federal acabam de prender em São Luís um advogado tentado fazer um saque indevido numa agência da Caixa Econômica Federal. O valor era absurdo, contam fontes do blog na corporação.

Segundo nossos interlocutores, o caso vinha sendo acompanhado há meses pelos federais. O advogado conseguiu sacar mais de R$ 1 milhão irregularmente desde o início do esquema.

Ainda de acordo com o que conseguiu apurar o blog, o acusado usava procurações falsas para sacar valores de clientes que já haviam morrido.

Semana passada, tentou mais uma vez, mas o gerente da agência informou que ele precisava fazer uma previsão de saque. Hoje, quando foi buscar o dinheiro, já era aguardado pela PF.

Mais detalhes em instantes.

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Ministério Público aciona Prefeitura de Coroatá para regularizar ensino nas escolas municipais

Prefeita Teresa MuradPrefeita Teresa Murad

O Ministério Público do Maranhão, por meio das Promotorias de Justiça de Coroatá, ajuizou, no dia 18 de abril, Ação Civil Pública, com pedido de liminar, para obrigar a Prefeitura de Coroatá a normalizar a oferta do ensino regular nas escolas municipais.De acordo com os promotores de justiça Patrícia Espínola Passos da Silva e Marco Aurélio Ramos Fonseca, autores da ação, nas escolas da zona rural do município, as aulas não foram iniciadas até hoje.

Na zona urbana existem diversas unidades de ensino que estão sem professor, o que tem levado os alunos a ficarem em sala de aula sob a supervisão de profissionais não habilitados para a função. “Vigias, zeladores ou servidores administrativos apenas entregam papel e lápis para que as crianças fiquem desenhando, até a hora da merenda escolar. Depois disso elas são liberadas para retornarem a suas residências”.

A explicação dada pela Prefeitura de Coroatá de que o problema decorre da falta de professores é rebatida pelo Ministério Público, uma vez que foi realizado recente concurso para profissionais da educação de várias áreas, cujo resultado foi homologado pela administração municipal. “Se nem todos os professores aprovados foram convocados ou, ainda, se os convocados deixaram de se apresentar no prazo devido, o município, ao não chamar os excedentes, praticou ato de clara omissão”.

No pedido do Ministério Público à justiça, consta que a Prefeitura de Coroatá convoque os professores aprovados no referido concurso em quantidade suficiente para garantir a regularização do ensino regular e que deixe de promover o desvio de função dos seus servidores. Em caso de descumprimento da medida, a prefeita Teresa Murad poderá pagar multa de R$ 100 por aluno submetido à situação de ser supervisionado por profissional em desvio de função.

Com informações do MPMA

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Câmara Municipal de São Luis vai fechar as portas

Prédio da Câmara Municipal de São Luis

A Justiça  determinou que a Câmara Municipal de São Luís exonere todos os servidores que não estão amparados na lei que garantiu a estabilidade do servidor público, até o dia 5 de outubro de 1988, sacramentada pela Constituição Federal do mesmo ano.  Naquele poder eles representam a maioria.

Ora, não custa nada lembrar que há duas semana o presidente da Câmara,, vereador Isaias Pereirinha, informou que iria efetivar todos os serviços prestados, que são muitos, da mesma forma que deu estabilidade aos servidores que entraram depois do dia 6 de outubro de 1988.

Bem aí foi dada  a senha para que a Justiça se posicionasse, não só contra os SPs como, principalmente, os que entraram depois de 1988. Vejam que o juiz Mário Prazeres Neto, da 3ª Vara de Fazenda Pública de São Luís, em 2001, deferiu pedido do Ministério Público e determinou as demissões dos não “estáveis”.

A Câmara Municipal, naquela época, entrou com um recurso no TJ alegando a prescrição e convalidação dos atos de contratação. O caso ficou suspenso. Mas agora, justo duas semanas depois que Pereirinha põe lenha na fogueira, o enxame mexeu com a cabeça da desembargadora Raimunda Bezerra.

