Os deputados estaduais, na sua maioria, que estavam descontentes com a liberação de recursos extras (suplementações orçamentárias) para secretarias, órgãos e até para pagamentos de indenizações familiares absurdas e estranhas, não têm mais do que reclamar.
Na edição do Diário Oficial,dia 19 de março, o Governo do Estado envia para a Assembléia Legislativa R$ 35,8 milhões a título de reforço orçamentário.
O volume alto de recursos foi negociado diretamente pelos líderes da bancada governista e comandado pelo presidente da AL, deputado Marcelo Tavares.
Há menos de dois meses em que o orçamento do Legislativo foi aberto, não havia ainda tempo para suplementação. O gesto foi duramente criticado pelo líder da oposição, deputado Ricardo Murad, diante do silêncio dos seus pares.
“A nossa preocupação agora é saber como essa verba vai ser aplicada. Estaremos vigilantes para que os recursos não contemplem alguns em detrimentos de outros”, dizia ontem um deputado do PDT para o Jornal a Tarde.
– Quem são uns e quais são os outros? – Indagou o jornal.
– Claro que estou me referindo aos setores funcionais do Legislativo-, despistou o parlamentar.
O aporte dos R$ 35,8 milhões deve ser concluído até quinta-feira. Até o momento, não existe nenhuma programação financeira para a aplicação do dinheiro nos setores funcionais da AL.
O Poder Judiciário não ficará de fora das suplementações. O Governo destinou R$ 60 milhões para o Tribunal de Justiça, sendo boa parte da verba para pagamento de auxílio-moradia de desembargadores, promotores e juízes.
Como alguns membros do judiciário estão reunindo documentos para mostrar que pagaram do seu bolso o auxílio, cada um em deve reembolsar cerca de R$ 250 mil.
Os recursos das suplementações começaram a ser liberados desde que o TSE decidiu pela cassação do mandato do governador Jackson Lago, que ainda permanece no cargo a espera da públicação do acórdão para entrar com embargo declaratório e tentar permanecer no poder, embora sejam remotas as possibilidades.