Ex-delegado diz que queimou corpos de militantes em usina

Ricardo Noblat, O Globo

Em livro de memórias, agente do Dops confessa crimes da ditadura.

Ex-delegado Cláudio Guerra se prepara para virar pastor.Ex-delegado Cláudio Guerra se prepara para virar pastor.

O livro de memórias de um ex-agente da repressão aos opositores da ditadura militar traz novas revelações sobre o desaparecimento e a morte de militantes de esquerda nos anos 70 e 80 no Brasil. Em depoimento aos jornalistas Marcelo Netto e Rogério Medeiros, publicado em primeira pessoa sob o título “Memórias de uma guerra suja”, o ex-delegado do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) Cláudio Antônio Guerra diz que pelo menos dez corpos de militantes executados teriam sido incinerados em uma usina de açúcar no norte do Estado do Rio em 1973. Afirma também que o delegado Sérgio Paranhos Fleury — símbolo da linha-dura do regime — teria sido assassinado por ordem dos próprios militares, assim como o jornalista Alexandre Von Baumgarten, dono da revista “O Cruzeiro”, como queima de arquivo.

“Isso me atormentou durante muito tempo porque eu sei que as famílias devem  ainda ter até hoje aquela esperança de saber o destino de seus entes queridos.  Se eu tive coragem de fazer, eu tenho que ter coragem de assumir os meus erros”,  diz Guerra em vídeo publicado na tarde desta quarta-feira no site de promoção do  livro, editado pela Topbooks, que chegará às livrarias no próximo fim de  semana.

Em trecho do livro publicado nesta quarta-feira no site “IG”, o ex-delegado  diz ter se aproveitado da amizade com o ex-deputado federal e ex-vice-governador  do Estado do Rio Heli Ribeiro Gomes, dono da Usina Cambahyba, para usar o forno  da unidade em Campos (RJ) e desaparecer com o corpo de militantes. De acordo com  o livro, teriam sido incinerados João Batista, Joaquim Pires Cerveira, Ana Rosa  Kucinski, Wilson Silva, David Capistrano, João Massena Mello, José Roman, Luiz  Ignácio Maranhão Filho, Fernando Augusto Santa Cruz Oliveira e Eduardo Collier  Filho.

Guerra afirma ter levado dois superiores hierárquicos ao local para que  aprovassem o uso do forno da usina: o coronel da cavalaria do Exército Freddie  Perdigão Pereira, que trabalhava para o Serviço Nacional de Informações (SNI), e  o comandante da Marinha Antônio Vieira, que atuava no Centro de Informações da  Marinha (Cenimar). Ambos já morreram; o primeiro em 1996, e o segundo em 2006. O  dono da usina, Heli Gomes, foi deputado pelo PTB, filiado à Arena e ao PFL.  Morreu em 1992, três anos antes de a usina fechar.

— Meu pai era simpático aos militares, mas naquela época ou você era de um  lado ou de outro. Ele não queria o comunismo dentro do Brasil, mas era  totalmente contrário a qualquer perseguição ou violência, era um democrata — diz  Cecília Gomes, filha de Heli, que considera as acusações de Guerra “absurdas”.

No livro, o ex-delegado diz que a comunidade de inteligência decidiu matar  Fleury em reunião realizada em São Paulo.

”Fleury tinha se tornado um homem rico desviando dinheiro dos empresários que  pagavam para sustentar as ações clandestinas do regime militar. Não obedecia  mais a ninguém, agindo por conta própria. E exorbitava”, diz o delegado em  trecho publicado pelo “IG”.

Oficialmente, Fleury morreu acidentalmente em Ilhabela, depois de tombar da  lancha. Segundo Guerra, ele teria sido dopado e levado uma pedrada na cabeça  antes de cair no mar.

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Segurança é preso em show suspeito de envolvimento no assassinato de Décio Sá

Blog do Daniel Matos

Décio foi executado com cinco tiros em um restaurante na Avenida Litorânea. Foto: ImiranteDécio foi executado com cinco tiros em um restaurante na Avenida Litorânea. Foto: Imirante

Um homem que trabalhava como segurança no show do grupo de pagode Revelação, realizado na última segunda-feira, na casa de espetáculos Patrimônio Show, na Praia Grande, foi preso em pleno serviço sob a suspeita de envolvimento no assassinato do jornalista Décio Sá. A prisão foi efetuada por policiais civis do Maranhão e do Piauí.