Ela manteve a decisão do magistrado de base, isto depois de 12 anos, e mandou que a Câmara realize concurso público no prazo de 180 dias. Ocorre, porém, se a medida for acatada, o Legislativo Municipal vai fechar as portas. Do porteiro, faxineiro, atendente, garçons, escriturários, servidores do RH, financeiro, das diretorias Legislativa, Cultura e Jurídica, terão que ser demitidos.

Presidente Isaías PereirinhaPresidente Isaías Pereirinha

Os que ainda estavam amparados pela lei, um número bem restrito, já se aposentou. Então, a Câmara da capital, até que se realize o concurso, saia o resultado e sejam convocados os aprovados, estará fechada e sem sessões plenárias, isto porque até o pessoal do som não tem estabilidade.

O entendimento da desembargadora vai atingir centenas de pais de famílias que estão ali  empregadas desde 1989, há 24 anos, portanto. Muitos quase já aposentando e, até pela idade, sem a menor perspectiva de arrumar um novo emprego.

O que pretende a desembargadora Raimunda Bezerra é a demissão em massa na Câmara Municipal de São Luís. Jogar pais de famílias no olho da rua, como se uma decisão judicial contemplasse apenas a observância legal, sem olhar para os graves problemas sociais que dela advirão. Uma decisão, depois de 12 anos, fria, calculista e, para ser mais exato, cruel.

O Ministério Público, desde 2001 e até muito antes disso batalhava para desempregar os servidores do Legislativo Municipal, por iniciativa da promotora Fátima Travassos. Exatamente quando o PM comportava na sua sede inúmeros serviços prestados, como até hoje.

Para Câmara Municipal de São Luís a lei tem que prevalecer, mas para a prefeitura da capital, governo do estado, Tribunal de Justiça, Assembleia Legislativa e Ministério Público a regra não existe.

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Vixe Maria! Bandidos assaltam a casa do vereador Ivaldo Rodrigues no carro da prefeitura da capital

ivaldo_rodigues-309x350Os bandidos da capital estão cada vez mais ousados. Além da plebe, agora a elite virou alvo dos marginais. Hoje, pela madrugada, assaltaram a casa do vereador Ivaldo Rodrigues, na Vila Luizão, por volta das 5h.

Cinco homens armados incialmente renderam o segurança e mandaram abrir as portas da residência. Os familiares que iam acordando foram feitos reféns.

Ivaldo Rodrigues, que é hipertenso, chegou a desmaiar quando teve o revólver por vários minutos apontado para sua cabeça. Os bandidos levaram objetos pessoais e dinheiro, em quantia ainda não revelada.

Mas um fato curioso deixou a cabeça do vereador intrigada: os bandidos, após o assalto, saíram tranquilamente em um carro com a logomarca da Prefeitura de São Luís

O deputado César Pires, líder do governo na Assembleia Legislativa, teve o filho sequestrado em plena via pública. Minutos depois foi liberado e os bandidos presos. nem por isso Pires reclamou do clima de insegurança que domina a capital.

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José Sarney revela que continuará trabalhando até os últimos dias de sua vida

O Imparcial

20130421152328638129iComo o próprio intitula ‘o político com a carreira mais longeva da história da República’, um dos mais ilustres maranhenses, concedeu entrevista exclusiva a O Imparcial para falar sobre os 28 anos do processo de consolidação da redemocratização brasileira, mas foi além falou de planos para o futuro, recordou feitos e ainda falou sobre o que mais gosta de fazer, se dedicar a literatura. Nas próximas linhas, José Sarney fala sobre um pouco da sua vida nas últimas décadas que marcaram a transformação da vida política e social do país.

O Imparcial: Que avaliação o senhor faz da sua carreira política 28 anos após assumir a Presidência da República do Brasil?

José Sarney: A vida e o destino foram extremamente generosos comigo: fizeram-me o político de carreira mais longeva da História da República, aquele que teve o maior número de mandatos no Senado Federal e o que pôde subir todos os degraus da política, de deputado federal a presidente da República, além de presidente do Senado Federal por oito anos.

