Sob forte comoção, famílias enterram três das quatro adolescentes que morreram afogadas

A cidade de São Mateus ainda se comove com a morte por afogamento de quatro adolescentes no povoado de Santa Rosa, na tarde de ontem. Era um grupo de 15 meninas que estava fazendo recreação evangélica em um açude, sendo que das quatro irmãs, duas morreram e Jucilene Conceição dos Santos, 16 anos,  encontra-se em coma em hospital de Coroatá.

O enterro das duas irmãs, Delcilene Conceição dos Santos de Sousa, 12 anos, Jocilene dos Santos de Sousa, 11 anos,   foi feito hoje pela manhã, sob forte emoção de familiares e amigos, assim como Lígia Maria Pereira de Paula, 12 anos. A quarta vítima será enterrada agora à tarde.O choro e a tristeza dominaram o local. A prefeitura informou que deu total assistência e a logística para o velório e enterro.

A tragédia que abalou São Mateus aconteceu ainda no período da tarde, quando as meninas brincavam em um açude e as cinco foram para a parte mais funda. Na hora do resgate, não havia ambulância para levar os corpos ao hospital.

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Segurança de Núbia Dutra foi recolhido e sargento baleado está em coma

O segurança da primeira dama de Paço do Lumiar, Núbia Dutra, o também sargento da PM, Vanilson, teve prisão decretada ontem e já foi recolhido às dependências do Comando Geral. Ele baleou ontem no abdome o sargento Rubem Ferreira (foto abaixo), 51 anos, que teve parte do intestino retirado e segue em estado de coma no hospital Carlos Macieira.  

A mulher que estava com o sargento baleado pelo segurança de Núbia Dutra, voltou a afirmar que não foi agredida pelo militar e que a parada do veículo e subida para a calçada de um condomínio foi por causa de um enorme buraco em que o veículo caiu. Ela disse que é amiga da família de Ferreira e não esposa como vinha sendo divulgado.

Durante discussão, em que Núbia afirma que teria ido socorrer a mulher que estaria sendo agredida pelo militar, houve troca de tiros. A primeira dama de Paço do Lumiar foi atingida no rosto, mão e ombro. O Superintendente de Polícia da Capital, delegado Armando Pacheco, informou que vai solicitar as câmeras de vídeo monitoramento de quatro residências próximas do local do ocorrido para saber o que realmente aconteceu.

Em entrevista à TV Mirante, Núbia Dutra contou a versão por ela apresentada. Confira abaixo:

https://youtu.be/-z0LsRHM6YA

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Emap adita para R$ 4,4 milhões contrato com agência que fez campanha de Dino

Atual7

Leiaute Comunicação e Propaganda já havia sido contratada em 2016 por R$ R$ 3,5 milhões

A Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), órgão responsável pelo gerenciamento do Porto do Itaqui, aditou para R$ 4,4 milhões o contrato com a agência Leiaute Comunicação e Propaganda Ltda para prestação de serviços de publicidade. Com sede na Bahia, a agência foi responsável pela campanha eleitoral de Flávio Dino nas eleições de 2014.

O contrato foi aditado no dia 6 de junho último, quase duas semanas antes do acordo inicial, de R$ 3,5 milhões, celebrado em 2016, ser encerrado. A vigência do aditivo é novamente de 12 meses.

Embora empresa pública estadual, a Emap não tem suas despesas veiculadas no Portal da Transparência do Governo do Maranhão. A página, que deveria informar a transparência ativa de todos os órgãos públicos do Estado, é gerenciada pela Secretaria de Estado de Transparência e Controle (STC).

Questionada pelo ATUAL7, a STC informou por meio de seu secretário adjunto, Steferson Lima Costa Ferreira, que a Emap está sujeita apenas às normas da transparência passiva, isto é, à disponibilização de informações públicas a pedidos de informações. O questionamento foi feito por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), após a Emap ignorar solicitação de nota feita pela reportagem.

Steferson Ferreira, contudo, não especificou que parte da Lei da Transparência ou da lei estadual n.º 7.225/1998, que criou a Emap, livra a empresa da obrigatoriedade de divulgação, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre sua execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público — baixe o documento.

O próprio site da Emap, inclusive, tem um Portal da Transparência próprio, porém também não detalha os gastos da empresa pública na página, como determina a lei. A Emap é administrada pelo empresário Eduardo de Carvalho Lago Filho, o Ted Lago.

