Jornal da Cidade Online
A Ordem dos Jornalistas do Brasil (OJB) saiu em defesa dos profissionais que atuam em mídias sociais modernas, como blogs, redes sociais, sites, canais de vídeo na internet e demais veículos de comunicação alternativos.
Para a instituição, o surgimento desses modernos meios de comunicação tem um saldo muito positivo, uma vez que abriu novas oportunidades de trabalho para todas as pessoas que atuam no jornalismo brasileiro.
Segundo a nota pública, quem ganha mais com a ampliação dos canais de jornalismo é o próprio consumidor da informação; já que uma maior concorrência pela audiência tende a elevar a qualidade das coberturas jornalísticas, além de possibilitar uma maior pluralidade de ideias no debate público.
“Quem mais ganha com isso é o consumidor de informação que, agora, tem mais opções de escolha sobre o produto jornalístico que irá consumir”, explica o documento.
É notório, porém, que alguns veículos da imprensa tradicional persistem em discriminar jornalistas independentes, que encontram nas mídias sociais modernas o exercício livre da profissão. Essa perseguição é bastante evidenciada quando a grande mídia tenta assassinar a reputação e credibilidade de um jornalista diplomado, chamando-o consecutivas vezes de “blogueiro” ou “youtuber”, termos usados com conotação pejorativa, para desqualificação do colega de profissão.
A nota afirma ainda que vários jornalistas profissionais atuam nas mídias sociais e praticam o bom jornalismo informativo e investigativo, com a devida apuração de fatos.
“Possuem fontes junto a governos, empresas e instituições e produzem conteúdo de qualidade, de forma independente, tanto quanto colegas que atuam na imprensa tradicional seriam capazes de fazer”, explica.
Não obstante a discriminação figurar como um ato de desigualdade, veículos da grande imprensa também são, flagrantemente, seletivos, “pois vários jornalistas que trabalham para esses mesmos veículos tradicionais também possuem seus perfis pessoais em redes sociais, blogs, sites de vídeo etc..”
“Estes colegas, porém, nunca foram discriminados e tratados com expressões depreciativas pelos veículos em que trabalham. Muito embora, façam nas redes sociais a mesma coisa que os colegas discriminados estão realizando”, diz a Nota.
A Ordem dos Jornalistas garante que um outro aspecto desta ação difamatória é a tentativa de manutenção do oligopólio pelas grandes empresas de comunicação sob o aspecto econômico e, principalmente, da circulação de informações e do direcionamento do debate público.
“O oligopólio da grande imprensa não pode ser a instância máxima a decidir sobre o reconhecimento ou não de um colega como membro da comunidade jornalística”, avalia a entidade, concluindo que “o jornalismo precisa olhar para frente, modernizar-se e ser inclusivo”.
Leia abaixo a íntegra da nota:
A Ordem dos Jornalistas do Brasil manifesta-se publicamente em defesa dos colegas jornalistas que atuam em mídias sociais modernas, como blogs, redes sociais, sites e canais de vídeo na internet, bem como em demais veículos de comunicação alternativos. O surgimento desses modernos canais de comunicação abriu novas oportunidades de trabalho para todas as pessoas que atuam no jornalismo brasileiro.
A ampliação dos canais de jornalismo trouxe uma maior concorrência pela audiência, o que tende a elevar a qualidade das coberturas jornalísticas, além de possibilitar uma maior pluralidade de ideias no debate público. Quem mais ganha com isso é o consumidor de informação, que agora tem mais opções de escolha sobre o produto jornalístico que irá consumir.
Porém, alguns veículos da grande imprensa tradicional insistem em discriminar jornalistas independentes, que encontram nas mídias sociais modernas o seu meio de exercício da profissão. Essa discriminação passa por chamar colegas jornalistas de “blogueiros” ou “youtubers”, termos usados com conotação pejorativa, desqualificando colegas de profissão.
Vários jornalistas que atuam nas mídias sociais praticam o bom jornalismo informativo e investigativo, com a devida apuração de fatos, possuem suas fontes junto a governos, empresas e instituições, e produzem conteúdo de qualidade, de forma independente, tanto quanto colegas que atuam na imprensa tradicional seriam capazes de fazer.
Como toda forma de discriminação, esta agora praticada por alguns veículos da grande imprensa também é flagrantemente seletiva, pois vários jornalistas que trabalham para esses mesmos veículos tradicionais também possuem seus perfis pessoais em redes sociais, blogs, sites de vídeo etc., e também exercem o jornalismo nesses canais. Estes colegas, porém, nunca foram discriminados e tratados com expressões depreciativas pelos veículos em que trabalham, muito embora façam nas redes sociais a mesma coisa que os colegas agora discriminados estão realizando.
Outro aspecto desta ação discriminatória é a tentativa de manutenção do oligopólio das grandes empresas de mídia, que sempre controlaram o mercado jornalístico não só sob o aspecto econômico-concorrencial, mas principalmente da circulação de informações e do direcionamento do debate público. O crescimento da audiência dos novos canais de jornalismo revela a qualidade do conteúdo produzido pelos jornalistas que neles atuam, representando assim um risco a esse oligopólio, que não hesita em lançar mão de práticas anticoncorrenciais desleais, antiéticas e reprováveis. A quebra desse oligopólio trará mais e melhores oportunidades de trabalho para jornalistas e conteúdos de melhor qualidade para o público consumidor.
O oligopólio da grande imprensa não pode ser a instância máxima a decidir sobre o reconhecimento ou não de um colega do como membro da comunidade jornalística. É preciso olhar para o futuro, aceitar a realidade do século XXI e ocupar os novos espaços de jornalismo abertos pelas modernas tecnologias, pois isto certamente fará bem à classe jornalística como um todo.
Na contramão da história, a visão arcaica de querer deslegitimar o jornalismo praticado nas novas mídias sociais se assemelha à ação de taxistas contra a concorrência dos modernos aplicativos de transporte. O jornalismo precisa olhar para frente, modernizar-se e ser inclusivo.
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