Segundo uma fonte do blog, que testemunhou a prisão e relatou o episódio em detalhes, os policiais chegaram à casa de shows por volta das 22h, em várias viaturas e abordaram todos os seguranças da festa, ordenando-lhes que encostassem na parede. Durante a revista, identificaram o suspeito que procuravam e imediatamente o colocaran em um dos veículos usados na operação. O homem estava de terno e usava um boné, mas não teve a identidade revelada. Ele negou qualquer participação no crime.

Um policial que também fazia a segurança do show e portava um revólver foi revistado e reclamou da truculência da equipe envolvida na operação. Ele teve que entregar a arma ao dono da empresa de segurança contratada para trabalhar no evento, cujo proprietário é o ex-lutador de vale-tudo Casemiro do Nascimento Martins, o Zulu.

Décio Sá foi assassinado com cinco tiros de pistola .40, na noite de 23 de abril, no bar Estrela do Mar, na avenida Litorânea. Após prender dois suspeitos de participação no crime, a Secretaria de Segurança Pública decretou sigilo nas investigações.

Segundo depoimentos de três pessoas ouvidas até o momento – duas testemunhas oculares e uma evangélica que participava de um culto na duna escalada pelo matador do jornalista após cometer o crime -, pelo menos três pessoas ajudaram a dar fuga ao assassino.

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Câmara aprova criminalização da exigência de cheque caução em hospital

Da Folha:

Condicionar atendimento médico-hospitalar emergencial a qualquer garantia, como o cheque caução, está mais perto de se tornar crime.

A Câmara aprovou nesta quarta-feira projeto de lei que estabelece detenção de três meses a um ano, além de multa, para o estabelecimento médico-hospitalar que exigir cheque caução, nota promissória ou qualquer outra garantia para realizar o atendimento de emergência.

Também fica proibido determinar preenchimento de formulários administrativos antes do socorro. As medidas valem para hospitais públicos e privados. A proposta, que muda o Código Penal, segue para análise do Senado.

Pela proposta, a pena será aumentada até o dobro se a recusa ao atendimento resultar lesão corporal de natureza grave, e até o triplo, se provocar a morte. Os hospitais também terão que exibir cartazes informando que é crime exigir garantias para prestar serviços de emergência.

Atualmente, a cobrança do cheque caução já pode ser questionada com base no crime de omissão de socorro, mas a nova redação dará mais segurança aos pacientes, além de prever punições mais duras aos hospitais que insistirem na cobrança de garantias.

O projeto foi encaminhado ao Congresso pelo Executivo após a morte de Duvanier Ferreira, secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, que sofreu um infarto. Ele procurou dois hospitais particulares de Brasília, mas não portava talão de cheque nem a carteira do plano de saúde e, diz a família, teve atendimento negado.

Diante do falecimento do assessor, a presidente Dilma Rousseff determinou que o governo tratasse de evitar novas vítimas por omissão. Se for aprovado, o projeto deve ser chamado de “Lei Duvanier”.

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Ex-prefeita de Santo Antônio dos Lopes é condenada

Alzira Barros de Melo desviou dinheiro público para a própria conta bancária e não prestou contas de verbas federais.

O Ministério Público Federal no Maranhão (MPF/MA) conseguiu na Justiça Federal condenar a ex-prefeita do município de Santo Antônio dos Lopes, Alzira Barros de Melo, ao ressarcimento de verbas provenientes de convênios celebrados com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Ministério do Interior e extinto Ministério da Ação Social. Parte do dinheiro foi desviada para a conta bancária de titularidade da ex-prefeita.

A Secretaria de Controle Interno do Ministério da Educação e o Tribunal de Contas da União (TCU) constataram irregularidades nas contas apresentadas pela ex-prefeita, referentes aos convênios ajustados com a União e o município de Santo Antônio dos Lopes, entre os anos de 1989 e 1992. Em 2000, o MPF ajuizou ação de improbidade administrativa contra Alzira de Melo.

Segundo o MPF, a ex-prefeita não prestou contas do convênio celebrado com o FNDE, e após vistoria in loco, a delegacia do Ministério da Educação no Maranhão comprovou que a construção da unidade escolar prevista no ajuste não foi realizada. Além disso, a auditoria de tomada de contas especial constatou o desvio de parte da verba para a conta de titularidade da ex-prefeita.

