Ano de eleições começa com restrições para agentes públicos

A partir desta quarta (1º), autoridades já ficam proibidas de distribuir bens.
Presidente do TSE diz que atuará com ‘rédeas curtas’ para conter abusos.

Renan Ramalho e Priscilla Mendes Do G1, em Brasília

Com as eleições para escolha de presidente, governadores, senadores e deputados no dia 5 de outubro, o ano de 2014 já começa com algumas restrições para agentes públicos, que vão se intensificando ao longo do ano. Quem descumprir as regras, fica sujeito a multa ou até mesmo perda da candidatura ou do cargo, se eleito, dependendo da gravidade.

A partir desta quarta-feira (1º), autoridades já ficam proibidas de distribuir gratuitamente bens, valores ou benefícios, a não ser em casos de calamidade pública e emergência ou aqueles previstos em programas sociais.

Ações sociais de entidades vinculadas a candidatos, no entanto, também estão vedadas.

Plenário do TSE se reúne para analisar irregularidades junto com Ministério Público Eleitoral (Foto: Nelson Jr./ASICS/TSE)TSE se reúne para analisar irregularidades junto com Ministério Público Eleitoral (Foto: Nelson Jr./ASICS/TSE)

A partir de 8 de abril, a administração pública já não poderá aumentar salários de servidores, a não ser para repor a inflação.

Em 5 julho começam a valer a maior parte das restrições: fica proibido admitir ou demitir servidores, exceto para cargos comissionados (sem concurso). Aprovados em concursos homologados até esta data poderão ser nomeados. Funcionários do Poder Judiciário, Ministério Público e órgãos da Presidência também ficam fora da proibição.

A três meses da eleição, a propaganda oficial também será limitada. Governantes e representantes não poderão fazer publicidade de atos e programas, a não ser em caso de “grave e urgente necessidade pública”, após análise da Justiça Eleitoral. Também ficam liberadas propagandas de serviços e produtos que tenham concorrência no mercado, como de bancos públicos, por exemplo.

Só até julho poderá haver inaugrações de obras. Pronunciamentos em cadeia nacional de rádio e TV também são vedados. Agentes públicos que concorrem a novo mandato só poderão aparecer em propagandas e pedir votos a partir de 6 de julho; o horário eleitoral gratuito no rádio e na TV começa em 19 de agosto.

Sem dúvida, eu vou atuar como sempre atuei, buscando manter as rédeas curtas, para não termos abusos”
Marco Aurélio Mello,
presidente do Tribunal Superior Eleitoral

‘Rédeas curtas’
Presidente do Tribunal Superior Eleitoral, o ministro Marco Aurélio Mello afirma que, sob seu comando, a Justiça Eleitoral deverá atuar sob “rédeas curtas” para conter abusos. “Sem dúvida, eu vou atuar como sempre atuei, buscando manter as rédeas curtas, para não termos abusos”, disse ao G1 nesta terça (31).

Ele esclarece que as regras existem para manter o equilíbrio da disputa, de forma a evitar que quem esteja em cargos públicos leve vantagem. “[A norma] visa a um pleito equilibrado, eleições equilibradas, com possibilidade de disputa por todos os cidadãos que se apresentarem como candidatos”, diz.

“Como as paixões estão exacerbadas, podem colocar em segundo plano a regência legal. É preciso, no entanto, que todos os candidatos estejam atentos à lei. Mais importante que isso é o eleito compreender o valor do voto. É unico, mas se soma a outros para eleger os representantes”.

A fiscalização, explica, fica a cargo do Ministério Público Eleitoral e também dos adversários, que podem denunciar irregularidades à Justiça Eleitoral.

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Cortar o tempo

Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.

Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente

Carlos Drummond de Andrade

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Mais de 300 armas brancas apreendidas durante revista

Segundo informações do blog do Daniel Matos, PM encontrou vodka em Pedrinhas.

SÃO LUÍS – Segundo informações da Rádio Mirante AM e do blog do Daniel Matos, foram apreendidas mais de 300 armas brancas durante vistoria em várias unidades prisionais, como os presídios São Luís I e II, Casa de Detenção e Centro de Detenção Provisória (CDP) realizada na manhã desta terça-feira (31). A vistoria foi realizada após apuração da Direção de Segurança dos Presídios do Maranhão de que detentos se amotinariam nos presídios no período da tarde, iniciando, portanto, uma rebelião e, em seguida, uma fuga em massa que estava sendo planejada por presos do Complexo Penitenciário de Pedrinhas.

Durante a revista, segundo informações do tenente-coronel Raimundo Nonatos Santos Sá, do Comando do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Estado do Maranhão, foram encontrados chuços, facas, drogas, anotações e mais de 30 celulares e carregadores. De acordo com o blog do Daniel Matos, até garrafas de vodka, com as quais os presos pretendiam comemorar a virada do ano, foram encontradas.

Do Imirante

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Operação em Pedrinhas recolhe diversas armas e munições

Desde às 5 da madrugada de hoje que os policiais do Batalhão de Choque realizaram uma operação varredura em todos os presídios da capital maranhense.