Na Presidência da República, tive a difícil missão de comandar a saída do País de um regime autoritário e a instauração da democracia.

Tivemos poucas Constituições na História da República. A que mais profundamente modificou a sociedade brasileira foi feita durante meu Governo.

Eu, quando convoquei a Constituinte, tive oportunidade de dizer que precisávamos avançar nos direitos sociais, correspondendo a minha Presidência ao período em que o Brasil colocou o social entre as suas prioridades e como uma das razões da ação do Estado.

Após 28 anos de ter assumido a Presidência da República, confortam-me os resultados que obtivemos: a instauração de uma das maiores e mais poderosas democracias, o maior clima de liberdades que já teve este País, os melhores avanços na área dos direitos individuais e civis, bem como a implantação de direitos sociais que até então não existiam e passaram a ser o carro-chefe das preocupações dos Governos seguintes.

Tudo isso foi possível porque a transição democrática foi feita com a implantação de instituições duradouras e seguras.

Os estudiosos da história recente da democracia no mundo ressaltam que a mudança mais profunda feita no Brasil foi a realizada durante o meu Governo. E também que a nossa Constituição é a que mais tempo passou sem ruptura na História da República.

Relembrando o episódio da posse na Presidência do País recém-saído de uma ditadura militar e a morte de Tancredo Neves, foi um momento pessoal muito difícil?

Foi um momento pessoal muito difícil. Não há palavras na Língua Portuguesa que possam explicar o meu sentimento naquela noite. Além da perplexidade, da solidão, da tristeza e do temor pelo desconhecido, havia o peso imenso da responsabilidade que, naquele momento, recaía sobre meus ombros.

Quais contribuições do seu Governo na Presidência da República têm grandes reflexos ainda hoje, 28 anos depois?

Esse período foi de absoluta tranquilidade institucional, o que possibilitou que o Brasil passasse a ser a sexta economia mundial e fizesse uma melhor distribuição de renda, tornando o País mais justo.

Recordo que todas essas conquistas começaram durante o meu Governo.

Para citar algumas delas, recordo a maior de todas: a universalização da saúde. No Brasil, apenas trabalhadores com carteira assinada tinham direito ao benefício da assistência à saúde, custeado pelo Estado. Hoje, depois do meu Governo, todos os brasileiros passaram a ter direito a esse benefício, uma conquista coberta do nascimento até a morte.

A taxa de desemprego que deixei foi de 3%, até hoje não repetida, ou seja, continua inédita na História da República.

Instalei também o Conselho da Mulher, e hoje temos uma mulher Presidente da República.

Cito ainda a defesa do consumidor, o vale-alimentação, o vale-transporte, a impenhorabilidade da casa própria, o 13º salário para o funcionalismo público, civil e militar, e também uma política de valorização do salário-mínimo, que passou a ser também uma maneira de melhor distribuição de renda. Isso começou com o Plano Cruzado e até hoje não foi superado.

Todo esse legado tem a base e o princípio do Governo da transição democrática presidido por mim.

Esta é a principal avaliação que posso fazer dos anos que se passaram após a minha saída da Presidência.

Para citar Rui Barbosa: “Tenho a consciência, como estadista, de que não plantei couve, mas sim carvalho.”

O que aprendeu com os aliados ao longo da sua carreira política e o que só aprendeu com a Oposição?

Ninguém faz política sem aliados, e eu sempre a compreendi como a arte de harmonizar conflitos numa sociedade plural, democrática e controversa. Nunca aceitei a definição de Lenine de que a política deve ser uma guerra e que os adversários devem ser considerados inimigos que devemos exterminar.

Foi minha prática constante, ao longo de toda minha carreira, o exercício da arte do diálogo para compreender a posição e o pensamento dos outros. Dentro desse quadro, penso que a Oposição é necessária e contribui para que cada um prove que a democracia é um estado de espírito.

Qual legado fica para os filhos? Era seu desejo que seguissem o caminho da política?