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Hilton Gonçalo inaugura mercado, praça, sistema de abastecimento de água e entrega casas em Santa Rita

O trabalha não para em Santa Rita! Na manhã do último sábado (29), o prefeito Hilton Gonçalo realizou uma série de inaugurações no bairro Carema, um dos mais antigos e populosos do município. Mercado reformado, praça ampliada, sistema de abastecimento de água, casas para a população e calçamento foram as novas estruturas entregues pela Prefeitura que visam melhorar ainda mais a vida da população caremense.
Hilton Gonçalo iniciou as atividades no Novo Residencial Carema, os moradores receberam calçamento, e o prefeito Hilton Gonçalo garantiu que em poucos dias iniciará as obras de construção de casas na localidade.
Outra obra importante  foi a reforma do mercado municipal de Carema, localizado próximo a antiga estação de trem.  O mercado recebeu uma nova estrutura, e agora revitalizado, servirá de suporte para a comercialização dos produtos locais.
Visando zerar o déficit habitacional de Santa Rita, o prefeito ainda entregou 6 casas, e nos próximos dias, mais 6 vão ser entregues no residencial Manoel Serra (antigo residencial presidente Lula), que fica próximo de Carema.
“Estamos plantando uma semente aqui em Carema, pois vai ser aqui em Santa Rita que vai nascer um novo Maranhão”, declarou Hilton Gonçalo.
Outra meta ambiciosa de Hilton Gonçalo é levar água a 95% dos lares e para alcançar esse objetivo na Av. José Bonifácio em Carema foi entregue um novo sistema de abastecimento de água.
O roteiro das inaugurações encerrou com a entrega da ampliação da Praça do Sagrado Coração, ao lado da igreja de Carema. Na ocasião o prefeito destacou a importância da obra no período de uma das maiores festividades religiosas do município – festejo do Sagrado Coração de Jesus.
“Hoje Carema está em festa, e a classe política local,  serve de exemplo, pois a união dos mesmos ocasionou uma série de benefícios e com isso, quem ganha é a população”, comemorou o prefeito Hilton Gonçalo.

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Júnior Verde solicita ao governador Flávio Dino criação da Escola de Conselhos

Durante audiência no Palácio dos Leões, na última quinta (27), o deputado estadual Júnior Verde (PRB) entregou ao governador Flávio Dino a Indicação n° 422/2016 que solicita a criação da Escola de Conselhos na estrutura da Escola de Governo do Maranhão. Na oportunidade, o parlamentar fez outras solicitações em defesa de municípios maranhenses.

A Indicação é fruto de várias audiências realizadas com o deputado e membros da Associação de Conselheiros Tutelares do Estado do Maranhão (ACECTMA). “O deputado Júnior Verde tem se mostrado muito sensível às dificuldades enfrentadas pelos conselheiros tutelares e demais conselhos de direitos e de políticas setoriais, no que tange à nossa formação continuada e sistemática”, destacou o articulador de Relações Institucionais da ACECTMA, Carlos Sérgio.

Júnior Verde tem se dedicado a fortalecer e ampliar os Conselhos Tutelares, e agora busca meios de melhorar as condições de trabalho por meio da capacitação. “Quantos mais formação e capacitação, mais os conselheiros terão informações para deliberarem sobre as suas atribuições e funções de forma mais eficiente”, justificou o deputado.

Este ano, o parlamentar teve aprovada a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que garante a cada 100 mil habitantes a criação de uma unidade do Conselho Tutelar, numa iniciativa inédita do Maranhão. “Em nome da ACECTMA, agradecemos por mais esse esforço, e por todas as ações realizadas pelo deputado Júnior Verde ao longo do seu mandato. Ações que vêm garantindo os direitos de crianças e adolescentes do Estado do Maranhão. Com certeza essa iniciativa refletirá positivamente no atendimento qualificado dos conselheiros”, completou Carlos Sérgio.

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Temer descumpre acordo com municípios

Zeca Soares

Prefeitos e prefeitas de todas as regiões do Maranhão estão apreensivos. O Governo Federal, até a presente data, não cumpriu acordo, firmado no último dia 11 em Brasília, no qual se comprometeu em depositar nas contas dos municípios, até o fim deste mês de julho, R$ 168 milhões referentes a antecipação da compensação do Fundeb.

Com o não cumprimento do acordo, gestores municipais estão preocupados, principalmente no que diz respeito a não conseguir honrar a folha de pagamento do setor da educação.