Dezenas de armas e munições foram apreendidas nas celas que são controladas pelas duas facções criminosas que atuam dentro e fora dos presídios.

A operação foi comandada pessoalmente pelos coronéis Zannoni e Ivaldo e pelo tenente coronel Sá.

Logo mais o comando da PM vai exibir o armamento recolhido. Aguardem!

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Dino não sabe quem lançar para o Senado: Dutra, Rocha ou Castelo

Do Atual7

Ainda é de grande indefinição e pura enrolação a escolha do nome que será alçado à candidato único ao Senado Federal pela chapa da parte da oposição maranhense ligada ao presidente da Embratur e pré-candidato ao governo estadual em 2014, Flávio Dino (PCdoB).

Até agora, os principais nomes na disputa são os do ainda deputado federal Domingos Dutra (SDD); do vice-prefeito de São Luís, Roberto Rocha (PSB); e o ex-prefeito da capital, o tucano João Castelo.

PLANO C O presidente da Embratur, Flávio Dino, que usa de toda artimanha comunista para repetir o que fez em 2012, quando criou um consórcio de candidatos, mas já sabia quem seria o escolhido. Foto: Felipe Klamt

Rocha aguarda, desde 2012, uma declaração pública de apoio à sua candidatura por Flávio Dino, que tentou novamente enrolá-lo quando em entrevista ao O Globo, recentemente, dando como quase certo que o nome escolhido por ele viria mesmo do PSB.

Ocorre que o ex-petista Domingos Dutra fez-se de vítima, perseguido do Clã Sarney, e conseguiu emplacar a viabilidade de seu nome, ao mostrar que tem força para tomar o Solidariedade do deputado federal Simplício Araújo, que também foi enrolado.

Dutra alega que só retira a sua pré-candidatura ao Senado se Dino optar pelo nome o ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB) para o cargo.

Já João Castelo, outro nome que também ganhou força na ala bagunçada na oposição maranhense, passou a ser a escolha preferida do próprio Flávio Dino, que não se decidiu, mas sabe que precisa passar mais ainda por cima do próprio discurso de mudança e fim das velhas raposas da política para conseguir alguns minutinhos a mais na TV, na propaganda eleitoral gratuita.

De todos os três, o tucano é quem tem mais força por ser ele o candidato de Zé Reinaldo, que enrolou Roberto Rocha, e é o mentor político do pré-candidato comunista.

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Parlamentares buscam verbas nos ministérios nos últimos dias do ano

Acaba nesta terça (31) prazo para governo empenhar emendas de 2013.
Cada deputado e senador tem direito a R$ 10 milhões para suas regiões.

Priscilla Mendes e Juliana Braga Do G1, em Brasília

Deputados e senadores de diversos estados interromperam o recesso e vieram a Brasília nesta segunda-feira (30) para tentar garantir as últimas verbas deste ano de 2013 para investimentos em suas regiões. Termina nesta terça (31), o prazo para o governo empenhar recursos para as emendas parlamentares, na prática, o ato de reservar dinheiro federal para despesas incluídas por eles no Orçamento de 2013.

As verbas devem ser repassadas ao longo do ano que vem, na medida em que os projetos são executados pelas prefeituras. Em geral, essas emendas atendem às regiões onde mantêm suas bases eleitorais. Neste ano, o governo prometeu um total de R$ 6 bilhões em emendas, sendo R$ 10 milhões para cada parlamentar, com R$ 2 milhões extras para líderes e membros da Comissão Mista de Orçamento.

O valor prometido, contudo, pode ser menor porque depende da aprovação dos projetos apresentados pelos parlamentares. É comum emendas serem rejeitadas pelos ministérios com a justificativa de problemas técnicos nos projetos executivos. Por isso, dezenas de parlamentares vão pessoalmente às pastas nessa época do ano para ajustarem contratos e garantirem a liberação da verba.

Segundo estimativas do governo e de parlamentares ouvidos pelo G1, os ministérios mais procurados neste fim de ano foram o das Cidades, da Saúde e da Agricultura, por intermédio da Secretaria de Relações Institucionais.

O líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), lembrou que, ao segurar os empenhos, o governo fica livre para gastar a verba como quiser. Nesta segunda, relatou o peemedebista, cerca de 15 colegas de bancada correram os ministérios para garantir as verbas.

“Existe uma burocracia nos ministérios, que tendem a barrar algumas propostas para gerar uma sobre de limite para eles próprios empenharem”, disse o parlamentar fluminense. “Os deputados estão aqui para garantirem que as emendas sejam efetivamente empenhadas porque uma coisa é dizer que libera, outra é empenhar”, concluiu.

De acordo com o líder do PP, Eduardo da Fonte (PE), cerca de oito deputados da legenda trocaram o recesso de fim de ano pela romaria nos ministérios. “Eles [governo] deveriam cumprir o prometido. Estamos tendo dificuldade de conseguir pelo menos os R$ 10 milhões, R$ 12 milhões acertados”, explicou. O parlamentar acredita que, em cima da hora, poucos conseguiram os recursos ainda não liberados.