Meu testamento para eles é o de pregar a fidelidade aos valores morais, o amor ao próximo, a capacidade de perdoar e a gratidão pela graça da vida, que começa na família.

Cada tempo é seu tempo, e o mundo vive em constante mutação. Hoje, estamos, em relação ao tempo em que entrei na política, num mundo transformado. E vivemos também num mundo em transformação, na passagem da sociedade industrial para a sociedade de comunicação.

Se eu nascesse hoje, não entraria na política, mas não posso dizer aos meus filhos, que nasceram nesse tempo, que não o façam.

A política nos proporciona o pensar coletivamente, com a possibilidade de melhorar a sorte das pessoas da sua cidade, do seu Município, do seu Estado, do seu País e da própria humanidade. Só se faz política com espírito público, com devoção, com fé, como se fosse uma religião. Para isso, são necessários sacrifício, paciência e dedicação.

Quais os planos para o futuro? Aposentadoria? Literatura?

Aos 80 anos, o futuro, como dizia Eliot, é o presente e, dentro do presente, estão o futuro e o passado.

Não penso em me aposentar nunca. Até o fim da minha vida, trabalharei todos os dias nas duas vertentes que constituí na minha vida: a política e a literatura.

Biografia, ficção e jornalismo – o senhor pretende dedicar-se mais a um ou a outro desses segmentos da escrita?

Estou com meu livro de memórias concluído. Devo entregá-lo dentro de alguns meses aos editores. Espero que, até o fim do ano, esteja publicado. Ele sairá, ao mesmo tempo, em português e espanhol.

Não abandonarei a poesia, a ficção e o jornalismo. Tenho verdadeira fascinação pelo jornal. Não sei como viveria se não escrevesse quase semanalmente. O jornal e o livro, para mim, são as maiores invenções da humanidade.

O senhor voltaria atrás em algo na carreira? Talvez dedicar-se somente ao jornalismo ou à literatura, por exemplo?

Se pudéssemos viver a mesma vida duas, três ou muitas vezes, em cada uma delas, mudaria muitos dos erros que cometi, corrigiria muitas das minhas falhas. Talvez me dedicasse somente ao jornalismo ou à literatura, por exemplo. Se eu tivesse que repetir, como disse, muitas vezes, a mesma vida, sem dúvida alguma, em uma dessas vezes, ficaria somente com o jornalismo ou com a literatura; em outra, somente com a política. Quem sabe, até entraria para um convento!

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Sumiço e morte no CDP de Pedrinhas

Não tem jeito. Muda-se de direção na Secretaria de Justiça e Administração Presidiária e os problemas se avolumam cada vez mais. O câncer do sistema, ao que parece, é incurável.

Na última sexta-feira, dia 18 deste, ocorreu o desaparecimento misterioso de dois detentos do centro de detenção Provisória de Pedrinhas. Provavelmente sumiram pelas portas da frente ou num passe de mágica desapareceram da cela.

isso demonstra como a direção do CPD dorme ou vacila no ponto. Quase ninguém, exceto os companheiros de cela, se deu conta do sumiço.

No dia seguinte, sábado, um outro detento foi furado no pescoço e encontra-se em estado grave. O caso segue abafado. Para completar o quadro da incompetência, hoje, às 5h30 minutos um detento foi assassinado no CDP. O corpo, até às 7h, permanecia no local.

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Não fazia sentido esconder quem eu amo e respeito, diz prefeito de Lins

Edgar de Souza assumiu homossexualidade na campanha de 2012. Ele mantém uma relação estável com outro homem há nove anos.

G1

O prefeito de Lins (SP), Edgar de Souza (PSDB), foi o único candidato homossexual assumido a se eleger nas eleições de 2012 em todo o país ao cargo de chefe do Executivo, segundo levantamento da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT). Sociólogo formado, ligado à igreja católica e à teologia da libertação, o prefeito começou cedo na política. Em entrevista ao G1, Edgar contou que, apesar dos ataques dos adversários na campanha do ano passado, sua trajetória na vida pública foi o principal motivo para obter 53,23% dos votos válidos e garantir a eleição.