A diretoria da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão, por sua vez, também está extremamente preocupada e lamenta o fato de, mais uma vez, as cidades estarem sendo penalizadas por uma quebra de palavra por parte da União.

Em abril, a diretoria da Famem e integrantes da bancada maranhense em Brasília reuniram-se com o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, que assumiu o compromisso, em nome do presidente Michel Temer, de parcelar o ajuste anual do Fundeb em até 12 vezes.

Com a medida, à época, e também por força de liminares expedidas em favor dos estados do Ceará e da Paraíba, evitou-se que os municípios maranhenses perdessem, de uma vez só, R$ 177 milhões. O governo do estado também foi beneficiado e não perdeu R$ 47 milhões.

Porém, no dia 06 deste mês, a entidade municipalista; bancada maranhense; e gestores foram pegos de surpresa com a edição de uma portaria (nº 823/17), por parte da União, autorizando o desconto, o que acabou ocorrendo.

De forma rápida, o presidente da Famem, prefeito Cleomar Tema (Tuntum); deputados federais e senadores conseguiram reunir-se, na semana seguinte, com o próprio presidente Michel Temer. Também participaram do encontro os ministros José Mendonça Bezerra Filho (Educação) e Henrique Meirelles (Fazenda); além do presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, Sílvio Pinheiro.

Michel Temer e seus auxiliares, durante a reunião, garantiram a antecipação aos municípios de R$ 168 milhões, resultante da complementação do Fundeb, por parte do Governo Federal, de todo o segundo semestre deste ano.

O acordo foi a forma encontrada para amenizar os problemas financeiros das prefeituras ocasionados pelo sequestro dos valores determinado pela portaria governamental.

No entanto, até o momento, o acordo não foi cumprido. Procurados pela Famem por diversas vezes, o FNDE e a Secretaria Nacional do Tesouro Nacional limitaram-se a informar que a antecipação não poderia ser feita, uma vez que a medida, caso fosse realmente adotada, teria que beneficiar todos os estados e municípios da região Nordeste, o que causaria um impacto negativo nos cofres da União de mais de R$ 740 milhões. Com a palavra o senhor presidente Michel Temer.

Foto: Divulgação

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Procon/MA fiscaliza todos postos de combustível em Sucupira do Riachão, Passagem Franca, Paraibano, São João dos Patos e Pastos Bons

Presidente do Procon, Duarte Júnior, acompanhou de perto toda a operação

Nesta semana, entre os dias 24 e 27 de julho, foi realizada mais uma etapa da Operação Batismo pelo Instituto de Promoção e Defesa do Cidadão e Consumidor no Estado do Maranhão (Procon/MA). Além de Presidente Dutra, Timon e Caxias, a ação, que fiscaliza os postos de combustível, quanto à qualidade, volumetria e supostos preços abusivos, passou, também, pelos municípios de Sucupira do Riachão, Passagem Franca, Paraibano, São João dos Patos e Pastos Bons.

Nestes municípios, a operação fiscalizou 19 postos, em convênio com a Agência Nacional de Petróleo (ANP), Corpo de Bombeiros (CBM-MA) e Polícia Militar do Maranhão (PM-MA).

Em Sucupira do Riachão, não foi encontrada nenhuma irregularidade. Já no município de Passagem Franca, um dos quatro postos apresentaram problemas. O Posto Farias foi notificado por ausência do Certificado do Corpo de Bombeiros – durante a fiscalização, o Posto Lucyana estava fechado no momento da fiscalização, com todos os bicos fechados por cadeados.

Com quatro postos de combustível, o município de Paraibano, também, teve dois postos com irregularidades. Um deles foi o Posto São Francisco, que foi notificado por ausência de Certificado do CBM-MA e por ausência de placa informativa acerca dos preços praticados. O Posto Imperial, também, apresentou os mesmos problemas, além da ausência de Licença de Operação Ambiental.

No município de São João dos Patos (com quatro postos de combustíveis), apenas o Posto Tropical apresentou irregulares, sendo notificado por vício na informação. Em Pastos Bons, dos seis postos, um foi notificado: o Posto Raphisa, notificado por ausência de alvará de funcionamento, licença ambiental e certificado do CBM-MA.