O líder do PSD, Eduardo Sciarra (PR), disse que esteve pessoalmente nos ministérios das Cidades e da Saúde e na Secretaria de Relações Institucionais para fazer ajustes técnicos em algumas emendas e acrescentar mais verbas. O resultado, porém, não satisfez a bancada. “Vamos esperar o fim do dia de amanhã, mas, pela negociação, foi aquém do que esperávamos”, declarou.

O líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), disse que pelo menos dez deputados do partido estão pleiteando seus empenhos em Brasília. Para ele, o procedimento é “rotina de final de ano”. “Os deputados ficam na via-crúcis para tentar alguma raspa de tacho”, afirmou.

O senador Sérgio Souza (PMDB-PR) também esteve nesta tarde na Secretaria de Relaçãoes Institucionais. Segundo ele, as respostas que o Executivo teve de dar às manifestações do meio do ano comprometeram o Orçamento. “O governo não previa colocar mais R$ 50 bilhões em mobilidade, não estava esperando criar programa como o Mais Médicos e, nessas horas, o dinheiro sai do reservado para as emendas dos parlamentares”, disse.

Enquanto isso, o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), comemorou no microblog Twitter a liberação de suas emendas. Segundo ele, 11 municípios do Rio Grande do Norte foram contemplados, nove deles terão R$ 2 milhões para, juntos, aplicar em saúde.

“Agradeço à presidenta Dilma e equipe pela forma atenciosa com que recebe os pleitos de municípios do Rio Grande do Norte. Isso ocorre porque apresentamos projetos tecnicamente bem elaborados e, essencialmente, tendo como origem o interesse popular”, escreveu na rede social.

Técnicos da Presidência da República afirmam que, em 2013, o movimento no Palácio do Planalto foi menor do que no anterior porque o governo tentou começar a empenhar os recursos mais cedo. A procura maior, de fato, é feita diretamente juntos aos ministérios. No Planalto, vão apenas aqueles que querem pedir mais recursos ou os que, por problemas nos projetos apresentados, não conseguiram liberação nas pastas responsáveis e esperam que a Presidência intervenha para facilitar.

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Prefeitura de Paço do Lumiar premia alunos em Concurso Literário

Prefeito participa do primeiro prêmio literário da SemedPrefeito participa do primeiro prêmio literário da Semed

A Prefeitura de Paço do Lumiar, por meio da Secretaria Municipal de Educação, realizou na última sexta-feira (27) a premiação dos ganhadores do 1º Concurso Literário de Paço do Lumiar.Com o tema “Semeando meu esPAÇO e cultivando meu futuro”, o concurso teve como objetivo despertar o senso crítico e explorar o conhecimento dos alunos da rede municipal sobre a relação que possuem com a cidade onde vivem, com foco no resgate das raízes culturais e sociais da região.

Ao todo 18 escolas participaram do concurso literário, que reuniu 54 produções assinadas por estudantes das unidades de ensino básico e da modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Professores também receberam homenagensProfessores também receberam homenagens

O prefeito Josemar Sobreiro falou da importância de projetos como este, onde o senso crítico e a valorização cultural são incentivados junto aos alunos. “Em Paço do Lumiar nunca houve iniciativa nesse sentido. Agora nossa gestão, por meio da Secretaria Municipal de Educação, começamos a mudar essa realidade. Nossos alunos podem mostrar, através de seus poemas, memórias e crônicas, o que pensam sobre nosso município, o que esperam e qual a relação que têm com nossa terra. A prefeitura irá imortalizar essas obras, através da publicação de um livro que irá reunir todos esses trabalhos. Quero fazer um agradecimento especial a todos os gestores e professores que acreditaram nesse projeto, que por si só já nasceu vencedor”, declarou o prefeito.

Prefeito Josemar entrega premiação a aluna da rede municipalPrefeito Josemar entrega premiação a aluna da rede municipal

Premiação – Na categoria “Poemas”, no 6º ano do EF, venceram as Unidades de Ensino Básico Paranã, Pão da Vida e Luís Pires da Fonseca, cujas alunas premiadas foram: Sarah dos Santos,Mariana Silva dos Santos e Elisa Cristina.

Na categoria “Memórias Literárias” concorreram alunos que estão cursando o 7ºano do EF e as ganhadoras foram as Unidades de Ensino Básico Cumbique, Pão da Vida e Nova Canaã, com os alunos Tainara Cristina Barros, Caio Vitor Oliveira e Cassiane Cristine dos Santos. Na mesma categoria, venceram ainda os estudantes do 8º ano do EF, Sara da Silva, Nildison Costa e Claudenice Costa, alunos das Unidades de Ensino Básico Professora Conceição Costa, Unidade do Conjunto Paranã e Unidade da Nova Canaã.

Na categoria “Crônicas”, no 9º ano do EF, ganharam as UEBs Liberalino de Jesus, Conjunto Paranã e Genival Pereira, com trabalhos apresentados pelos alunos Jardison Costa, Karen Daniele Santos e Isac Gomes Araújo.
Os alunos do projeto de Educação para jovens e adultos (EJA) concorreram à premiação nas categorias “Memórias Literárias” e “Poemas”.