Nos dois convênios celebrados com o Ministério do Interior, a prestação de contas apresentada pela então prefeita foi incompleta e incompatível com a movimentação da conta corrente específica dos ajustes. Os convênios tratavam da implantação de infraestrutura hídrica permanente e da construção de terminal rodoviário em Santo Antônio dos Lopes.

Já no convênio celebrado com o Ministério de Ação Social, para a construção de 50 casas populares no município, a auditoria realizada na prefeitura de Santo Antônio dos Lopes constatou o desvio de parte dos recursos para a conta bancária da ex-prefeita.

Na sentença, a Justiça Federal julgou necessário o ressarcimento diante da evidente culpa da gestora em não prestar contas da verba repassada ao município. Alzira de Melo deverá devolver o dinheiro em valor corrigido e atualizado, que à época era de Cr$ 140.560.635,00 e NCr$ 300.000,00.

(Da Assessoria do MPF)

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Arnaldo Melo vai reunir lideranças para tratar sobre CPI da Pistolagem

deputado Arnaldo Melo. Foto: AL/MAdeputado Arnaldo Melo. Foto: AL/MA

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Arnaldo Melo, informou ao blog que reunirá com as lideranças dos blocos para discutir sobre a criação ou não de uma CPI para apurar o crime de pistolagem no Maranhão.

Melo pedirá que a proposta seja discutida de forma cautelosa para evitada decisão no calor do momento, se referindo à morte do jornalista Décio Sá por pistoleiros.

O deputado considera que apurar somente os crimes de pistolagem ficará muito restrito para uma CPI e lembrou que a do Crime Organizado envolveu diversos assuntos, como tráfico de drogas, roubo de cargas e pistolagens.

De 20 deputados ouvidos pelo blog, 16 disseram que votarão favoráveis, sendo a maioria da bancada governista. A proposta de criação de uma CPI da Pistolagem é de autoria do deputado Bira do Pindaré.

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Gardênia Castelo cobra do Governo do Estado combate à violência

Agência Assembleia

deputada Gardênia Castelo. Foto: Ascom/Assembleiadeputada Gardênia Castelo. Foto: Ascom/Assembleia

Em pronunciamento na sessão desta quarta-feira (2), a deputada Gardênia Castelo (PSDB) cobrou do Governo do Estado que os casos de homicídios registrados no Maranhão, a exemplo da execução do jornalista Décio Sá, sejam esclarecidos e que a Secretaria de Segurança atue no sentido de oferecer às pessoas condições de viver sem os perigos que presenciam ou são submetidas diariamente.

A deputada disse que a violência aumentou no Estado e tem atingido indiscriminadamente toda sociedade, mas que os casos têm ficado sem resposta da parte do poder público.

No episódio do assassinato do jornalista, Gardênia Castelo criticou o procedimento da polícia. A parlamentar contou que esteve no velório e ficou sabendo que o jornalista foi morto por volta das 11h30, mas que a polícia só fechou a saída da cidade em torno de 1h30. Gardênia Castelo enfatizou que o secretário de Segurança, Aluísio Mendes, tem que apurar todos os casos e que a situação atual, de insegurança, não pode perdurar.

Um exemplo de que a violência estaria atingindo toda sociedade, segunda a parlamentar do PSDB, foi o caso da esposa de um funcionário do gabinete da tucana, que na terça-feira (1º) foi atingida por uma bala perdida, na perna, no bairro da Liberdade.

Gardênia Castelo disse que, neste episódio, felizmente, não foi de morte ou de ferimento mais grave, mas que poderia ter sido, assim como pode vir a acontecer com outras pessoas.

CORREDOR URBANO 

No pronunciamento, a deputada do PSDB anunciou também que o prefeito João Castelo (PSDB) assinou convênio com o governo federal, em Brasília, através do qual a Prefeitura de São Luís vai receber R$ 169 milhões para investir no início da construção do corredor urbano de transporte, cuja primeira etapa irá da Avenida Ferreira Goulart, no São Francisco, até a Cohab.

A parlamentar elogiou a iniciativa da presidente Dilma Rousseff, que anunciou na solenidade que está reaprendendo a fazer parcerias republicanas, realizando parcerias sem levar em conta a cor partidária. Mesmo sendo para um prefeito do PSDB, Gardênia Castelo disse que a presidente tomou a iniciativa por ser presidente do país, com responsabilidade de administrar para toda população; e destacou que o projeto de mobilidade urbana é fundamental para a capital maranhense.