O presidente do Procon/MA, Duarte Júnior, garantiu que através da Operação Batismo todos os postos do Maranhão serão fiscalizados até o fim de 2017. “Estamos percorrendo cidades nunca visitadas. Não vamos descansar até fiscalizar todos os postos do Maranhão e assegurar o pleno respeito ao direito dos consumidores, diferenciando o bom do mau empresário, orientando os primeiros e combatendo as irregularidades praticadas pelos últimos, a fim de garantir um serviço com segurança, qualidade e preços justos em todo o estado”, afirmou Duarte Júnior.

Os postos notificados por documentação terão 48 horas (alvará de funcionamento) e 30 dias (licença ambiental e certificado do Corpo de Bombeiros) para correção. Já os postos que tiveram bombas lacradas e foram autuados terão que regularizar o equipamento e apresentar à Agência Nacional de Petróleo (ANP) documentos que comprovem a solução das irregularidades, além de apresentar defesa administrativa.

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Zé Inácio participa de ato em defesa dos trabalhadores

O Deputado Zé Inácio participou na última quarta-feira (26) de ato em defesa dos direitos dos trabalhadores e contra os abusos do Judiciário brasileiro, que aconteceu em frente ao prédio da Justiça Federal, em São Luís.

O ato, que foi organizado pelas centrais sindicais em parceria com a Juventude da FETAEMA, demonstrou a indignação da classe trabalhadora em relação às Reformas Trabalhista e da Previdência, e à permanência do Presidente Temer no comando do país. Além disso, os manifestantes protestaram contra a condenação do ex-presidente Lula, por considerarem injusta, política e seletiva a decisão do juiz Sérgio Moro.

O Deputado Zé Inácio reforçou em seu discurso, durante o ato, a importância dos trabalhadores ocuparem as ruas em defesa dos seus direitos. Destacou também a atuação de setores do judiciário brasileiro, que, segundo ele, vêm perseguindo Lula constantemente com o intuito de impedir o seu retorno à Presidência do Brasil em 2018.

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Tragédia! Quatro crianças morrem afogadas em recreação evangélica no Maranhão

Uma tragédia abalou hoje a cidade de São Mateus no Maranhão.

Quatro crianças do sexo feminino no Povoado Santa Rosa morreram afogadas em um açude durante uma recreação de uma igreja evangélica na tarde deste domingo.

De acordo com informações repassadas ao Blog, as meninas estavam em um grupo de cinco de mãos dadas banhando em uma parte rasa do açude quando uma correnteza as puxou. Apenas uma adolescente de 14 anos conseguiu sobreviver e encontra-se em estado crítico.

O hospital da cidade de São Mateus recebeu os corpos das meninas.

Ficou claro que não havia ambulâncias para transportar as menores e talvez, salvar a vida delas.

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Políticos não têm interesse em combater a corrupção, diz Moro

Folha.com

FLÁVIO FERREIRA
ENVIADO ESPECIAL A CURITIBA
ESTELITA HASS CARAZZAI
DE CURITIBA

Para o juiz federal Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, falta interesse da classe política brasileira em combater a corrupção.

“Lamentavelmente, eu vejo uma ausência de um discurso mais vigoroso por parte das autoridades políticas brasileiras em relação ao problema da corrupção. Fica a impressão de que essa é uma tarefa única e exclusiva de policiais, procuradores e juízes”, afirmou Moro em entrevista concedida à Folha e a outros integrantes do grupo internacional de jornalismo colaborativo “Investiga Lava Jato” –o jornal é um dos coordenadores da iniciativa.

Rebatendo críticas sobre o fato de ter fixado benefícios para réus que ainda estão negociando delação premiada, o juiz afirmou que “o direito não é uma ciência exata”.

Segundo ele, a prisão do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) mostra que não há investigações seletivas contra o PT.

Moro defendeu ainda o levantamento do sigilo da interceptação telefônica da conversa entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a então presidente Dilma Rousseff, em 2016. Segundo o magistrado, “as pessoas tinham direito de saber a respeito do conteúdo daqueles diálogos”.

Antes da entrevista, Moro disse que resolveu falar ao grupo “para incentivar o trabalho cooperativo de jornalistas investigativos”.

*

Folha – Há sentenças na Lava Jato que não se baseiam apenas em documentos, mas também em outros tipos de provas. Um exemplo é a condenação do ex-presidente Lula, que aponta que os benefícios concedidos ao ex-presidente têm como “única explicação” a corrupção na Petrobras. Qual sua posição sobre o uso de presunções desse tipo?