Na primeira, os vencedores foram Maria de Nazaré Cordeiro, Josélia Correia e Andressa Vale Moraes, das unidades de ensino básico Nascimento de Moraes, Bom Aluno e Garrastazu Médice. Na segunda categoria, foram vencedoras as unidades de ensino Nova Canaã e Emanoel Arôso, com os alunos Rosivaldo Silva Santos, Clenilde Martins e Sebastiana Ribeiro.

A solenidade de entrega das premiações, realizada no Auditório do IESF, no Maiobão, contou com a apresentação do Grupo de Artes Maria Aragão- GAMAR, que encenou os textos dos alunos vencedores nas primeiras colocações de cada categoria. Todos os ganhadores receberam troféus e tablets.

Para a secretária municipal de Educação, Ana Paula Pires, o primeiro concurso literário atingiu plenamente o seu objetivo.“O que nos emociona é ver que conseguimos atingir o nosso objetivo, que era exatamente despertar nos alunos esse sentimento de querer mostrar como eles vêem o lugar onde vivem, onde moram, onde trabalham, resgatando essa relação com as raízes de cada um. Em 2014 vamos dar continuidade a esse trabalho e esse projeto será aprimorado”, concluiu.

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Motorista que causar acidente com morte pode ter que pagar pensão

Do Fantástico

Causador do acidente que levar a morte ou invalidez vai ser processado e, se condenado, o INSS vai cobrar dele a pensão da vítima ou da família.

O INSS quer que os motoristas que causem acidentes banquem, do próprio bolso, a pensão por morte ou invalidez das vítimas. A reportagem especial deste domingo (29), sobre o custo dos acidentes nas estradas, é de Édson Ferraz e Lúcio Alves.

O centro de controle do Distrito Federal recebe mais um chamado numa manhã de sábado. Médico e enfermeiro são despachados de helicóptero ao local do acidente e encontram uma cena, infelizmente, bastante comum nas estradas e ruas brasileiras: motorista aparentemente embriagado, sem cinto de segurança, mas sem nenhum outro sinal de gravidade.

Foi uma batida entre dois carros em uma pista molhada. A situação do outro motorista é mais grave. Depois do atendimento, os dois são levados de ambulância para um hospital – não foi preciso usar o helicóptero.

BR-163, Mato Grosso do Sul. Um carro ultrapassa em um trecho perigoso, obrigando o carro da equipe do Fantástico a ir para o acostamento. Outro carro cruza a pista na estrada movimentada.

São flagrantes de irresponsabilidade que estão sendo monitorados naquele trecho da rodovia, inclusive pelo ar – mas os motoristas não sabem disso. Como o de um carro branco, que ultrapassa um caminhão quando outro vem no sentido contrário.

Já o motorista de uma caminhonete também se arrisca e coloca vidas em risco. Ele passa por três veículos em um trecho de faixa contínua, que indica ultrapassagem proibida. Ele comete mais uma irregularidade, passando por um caminhão em local não permitido. Só que a infração está sendo monitorada pela Polícia Rodoviária Federal em uma operação especial que também usa helicóptero para flagrar maus motoristas nas estradas federais.

A operação faz parte de uma pesquisa inédita no país. O objetivo é avaliar o comportamento do motorista brasileiro. Depois de parar o carro e dar orientações de segurança, a Polícia Rodoviária monitora como ele vai dirigir ao longo dos próximos 20 quilômetros.

A operação ainda é uma experiência e está sendo feita somente em trechos da BR-163, no Mato Grosso do Sul. Primeiro, um motorista é parado ao acaso em uma blitz da Polícia Rodoviária Federal. Os documentos são verificados e ele recebe recomendações de segurança. Em seguida, é liberado.

O motorista segue viagem. Logo atrás vai um policial, em um carro sem identificação da Polícia Rodoviária, que leva também a equipe do Fantástico. Em pouco tempo, o motorista comete a primeira irregularidade.

“Em menos de cinco quilômetros ele já fez uma ultrapassagem em faixa contínua”, diz o policial.

Pelo rádio, a descrição do carro é passada aos policiais que estão no próximo posto da polícia, junto com a orientação para ser parado.

O carro é parado no posto, e o motorista é confrontado pelo policial.

Policial: Você foi parado ali atrás pela Polícia Rodoviária Federal?
Motorista: Já fui parado hoje, sim.
Policial: Você cometeu alguma infração de lá para cá?
Motorista: Não.
Policial: Só que eu tenho que informar que nossa equipe flagrou você cometendo ultrapassagens em local proibido.
Motorista: Eu não tinha visto. Não tinha reparado nisso.

O motorista da caminhonete também tinha recebido orientação da polícia.

“Não faça ultrapassagem em local proibido. Não exceda a velocidade da via e vai com Deus”, diz a policial.

Não adiantou nada. Ele é parado novamente e, como o outro motorista, nega ter cometido a infração.

Policial: Não ultrapassou na faixa contínua?
Motorista: Não.
Fantástico: Por que o senhor não seguiu a recomendação?
Motorista: Eu nem percebi.

Os dois motoristas vão perder sete pontos na carteira e pagar multa de R$ 190, mas podem recorrer.