“Hoje sou muito feliz. Extremamente feliz. Por que se incomodar com a sexualidade alheia? Quem tem convicção da sua não se incomoda com a do outro. No que a minha sexualidade te atrapalha? Essa invasão da vida íntima das pessoas é feita de forma pejorativa. Dizem que sou anormal. Eu sou normal, não sou azul, não tenho três braços. Na vida pública a gente preza pela transparência, não fazia sentido esconder quem eu amo e quem eu respeito”, afirma.

Atualmente com 34 anos, Edgar começou a conquistar a confiança da população aos 21 anos, com o início do primeiro mandato como vereador. A homossexualidade, no entanto, ainda não era declarada. De lá para cá, ele seguiu como vereador por outros dois mandatos consecutivos até sair candidato a prefeito no ano passado.

Em 2004, na reeleição para vereador, surgiram os primeiros comentários sobre sua posição sexual. Mas não tão forte quanto na eleição para a cadeira principal da prefeitura. A questão da homossexualidade só foi abordada por ele em público na campanha durante o último comício antes do pleito municipal. Ele falou no palanque: “Eu não tenho que esconder com quem eu vivo, quem eu amo. Se eu esconder, não mereço ser prefeito de vocês. Deus me ama como homossexual”.

Já sua vida íntima sempre foi usada para receber ataques dos adversários. Segundo Edgar, os políticos tentaram usar sua opção sexual para atrapalhar a candidatura. “Nunca usei a homossexualidade para levar uma bandeira e tudo o que eles tentaram fazer caiu por terra. Minha opção não define meu caráter e meus votos foram devido à minha história política.”

Na campanha, ele afirmou que a sexualidade não era relevante para o processo eleitoral. Mas para os concorrentes, sim. “Estão rolando dois inquéritos na polícia sobre panfletos distribuídos com fotos minha com meu companheiro. Foram enviados pelos Correios de 5 mil a 10 mil cartazes. No material tinha uma foto minha com Alex. Ele com a cabeça deitada no ombro e com vários corações.”

Outra ataque político conseguiu ser interceptado às véspera do dia da votação. “É comum que panfletos sejam distribuídos nas ruas. Equipes trabalharam na madrugada para evitar que o panfleto fosse espalhado. Tratava de um panfleto com minha foto como uma drag queen, com uma peruca horrorosa.”

Hoje, depois de mais de 100 dias à frente do comando da cidade, Edgar afirma que só pensa em um futuro melhor para a população de Lins. Como chefe do Executivo, ele fala que vai dar sua cara na administração, mas brinca que não vai pintar as ruas de cor-de-rosa. “Não vou pintar as ruas de rosa. Não tem a menor possibilidade de laço ou de rosa. E o rosa não é a cor do movimento gay: é colorido. Quero fazer uma administração moderna e fazer a cidade dar um salto de qualidade. Lins tem um potencial logístico extraordinário. Você não faz nada de bom se você não pensar grande. Não posso mudar o Brasil, mas esse pedacinho do país vai ser mudado.”

Adolescência

O prefeito contou que sofria demais quando tinha relação com algum homem ainda na adolescência. A primeira relação sexual foi com um rapaz aos 14 anos. “Na hora tem o desejo, mas depois vinha a carga religiosa, a carga moral. Era um sofrimento danado. Chegava em casa chorando. Tomava banho e esfregava o braço até quase sair a pele. Ficava sentindo o cheiro da pessoa e me virava o estômago. Em programas de televisão que discutiam a homossexualidade, as pessoas falavam que se libertavam aos 19 anos. E daí eu falava que precisava me curar. E por coincidência ou algo que a própria mente projetou, aos 19 anos eu me assumo também pra mim. Sair do armário não tem que ser para os outros. Tem que ser para você. Esse é o grande passo porque você rompe a barreira da depressão, do sofrimento”, avisa.