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TJ anula processo contra juiz aposentado de Barreirinhas

TJ/MA

juiz Fernando Barbosa de Oliveira Júnior. Foto: Neto Ferreirajuiz Fernando Barbosa de Oliveira Júnior. Foto: Neto Ferreira

O plenário do Tribunal de Justiça do Maranhão decidiu, por maioria de votos, nesta quarta-feira (2), pela nulidade de processo administrativo disciplinar contra o juiz Fernando Barbosa de Oliveira Júnior, anteriormente aposentado compulsoriamente pelo TJMA. O juiz foi representado por suposta denunciação caluniosa contra dois funcionários do Ibama que trabalham no Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses.

Prevaleceu o entendimento do relator, desembargador José Luiz Almeida, que votou pela anulação, por considerar que a abertura do processo se deu por decisão de apenas nove membros do Pleno, quando o número exigido seria de 13 desembargadores. Anulado o processo, a Corregedoria Geral de Justiça deverá apresentar nova proposta de instauração do procedimento, a ser novamente apreciado pelo plenário do TJMA.

O juiz aposentado havia dado entrada em representação por suposto crime de abuso de autoridade contra Juliana Fukuda e Edson Sousa Santos, funcionários do Ibama, alegando que eles teriam articulada a retirada de cercas irregulares no entorno do Parque dos Lençóis Maranhenses. A ação apontou como irregular a cerca de uma casa pertencente ao então juiz na praia do povoado de Atins, área pertencente à União, no município de Barreirinhas.

A Polícia Federal abriu inquérito para apurar o caso, a Procuradoria da República instaurou procedimento administrativo e o juiz federal substituto Neian Milhomem Cruz determinou o arquivamento dos autos por ausência de justa causa, encaminhando cópia integral para a Corregedoria Geral de Justiça adotar providências, diante da existência de indícios do crime de denunciação caluniosa por parte juiz aposentado.

O parecer da Procuradoria Geral de Justiça foi pelo arquivamento do processo, por perda do objeto, já que o juiz já havia sido aposentado compulsoriamente. O relator disse que o processo que aposentou o juiz está sub-júdice, podendo ser anulado. José Luiz Almeida, entretanto, entendeu que a instauração do processo se deu por número de desembargadores inferior ao exigido, motivo pelo qual votou pela anulação.

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Ex-prefeita de Zé Doca é acusada de improbidade administrativa

MPF/MA

O Ministério Público Federal no Maranhão (MPF/MA) encaminhou à Justiça uma ação de improbidade e uma ação criminal contra a ex-prefeita do município de Zé Doca (MA), Nathália Cristina Brás de Mendonça, devido a irregularidades na prestação de contas de um convênio firmado com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa). O convênio, firmado em 2006, repassou R$ 240 mil ao município, que serviria para realizar melhorias sanitárias em domicílios da localidade. Em 2008, a ex-prefeita apresentou a documentação referente à prestação de contas parcial do convênio, onde foram constatadas uma série de irregularidades como notas fiscais não identificadas e despesas em desacordo com os valores do saques expressos nos extratos bancários.

Diante das irregularidades, ficou claro para o MPF/MA que Nathália Cristina Brás de Mendonça executou o projeto em desacordo com as normas financeiras estipuladas no convênio. Assim, o MPF/MA quer que a ex-prefeita repare o dano causado, mediante pagamento, junto à União, do débito apurado. Pede, ainda, que ela fique impedida de se ausentar-se do município e que preste serviços à comunidade durante um ano.

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O lado obscuro das investigações

Por Leandro Castro de Brasília 

jornalista Décio Sá foi executado com cinco tiros na noite do dia 23.jornalista Décio Sá foi executado com cinco tiros na noite do dia 23.

Estacionado no último post datado da segunda-feira, 23/04/12, o blog do Decio Sá, jornalista que foi assassinado a tiros em um bar da Litorânea, em São Luis, continua sendo um dos mais acessados diariamente por internautas de várias partes do país, mesmo sabendo que o seu autor está morto há exatos 10 dias. No momento em que eu redijia este texto, cerca de 100 pessoas estavam online, acessos  registrados num pequeno espaço ao lado direito da página, que continua no ar.