Sergio Moro – Sobre a sentença do ex-presidente, tudo o que eu queria dizer já está na sentença, e não vou fazer comentários. Teoricamente, uma classificação do processo penal é a da prova direta e da prova indireta, que é a tal da prova indiciária. Para ficar num exemplo clássico: uma testemunha que viu um homicídio. É uma prova direta.
Uma prova indireta é alguém que não viu o homicídio, mas viu alguém deixando o local do crime com uma arma fumegando. Ele não presenciou o fato, mas viu algo do qual se infere que a pessoa é culpada. Quando o juiz decide, avalia as provas diretas e as indiretas. Não é nada extraordinário em relação ao que acontece no cotidiano das varas criminais.

O ministro Gilmar Mendes tem sido um dos principais críticos à Lava Jato no Supremo e afirmou que a operação criou um “direito penal de Curitiba”, com “normas que não têm a ver com a lei”.

Não faria réplica à crítica do ministro. Não seria apropriado. Juízes têm entendimentos diferentes. Não obstante, nos casos aqui julgados, não há direito extraordinário. Na Lava Jato, para a interrupção do ciclo de crimes, era necessário tomar algumas medidas drásticas –entre elas, por exemplo, as prisões antes do julgamento. E as decisões têm sido, como regra, mantidas.

O sr. fixou um tempo máximo de prisão a três réus que negociam delações, caso o acordo deles vingue. A medida foi criticada por advogados que entenderam que isso equivalia a um estímulo à delação e que não cabia ao juízo interferir nessa negociação. Por que tomou essa decisão?

Não ingressei em nenhuma negociação. Naquele caso, houve colaboração mas não havia um acordo final. O próprio Ministério Público pediu que fosse reconhecida a colaboração e dado o benefício.

Mas o benefício extrapolou um processo específico. O sr. estipulou uma pena máxima para todos os processos a que eles respondiam.

Eu justifiquei o que fiz na decisão. Agora, é preciso entender que o direito não é uma ciência exata. Às vezes, pessoas razoáveis divergem. Faz parte da aplicação do direito.

Esse tipo de decisão, sobre benefícios a réus, provas indiciárias, prisões preventivas, não faz parte de uma inflexão que a Lava Jato está trazendo ao direito penal?

Não, de forma nenhuma. O que a Lava Jato revela é que a impunidade em crimes de corrupção no Brasil não é mais uma regra.

O que pode representar uma ameaça à Lava Jato?

Lamentavelmente, eu vejo uma ausência de um discurso mais vigoroso por parte das autoridades políticas brasileiras em relação ao problema da corrupção.
Fica a impressão de que essa é uma tarefa única e exclusivamente de policiais, procuradores e juízes. No Brasil, estamos mais preocupados em não retroceder, em evitar medidas legislativas que obstruam as apurações das responsabilidades, do que propriamente em proposições legislativas que diminuam a oportunidade de corrupção. Vejo no mundo político uma grande inércia.

Folha – Sobre as escutas que envolveram os ex-presidentes Lula e Dilma, o sr. escreveu que o conteúdo revelava tentativas de obstruir investigações. É possível entender que a medida de tornar público esse conteúdo tinha como objetivo proteger a Lava Jato?

A escolha adotada desde o início desse processo era tornar tudo público, desde que isso não fosse prejudicial às investigações. O que aconteceu nesse caso [dos grampos de Dilma e Lula ] não foi nada diferente dos demais. As pessoas tinham direito de saber a respeito do conteúdo daqueles diálogos. E por isso que foi tomada a decisão do levantamento do sigilo.
Um efeito indireto ao dar publicidade para esses casos foi proteger as investigações contra interferências indevidas. Afinal de contas, são processos que envolvem pessoas poderosas, política e economicamente. Na prática, pode haver tentativas. Então, tornar tudo público também acaba funcionando como uma espécie de proteção contra qualquer obstrução à Justiça. E isso é muito importante.
Foi seguida a Constituição. Dentro de uma democracia liberal como a nossa, é obrigatório que essas coisas sejam trazidas à luz do dia.

Folha – Na Lava Jato há mais de 150 acordos de delação premiada e muitos dos colaboradores ficarão presos por dois anos. Logo parte deles vai voltar às ruas. Quando isso acontecer, não pode haver uma sensação de impunidade, de que o crime compensa?

A colaboração de criminosos vem com um preço: ele não colabora senão pela obtenção de benefícios. Isso faz parte da natureza da colaboração. Muita gente não tem acordo nenhum, continua respondendo aos processos, alguns foram condenados, estão presos. Essas pessoas também vão sair da prisão um dia. Faz parte do sistema. O que acho que tem que ser comparado é que, no passado, como regra, o que havia era a impunidade. As pessoas nem sequer sofriam as consequências de seus crimes. Em muitos casos, nem sequer eram descobertas. A sensação de impunidade era ainda maior.