Por sorte, durante a operação acompanhada pelo Fantástico, nenhum motorista provocou um acidente. Em 2012, cerca de 8,6 mil pessoas morreram em acidentes nas estradas federais.

No trânsito como um todo, são 43 mil mortos por ano. São mortes que poderiam ser evitadas. Junto com os feridos graves, levam sofrimento a milhares de pessoas e custam muito caro ao país.

“Nós estimamos que a sociedade tem que arcar com um custo na ordem de R$ 40 bilhões por ano”, aponta Carlos Henrique de Carvalho, técnico do Ipea.

O cálculo faz parte de um estudo chamado Custos de Acidente de Trânsito no Brasil, feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o Ipea, um órgão do Governo Federal.

“O principal de componente de custo desses acidentes de trânsito é a perda de produção, ou seja, quando a pessoa, no auge da sua vida profissional, perde a vida ou vem a sofrer uma lesão permanente”, explica o técnico.

O serviço aeromédico é uma parceria que existe há sete anos entre o Samu e a Polícia Rodoviária Federal. Funciona em apenas quatro cidades. Cada uma faz cerca de cem atendimentos por mês. O custo de cada atendimento é de R$ 5 mil por hora, pagos pelo contribuinte. As internações por acidente custam ao Ministério da Saúde mais de R$ 200 milhões.

Em 2002, o Brasil tinha 33 mil pessoas com invalidez permanente por causa do trânsito. Em 2012, eram 352 mil.

“O custo social é muito grande, e a gente precisa realmente trabalhar para que a gente possa diminuir isso”, afirma Maria Alice Nascimento Souza, diretora-geral da PRF.

Lucas, de 19 anos, é um desses pensionistas. Foi atropelado há nove anos quando saía da escola. Teve traumatismo craniano e perdeu os movimentos do lado direito do corpo.

“Ele não falava, ele não sorria, ele não comia, ele simplesmente mexia o olho para o lado esquerdo e para o lado direito”, conta a mãe de Lucas, Elisângela Teles.

Ele vem se tratando em uma clínica especializada em Goiânia com despesas pagas pelo governo. Anda com dificuldade e não tem força no braço direito. Não consegue emprego. E conta com uma pensão de R$ 678 por mês paga pelo INSS.

A mãe de Lucas diz que a motorista causadora do acidente nunca ofereceu ajuda: “Ninguém atropela porque quer. Mas a questão de ser humano, de ser solidário, isso é uma questão de querer. E ela não foi, ela nunca ligou nem para saber se tinha sobrevivido ao acidente”.

Para diminuir as despesas com acidentes e fazer o motorista pensar duas vezes antes de colocar vidas em risco, o INSS firmou um acordo com a Polícia Rodoviária Federal.

“Eu acredito muito no efeito pedagógico da dor no bolso. Então se as pessoas pagam pelos seus erros, outras pessoas também vão entender que, se cometerem delito semelhante, vão também pagar o mesmo preço”, ressalta o presidente do INSS, Lindolfo Neto de Oliveira Sales.

A Polícia Federal põe à disposição do INSS todos os registros sobre acidentes em estradas federais. O causador do acidente que levar a morte ou invalidez vai ser processado e, se condenado, o INSS vai cobrar dele a pensão da vítima ou da família da vítima.

Em 2011, em Natal, Andson Alves da Silva dirigia embriagado e sem habilitação, quando perdeu o controle do carro e atingiu o veículo de uma funerária.  O motorista José Nilson Xavier, de 30 anos, morreu na hora. Deixou a mulher e um filho de 10 anos.

“Destruiu minha família. Fica uma saudade, uma falta”, conta a viúva, Maria Alcina.

Dona Maria Alcina e o filho do casal recebem, por mês, R$ 820 de pensão do INSS.

O caso de Natal é o único do país onde já houve sentença condenatória, em duas instâncias. A Justiça já decidiu que Andson terá que ressarcir o INSS pela pensão paga à família da vítima. O valor passa de R$ 500 mil. Ainda cabe recurso.

O cálculo levou em conta a expectativa de vida da viúva, que é quem recebe o benefício. Dona Maria Alcina Ferreira da Silva  tem 34 anos. Hoje, a expectativa de vida da mulher brasileira é de 78 anos de idade.

Procuramos Andson em Currais Novos, cidade onde mora, no interior do Rio Grande do Norte.
Por telefone, falamos com ele, que não quis comentar a decisão da Justiça. “Nunca tive a intenção de sofrer um acidente, nem de perder o controle do carro. É uma coisa que me traz muito sofrimento, falar sobre o acidente”, disse.

Fantástico: E se o motorista infrator não tiver condições financeiras para pagar essa dívida?
Lindolfo Neto de Olvieira, presidente do INSS: Ele vai ter o seu nome inscrito nos órgãos de controle de crédito, ele vai ficar impedido de comprar a crédito na praça, ele vai ficar inclusive impedido de exercer alguns cargos públicos até que quite seu débito.