O blog está servindo como uma das variantes investigativas tomadas pela polícia do Maranhão na tentativa de chegar aos assassinos. Pelo menos 120 textos escritos e postadas por Décio, do inicio de 2011 até a presente data, em especial aqueles com denúncias feitas por ele envolvendo personagens carimbadas tanto na área do poder político como empresarial do Maranhão estão sendo avaliadas por uma equipe de policiais ligados diretamente ao secretário de Segurança Pública, Aluísio Mendes.

Nenhum assunto denunciado por Décio está sendo descartado das investigações, segundo o próprio secretário. É de se perguntar: quanto tempo a polícia levará para descobrir a imperfeição de um crime (já que crime nenhum é perfeito)  que chocou o Maranhão e colocar seus autores na cadeia? Em um caso de grande repercussão internacional como a morte de Decio Sá, a sociedade não ficará satisfeita apenas com a prisão do homem que apertou o gatilho da arma P.40 e dos que deram o apoio logístico para a fuga. Todos desejam saber quem mandou. Essa é a cobrança da sociedade. Mas, entre muitas indagações, existem perguntas que o próprio secretário Aluísio deve está se fazendo, a si próprio,  tais como: e o bandido ainda está vivo? Aí reside a sua grande preocupação. Se o homem que matou o jornalista jamais for encontrado, o secretário estará passando à sociedade, inclusive ao governo a que serve, um atestado de incompetência e, assim sendo, poderia perder o cargo e o Caso Decio entrar para a galeria dos crimes insolúveis do Maranhão.

Ora! E se o bandido, caso venha a ser preso, findar delatando como seu mandante algum peixe graúdo, com estreitas ligações com o poder?  Será que ocorreria sua prisão? Essa certamente é outra preocupação de Aluísio Mendes, já que existe um histórico no Maranhão em que bandidos delatores de criminosos graúdos viram queima de arquivo mesmo estando sob custódia da polícia. Pelo menos, foi assim que aconteceu com o bando do Bel depois que seus integrantes foram presos pelo assassinato do delegado Stênio Mendonça, fato ocorrido na manhã do dia 25 de maio de 1997, na Litorânea, na mesma praia em que fica localizado o bar  em que  foi assassinado o jornalista Decio Sá.

A fragrante queima de arquivo sob o olhar disfarçado da polícia, hoje comandada por Aluísio Mendes, serviu à época para não expor uma rede criminosa enraizada nas entranhas dos três Poderes do Maranhão. Os mandantes do assassinato de Stênio Mendonça só foram descobertos e punidos dois anos depois, graças à CPI do Narcotráfico da Câmara dos Deputados, e não pelas mãos do governo do Estado. Portanto, é procedente o desabafo  de Vilanir Sá, irmã do jornalista assassinado, ao cobrar da governadora ações mais efetivas na elucidação do crime.

O simples fato de a governadora não comparecer à “Passeata pela Paz e pela Justiça”, ocorrida ontem, na avenida Litorânea, em homenagem à vítima, já é a senha de que, para a governante, a morte de Décio já é um fato passado e que não interessa mais. A continuar assim, logo a polícia irá esquecer esse bárbaro crime. Em seguida, o sindicato e  os amigos da imprensa também o esquecerão. Décio apenas será lembrado como um grande homem pelos seus familiares, que carregarão para sempre a saudade, bem como uma dor que jamais passará. É assim…

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Assembleia vai criar CPI da pistolagem

O deputado estadual Bira do Pindaré (PT/MA) protocolou na manhã desta quarta-feira (02), na Assembleia Legislativa do Maranhão, um pedido solicitando a instauração da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar os crimes de pistolagem praticados no estado.

O pedido foi motivado pela morte do jornalista Décio Sá, executado no último dia (23) com cinco tiros em um restaurante na Avenida Litorânea. O caso ganhou repercussão internacional e mobilizou diversas entidades de proteção aos direitos humanos, inclusive a Organização das Nações Unidas (ONU).

Para ser instaurada, a CPI da pistolagem necessita de pelo menos 14 assinaturas. No total a Assembleia Legislativa possui 42 parlamentares. Diversos deputados manifestaram posicionamento favorável à investigação.

A deputada Eliziane Gama ressaltou em seu discurso na sessão de hoje, que crimes dessa natureza devem ser combatidos e investigados com todo rigor.

A CPI da pistolagem deve movimentar a Casa de Tavares Bastos e promete agitar as investigações que apuram a morte do jornalista.

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