Raúl Olmos, da ONG “Mexicanos contra a Corrupção” (México) – No México não há nenhum efeito da Lava Jato. Qual a sua opinião sobre um país em que nada foi feito?

É difícil avaliar o que ocorre em outros países, não tenho detalhes de tudo. A globalização também acaba levando ao fenômeno da transnacionalização do crime. Se é assim, o combate aos crimes também tem que ser transnacional e envolver cooperação.

Milagros Salazar, do portal “Convoca” (Peru) – Como fazer quando há quatro ex-presidentes sob suspeita e empresários que pagaram pela corrupção, como é o caso do Peru, para que não haja a suspeita de que só a alguns se investiga?

Não tenho como avaliar o trabalho da Justiça no Peru. No Brasil, por vezes, há uma crítica de que a Justiça estaria atuando de maneira seletiva. Mas os processos são conduzidos com base em fatos e provas. Por exemplo, apesar das críticas de que há uma intensidade maior em relação a agentes do PT, temos preso e condenado um ex-presidente da Câmara [Eduardo Cunha], que era tido como inimigo do PT. Então, as críticas são equivocadas.
Outra coisa importante: o que as empresas brasileiras fizeram foi reprovável, mas há de se louvar a atitude delas quando resolvem colaborar. Não é correto vilificar as empresas brasileiras como se fossem as únicas no mundo que pagam propinas.

Adérito Caldeira, do jornal “@Verdade” (Moçambique) – Até a Lava Jato, a Odebrecht e o ex-presidente Lula eram considerados, pelo povo de Moçambique, benfeitores. Como o sr. se sente, de certa forma, desfazendo essa imagem?

O fato de essas empresas terem pago suborno a autoridades públicas nos países é algo reprovável. Mas isso também não desmerece tudo o que foi feito. Se a empresa de fato se comprometer a mudar seu comportamento, isso vai representar um ganho não só para ela, mas para os países nos quais os investimentos permanecerem. Aí haverá investimentos com uma prática de negócios mais limpa.

Emilia Delfino, do jornal “Perfil” (Argentina) – A lei argentina não permite que se faça um acordo com as autoridades brasileiras em que se deixe de processar a Odebrecht. Nesse caso, qual é a alternativa das autoridades para buscar as provas no país?

Não aceitando essa condição, os países vão ter que desenvolver seus próprios casos, com seus mecanismos de investigação, e eventualmente podem ser bem-sucedidos. Eu não sei o que aconteceu na Argentina, mas isso de um país estabelecer condições não é algo incomum na cooperação internacional.

Lisseth Boon, do site “Runrunes”, e Jesús Yajure, do site “El Pitazo” (Venezuela) – Foram usados laranjas para pagar propinas fora do Brasil?

Não tenho detalhes do que aconteceu em outros países. É um método comum na lavagem de dinheiro utilizar uma pessoa interposta, um “presta nombres”, para recebimento de vantagem indevida. A variedade dos procedimentos é inesgotável.

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Ex-namorado, que pode ter causado o suicídio de universitária, tenta se matar

A família do ex-namorado da estudante de Ciências Sociais, Bruna Borges, de 19 anos, que se suicidou e transmitiu ao vivo a própria morte, tentou ontem contra a própria vida. Na sua rede social, Bruna disse que vivia uma relação de humilhação, subjugada, e mal tratada. Os pais dela foram encontrados mortos dois dias depois, também por suicídio.

O ex-namorado foi encontrado desacordado pelos pais e levado para o Pronto Socorro de Rio Branco, no Acre, na tarde de ontem, sábado. Ele tentou o suicídio, mas o estado é estável, sob o acompanhamento dos país.

Pai e mãe de Bruna

Bruna filmou o próprio suicídio, quarta feira passada, dia 26 deste, e conseguiu colocar no Instagran, não sem antes alegar que vivia um relacionamento abusivo e que era humilhada diariamente.

Dois dias depois, o subtenente Marcio Brito, de 45 anos, e a ex-sargento Claudineia Borges, 49 anos, foram encontrados mortos de mãos dadas. São os pais de Bruna.

A polícia acredita que o suicídio tenha sido combinado. O subtenente matou a mulher e depois se suicidou.

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