Edgar de Souza afirma que também fez sexo com mulheres. A primeira vez, aos 16 anos. Atualmente, o prefeito de Lins tem uma relação estável há 9 anos com outro homem, Alex, de 31 anos. Os dois trocaram alianças depois da eleição no ano passado e moram juntos em uma casa com dois meninos, de três e dois anos, além da mãe das crianças. Elas foram adotadas depois de um problema com o pai, que é dependente químico.

Religião

Na vida pública, Edgar sofreu preconceito dentro da igreja, mas ele diz que está com a consciência tranquila. “A minha formação cristã fez eu reconhecer que Deus me ama como homossexual. Dentro da igreja sempre tive a consciência muito tranquila. Tive um problema de embate pessoal com a doutrina quando houve a publicação de um documento do Vaticano do Papa Bento XVI, que falava que os homossexuais não poderiam atender ao sacerdócio. Mas a vivência nas comunidades é muito maior do que isso.”

A opção sexual dividiu seus apoiadores religiosos na campanha eleitoral. “Durante a campanha tive apoio de vários pastores e de muitas igrejas evangélicas. Não podemos generalizar. Obviamente também tiveram vários pastores que foram contra por conta da minha homossexualidade. Também tiveram católicos mais conservadores que acham que a homossexualidade é um problema.”

Marco Feliciano

O deputado e pastor Marco Feliciano (PSC), que preside a Comissão de Direitos Humanos da Câmara (CDH) e é alvo de protestos por todo o país, também deixou o prefeito de Lins indignado com algumas declarações. “Me senti muito ofendido quando o Marco Feliciano colocou no Twitter que o destino da criança criada por casais homoafetivo é ser vítima de pedofilia. É uma idiotice que não tem tamanho. A maior parte de casos de pedofilia acontece em relações heterossexuais, porque a maior parte das pessoas é hetero. Larga a mão de ser idiota falar uma coisa dessa. Ele coloca todo mundo sob suspeição. Sabe aquela coisa, se na rua tem um traficante todo mundo se torna traficante.”

Apoio nas ruas

Nas urnas, Edgar de Souza conquistou 53,23% dos votos válidos. E nas ruas da cidade, os moradores não se incomodam com a homossexualidade do prefeito. O que eles querem é avaliar o trabalho como administrador de Lins. “Acho que não tem nada a ver. Cada um faz aquilo que gosta. Ele é um cara que veio da roça e uma pessoa muito boa. Esperamos que ele faça o bem para a cidade”, disse o funcionário público aposentado, Sebastião Germano da Silva.

Outra moradora também é a favor de discutir apenas o desenvolvimento da cidade. Para a garçonete Tânia Aparecida Rodrigues, a opção sexual de Edgar não deve ser envolvida com a condição de prefeito. “Jamais vai atrapalhar ele na prefeitura. Não interfere nas coisas da cidade. Queremos que ele faça Lins crescer. A opção sexual é um assunto particular. A cidade inteira sabe que ele é gay.”

Edgar, de 34 anos, mantém relação há nove anos com Alex, de 31 anos.Edgar, de 34 anos, mantém relação há nove anos com Alex, de 31 anos.

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Suplente de deputado, Paulo Marinho Júnior briga em bar da Lagoa da Jansen

20120318201220_9a20fA Boite Zig Bar foi mais uma vez palco de brigas entre os clientes na madrugada de hoje. Uma briga que se iniciou pelo banheiro se espalhou pelo salão, atingindo o camarote e o tumulto se generalizou.

Em meio a confusão, o suplente de deputado federal Paulo Marinho, filho do ex-deputado federal e ex-prefeito de Caxias, Paulo Marinho.

A arruaça se iniciou com os amigos de Júnior. Uma rapaz, que estava sozinho deitado no chão, levou a pior. O suplente de deputado mostrou suas habilidades na luta livre e espancou a vítima a socos e pontapés.

Para encerrar a confusão, foi preciso os seguranças acalmarem os ânimos. Paulo Marinho Júnior se retirou com a esposa como se nada tivesse acontecido.
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