“Eu vejo como uma medida muito boa, salutar. Sob o ponto de vista jurídico, é perfeitamente possível. Quem sofre danos, doloso ou culposo de terceiros, tem direito buscar reparação pelo que pagou pelo ato desse terceiro”, avalia o ex-ministro do STF Carlos Velloso.

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Lá vem Flávio Dino descendo a ladeira

Luis Fernando é o candidato que mais cresceu nas pesquisasLuis Fernando é o candidato que mais cresceu nas pesquisas

Para desespero da oposição, o pré-candidato a governador Flávio Dino continua caindo nas pesquisas desde que o secretário de Infraestrutura, Luís Fernando, teve o nome lançado para entrar na disputa.

Candidato a governador assim que perdeu a eleição para Roseana Sarney no primeiro turno, em 2010, o presidente da Embratur vinha sozinho na disputa.

Pesquisa do Instituto Amostragem, contratado pelo Jornal Pequeno, apontava que Dino saltou em abril de 2012 de 54,23% para 61,99. Naquele mesmo período Luís Fernando, conforme a mesma empresa, aparecia com míseros 1,62%. A festança no terreiro dos comunistas era farra mesmo. Ou melhor: favas contadas.

De lá pra cá o cenário começou a mudar. Flavio Dino começou a cair do pedestal e Luís Fernando veio crescendo e assustando os que dialogavam nos quatro cantos do Maranhão levando a vitória do comunista no primeiro turno. E com folga.

Antes de encerrar o ano de 2013, o instituto Conceito fez um último levantamento deste ano. Para surpresa dos que cantavam vitória antes do tempo, Dino desceu para 53,4%. Pela mesma pesquisa, Luís Fernando chegou com 20,5%.

Prevendo a reação e performance de Luís Fernando nas pesquisas, a turma da oposição saiu espalhando pelo Maranhão que o secretário de Infraestrutura teria desistido de ser candidato e que seu nome seria trocado pelo chefe da Casa Civil, João Abreu, boato desfeito em seguida.

Com exceção da Escutec, todos os institutos que realizaram pesquisas até agora são ligados direta ou indiretamente ao presidente da Embratur.

No Palácio dos Leões a expectativa é de que a disputa esteja equilibrada a partir de junho e a virada será aguardada para quando iniciar o horário eleitoral na TV.

Luís Fernando tem o que mostrar, desde o período em que foi considerado o melhor prefeito do Brasil e pelos postos públicos por onde passou.

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Schumacher sofre grave acidente de esqui e tem trauma na cabeça

Após queda em estação de esqui nos Alpes Franceses, heptacampeão mundial de Fórmula 1 é levado ao hospital de helicóptero, mas não corre risco de morte

Por Méribel, França

Michael Schumacher sofreu um grave acidente de esqui neste domingo, em Méribel, na França, às 11h07m locais – 8h07m no horário de Brasília. O ex-piloto alemão, sete vezes campeão mundial de Fórmula 1, teve um trauma ao bater a cabeça em uma pedra, mas não corre risco de morte graças ao capacete que usava no momento do choque. Schumi foi levado de helicóptero ao hospital Moutier, a 17km dali, menos de dez minutos após a queda. Logo depois, foi removido a outro hospital, em Grenoble, para exames mais detalhados. Ainda não se sabe exatamente a gravidade da lesão, mas um relatório dos médicos que atenderam o competidor dá conta de que foi realizada uma ressonância e que o trauma não é tão sério quanto se pensava assim que a rádio francesa “Europe 1” noticiou o acidente.

Michael Schumacher no treino do GP do Brasil (Foto: Getty Images)Michael Schumacher se despediu da F-1 no GP do Brasil de 2012 (Foto: Getty Images)

– Michael caiu e bateu a cabeça quando estava praticando esqui nos Alpes Franceses. Ele foi levado ao hospital e está recebendo atendimento médico profissional. Pedimos a compreensão de que não podemos dar mais informações sobre a sua saúde. Ele estava usando um capacete e não estava sozinho. Ninguém mais estava envolvido na queda – informou a porta-voz do alemão, Sabine Kehm.

Alguns minutos depois do acidente, a única pessoa a se pronunciar oficialmente havia sido o chefe da estação de esqui onde ocorreu a queda, que contou a respeito dos procedimentos de primeiros socorros ao ex-piloto.

Hospital schumacher frança Centre hospitalier de Moûtiers (Foto: Divulgação)Após a queda, alemão foi levado de helicóptero ao Hospital Moûtiers, a 17km da estação de esqui (Foto: Divulgação)

– Ele foi levado de helicóptero para um hospital em Grenoble. Agora, realmente não sei a gravidade da lesão. A polícia está agora conduzindo a investigação sobre os motivos da queda. Nós ainda não sabemos se isso aconteceu em uma pista ou fora dela – explicou Christophe Gernignon-Lecomte, chefe da estação de Méribel, logo após o primeiro atendimento.

