Imirante
Empresário Edilson Alves Rocha. Foto: O Estado SÃO LUÍS – A Polícia Civil do Maranhão conseguiu prender no último sábado (19), na cidade de Pacajá, no estado do Pará, o empresário Edilson Alves Rocha, de 48 anos, que desde outubro de 2011 passou a ser suspeito de integrar uma quadrilha interestadual de roubo de cargas e de encomendar a execução de cinco pessoas nas regiões de Balsas e Açailândia, em 2006. Ele foi transferido ontem, de helicóptero, para São Luís e apresentado na sede da Secretaria de Segurança Pública.
Edilson Rocha foi localizado pela delegada Nilmar da Gama Rocha, do Departamento de Missões Especial da Delegacia Geral. Ela descobriu que o empresário – antes atuante no ramo de manutenção de máquinas pesadas, em Açailândia – havia se estabelecido na extração de madeira, no estado vizinho. “Quando descobriu que estava sendo procurado pela polícia, fugiu”, disse a delegada.
“Isso porque a polícia passou a investigar seu envolvimento como mandante de dois crimes bárbaros, um deles contra três caminhoneiros, chacinados no dia 17 de maio de 2006, no município de São Raimundo das Mangabeiras. As vítimas tiveram seus veículos roubados, um caminhão cargueiro, um trator e uma pick-up Blazer, que foram encontrados em sua empresa, a AutoMaq”, continuou Rocha.
De acordo com a polícia, ao saber que poderia ser preso pela morte dos caminhoneiros, Edilson Rocha resolveu fechar a firma e se mudar para o Pará. Antes de partir, porém, o empresário ainda seria apontado por um duplo homicídio, ocorrido no dia 20 de outubro daquele mesmo ano, na cidade de Açailândia. As vítimas foram José Martins Lima, o Zequinha Aleijado, e seu motorista, Claudisleine Cavalcanti.
Duplo homicídio
O cadeirante e o motorista foram encontrados mortos e enterrados em uma cova rasa em uma fazenda no município de Açailândia, distante 72 km de Imperatriz. Na época, segundo a polícia, os corpos das vítimas só foram encontrados por vaqueiros da região, que avisaram a polícia porque o gado da propriedade indicou o local da desova, atraído pelo mau cheiro.
As vítimas estavam com as mãos amarradas para trás e com várias perfurações de bala. Zequinha Aleijado foi morto com quatro tiros, dois na nuca, um no ouvido e outro no ombro. Seu motorista, por sua vez, foi atingido com cinco disparos – dois no peito, dois no pescoço e um na cabeça. O cadeirante, conforme a polícia, tinha contratado o motorista depois de sofrer um atentado à bala, que o deixou paraplégico.
“Zequinha Aleijado era envolvido com roubo de caminhões. Ele foi até a fazenda para receber do empresário parte de um pagamento de um caminhão roubado. Porém, não mais retornou desse encontro. Na época, as investigações apontavam um provável latrocínio [roubo seguido de morte], pois o veículo da vítima foi levado pelos matadores, mas logo constatou-se a execução”, completou a delegada.
Transferência e ameaça
O empresário Edilson Alves Rocha foi trazido de volta ao Maranhão por uma equipe do Grupo Tático Aéreo (GTA). Durante o trajeto até São Luís, o quadrilheiro, segundo a delegada que comandou a operação de captura, chegou a declarar que ficaria satisfeito caso o helicóptero caísse, pois assim “poderia ir para o inferno e levar a delegada”.
Ao falar sobre a árdua tarefa de juntar os vários crimes de assaltos praticados pelo empresário – entre os mais recentes um ocorrido em Paragominas, nordeste do Pará -, a delegada também revelou que foi ameaçada de morte por Edilson Rocha. A ameaça, porém, não foi feita diretamente pelo quadrilheiro, mas por meio de uma “garota de programa”, que lhe passou o recado.
Quando prestava depoimento na Superintendência de Polícia Civil do Interior (SPCI), Edilson Rocha pediu para falar com a imprensa. Ele declarou ser inocente e que já teria visitado a família, diversas vezes, em Açailândia, desde que passou a ser acusado, sem se esconder. “A última vez foi no Dia das Mães”, disse o empresário. Conforme a polícia, essa visita foi feita durante a madrugada.
Em poder de Edilson Alves Rocha, que é capixaba, natural de Nova Venécia, no Espírito Santo, a polícia apreendeu um revólver calibre 38, municiado. As investigações no estado do Pará confirmaram ainda que o quadrilheiro seria dono de uma grande serraria na cidade de Pacajá-PA, instalada em mata fechada, onde detém maquinários pesados. O material, porém, não pôde ser apreendido, pois há informações de que a área é dominada por capangas, o que exige efetivo policial em maior escala.
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