De acordo com a rádio local “RMC”, o heptacampeão foi socorrido consciente. Méribel, nos Alpes Franceses (sudeste do País), comporta mais de 70 pistas de esqui e recebeu em fevereiro de 2013 uma etapa da Copa do Mundo de Esqui Alpino. O local do acidente fica a 1.450m de altitude, subindo até 2.952m em seu ponto mais alto, onde se liga com a região de Les Trois Vallées.

michael schumacher esqui WROOM F1 ferrari 2008 (Foto: Agência Getty Images)Michael Schumacher pratica o esqui alpino desde os tempos de Ferrari (Foto: Agência Getty Images)

‘Viciado em velocidade’

A modalidade de esqui aplpino é um dos hobbies favoritos de Schumacher desde os tempos em que competia pela Ferrari, equipe que tradicionalmente faz suas apresentações de pré-temporada na estação italiana de Madonna di Campiglio. O ex-piloto, que estava com o filho Mick, de 14 anos, no momento do acidente, declarou certa vez que o esporte era uma das maneiras encontradas por ele para curtir a família, já que passava pouco tempo em casa devido às constantes viagens para disputar os GPs de F-1.

Schumacher superbike (Foto: Reprodução/Twitter Circuito de Valência)Schumacher já disputou corridas de Superbike (Foto: Reprodução/Twitter Circuito de Valência)

O alemão, que na próxima sexta-feira (dia 3) completará 45 anos, é o piloto mais vitorioso da história da Fórmula 1 em números totais, com 91 vitórias, 155 pódios, 68 poles e 77 voltas mais rápidas. Em 19 temporadas, ele conquistou dois títulos pela Benetton (1994 e 1995) e cinco pela Ferrari (de 2000 a 2004). Após a primeira aposentadoria ao fim de 2006, o piloto retornou à F-1 em 2010 pela Mercedes, mas em três temporadas só subiu ao pódio uma vez, com um terceiro lugar, sendo amplamente batido pelo seu companheiro Nico Rosberg no Mundial de Pilotos.

Como todo piloto de seu nível, Schumacher é considerado um “viciado em velocidade”. Quando se retirou da F-1 ao fim de 2006, às vésperas de completar 38 anos, ele se aventurou em corridas do moto em um torneio alemão de Superbike. Correndo sobre duas rodas, o alemão sofreu três grandes quedas. Uma delas com maior gravidade, causando uma lesão no ombro e no pescoço, o que o impediu de substituir Felipe Massa na Ferrari quando o brasileiro sofreu o acidente nos treinos para o GP da Hungria em 2009.

Michael Schumacher é apaixonado por cavalos. Ele participa de eventos e tem um estábulo em casa (Foto: Divulgação)Michael Schumacher é apaixonado por cavalos. Ele participa de eventos e tem um estábulo em casa (Foto: Divulgação)

No primeiro ano de sua aposentadoria definitiva da Fórmula 1, o alemão intensificou as atividades para manter sua adrenalina em alta, mesmo longe das pistas. Nos Estados Unidos, ingressou em competições de adestramento de cavalos – uma das paixões de sua esposa, Corinna, que mantém um estábulo na ampla residência da família. Já em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, Schumi encontrou na semana passada o brasileiro Luigi Cani, referência mundial no wingsuit, antes de uma série de saltos em paraquedas de alta performance. Afastado das competições com carros, ele mantém a forma e os reflexos em dia andando de kart na Alemanha e em outras pistas da Europa.

Estação de Esqui de Méribel frança (Foto: Divulgação)Acidente de Schumacher aconteceu na Estação de Esqui de Méribel, na França (Foto: Divulgação)

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‘Os governos não têm controle do sistema prisional’, diz desembargador do CNJ

  • Supervisor de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário do Conselho Nacional de Justiça, Guilherme Calmon critica o uso de verba na área e defende intervenção federal em presídios críticos

Alessandra Duarte (Email · Facebook · Twitter)

Desembargador Guilherme Calmon, supervisor de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário do Conselho Nacional de Justiça Foto: Divulgação / CNJ
Desembargador Guilherme Calmon, supervisor de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário do Conselho Nacional de Justiça Divulgação / CNJ
Como o senhor avalia o anúncio de que o Regime Diferenciado de Contratações (RDC) poderá ser usado para construir presídios?

Esse é um sinal de que o governo federal está se preocupando com o sistema penitenciário, mas é a adoção de uma medida paliativa. O RDC ajuda porque vai dar maior agilidade à contratação de construção de presídios, vai dar mais flexibilidade. Mas é uma medida que vai ter efeito a longo prazo. E esse efeito, quando vier, talvez já chegue defasado. O que temos percebido, no âmbito federal ou estadual, é resistência a ações que solucionem mais rapidamente pontos como condições de insalubridade das unidades, separação dos detentos e concessão de benefícios. Poderiam se planejar e realizar ações para melhorar serviços prestados dentro dos presídios. Mas os governos não têm controle do sistema prisional atual.

Um exemplo seria o Maranhão.

Sim. Lá, o CNJ enviou ofício ao estado, além do relatório entregue ao ministro Joaquim Barbosa (que preside o Supremo Tribunal Federal e o CNJ).

Seria o caso de uma intervenção lá?

O CNJ não tem poder de decretar intervenção num estado, quem tem esse poder é o Supremo. Tem de haver uma ação da Procuradoria Geral da República (PGR) pedindo essa intervenção, e isso segue para decisão do Supremo. A PGR pode basear essa ação nesse nosso ofício ao estado, por exemplo, se o que recomendarmos ao governo estadual não for atendido. Outra situação crítica é no Presídio Central de Porto Alegre, onde o caso foi denunciado à OEA (Organização dos Estados Americanos); ali, pela falência do poder público, o Brasil pode, sim, vir a ser condenado na OEA. E talvez seja uma forma de se chegar a uma solução; no caso da Lei Maria da Penha, por exemplo, essa lei só veio após condenação do tipo. No Espírito Santo, por volta de 2008, foi denunciado que havia presos em contêineres; só depois que se chegou a esse fundo do poço é que o sistema lá começou a melhorar.

Já houve alguma intervenção federal desse tipo no país?

Em relação ao sistema prisional, acredito que não. E, na minha avaliação, há três estados onde já deveria ter havido uma intervenção federal no sistema penitenciário há muito tempo: Maranhão, Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte, também crítico, este ano teve rebeliões e fugas com mortos. E na pior rebelião no Maranhão este ano, o que houve? A capital parou, lojas fechando, com os boatos de arrastão. Há ordens de crimes vindas de dentro da cadeia. O problema prisional não é só do detento e de sua família, é da sociedade.

Como seria uma intervenção do tipo?

Quem passa a gerir o sistema estadual é o governo federal. Triagem de presos, revisão de benefícios, tudo passa para administração e responsabilidade federal.

Além de intervenção, quais outras medidas urgentes podem ser tomadas?

Mudanças no Fundo Penitenciário, por exemplo. Hoje, há um valor de aproximadamente R$ 1,2 bilhão reservado para melhorias e principalmente construção de unidades prisionais. Mas, desde que o Fundo foi criado (em 1994), nem um terço foi utilizado, liberado. É dinheiro subutilizado. Um dos motivos são as exigências rígidas do governo federal aos estados para liberar o recurso, como já possuir um terreno para a unidade e, principalmente, ter um projeto arquitetônico que, na minha opinião, cobra-se que tenha um padrão alto demais de hotelaria. Precisa haver revisão dessas exigências e da própria gestão do Fundo; hoje, o Ministério da Justiça é o único responsável pela liberação dessas verbas, quando poderia haver um conselho com representantes do ministério e outros órgãos para isso. O RDC não exclui a possibilidade de se usar o dinheiro do Fundo, esse dinheiro poderia passar a ser usado via RDC, que é uma forma mais ágil de contratar obra. Mas essas exigências para liberar recurso do Fundo e a gestão dele precisam ser revistas.

E o papel dos estados nesse quadro?

Falta gestão estadual no setor prisional. Há anos. Um nível de gestão minimamente adequado. Não são todos os estados que têm Secretaria de Administração Penitenciária, por exemplo; há geralmente uma superintendência numa pasta.

A não adoção de uma medida como bloqueio do sinal de aparelhos celulares em presídios seria uma amostra da falta de gestão? Esse bloqueio seria uma ação custosa ou complexa?

Não, não seria. É falta de gestão mesmo.

Esse bloqueio não seria feito por temor quanto à reação dos presos?

Posso dizer é que, se o diretor do presídio tivesse o controle sobre ele, não deveria existir esse temor. Mas o bloqueio do celular resolve uma parte, há a comunicação por meio das visitas. O que se precisa ter claro é a ausência de administração mínima de um sistema pelos estados. Aponto outra medida a ser adotada: descentralização das unidades prisionais. O planejamento das unidades precisa ter em conta a necessidade de unidades no interior, para presos ficarem perto das famílias. No Maranhão, 30% a 40% da população carcerária, que está em São Luís, são do interior. E há, claro, necessidade de mais ações de profissionalização dos presos.

No Mutirão Carcerário de 2013, constatou-se piora de algum estado?

O Rio Grande do Norte piorou em relação a 2011, quando fomos lá. Piorou em relação a superlotação, por exemplo. De forma geral, todos os estados visitados este ano pioraram.

A piora na superlotação tem a ver com o aumento dos presos por tráfico, após a nova lei antidrogas?

Sim, o aumento de detentos por tráfico com a nova lei, a partir de 2006, é uma constatação. Isso pelo maior encarceramento do “pequeno traficante” e de usuários. Mas essa lei não exclui penas alternativas, como prestação de serviços ou monitoramento por tornozeleiras eletrônicas, o que deveria ser adotado em muitos casos, muitas dessas pessoas não são perigosas. Então o que está faltando também, por parte dos juízes, é maior uso das punições alternativas no país.

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Brasileiro se lesionou no segundo round ao tentar chutar o americano, que se consolida como campeão

IG

Chris Weidman é o legítimo campeão dos pesos médios do UFC. Mostrando que um raio pode cair duas vezes no mesmo lugar, o norte-americano derrotou novamente Anderson Silva e manteve o cinturão que tirou do brasileiro em julho. A vitória, porém, veio de uma forma que ninguém esperava: um nocaute técnico depois que Spider quebrou a perna esquerda ao tentar um chute durante o segundo round.

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