Escreveu Josias de Sousa

    Se você costuma freqüentar restaurantes chiques de grandes cidades brasileiras, já deve ter notado: não há sobre as toalhas das mesas cotovelos negros. A clientela negra é escassa, muito escassa, quase inexistente.  

     Quando for de novo a uma casa de repasto elegante, experimente fixar os olhos no plantel de garçons. Ganha uma refeição grátis quem conseguir divisar um empregado de cútis escura. Não há. 

    Estendendo-se a pesquisa visual às batidas policiais, a coisa muda de figura. Nesse tipo de diligência, aí sim, os negros são encontradiços.  

    Na hora de exigir a exibição de documentos, os policiais, mesmo os de cor achocolatada, costumam dar preferência aos patrícios de tez escura. Por vezes, humilham-nos. 

    Não é à toa que vigora no Brasil, país da mestiçagem, uma certa bagunça étnica. Há pretos que se consideram mulatos. Há mulatos que se proclamam brancos. E há brancos que juram não carregar nas veias nenhuma gota de sangue africano. 

    Pois bem. A situação parece estar mudando. Quem informa é o Ipea. O instituto de pesquisa que pende do organograma da presidência da República divulgou, na semana passada, um estudo alvissareiro.

     Revela o seguinte: ainda em 2008, a quantidade de brasileiros negros vai superar a de patrícios brancos. Mais: até o ano da graça de 2010, os negros serão maioria absoluta no Brasil. 

    O estudo do Ipea escora-se em dados extraídos da Pnad, a pesquisa nacional de domicílios. É feita pelo IBGE. O instituto subdivide os brasileiros em cinco matizes: “pretos”, “pardos”, “brancos”, “amarelos” e “indígenas”. 

    Eis a grande notícia: cresce o número de entrevistados do IBGE que enxergam o “preto” e o “pardo” ao olhar no espelho. “As pessoas, hoje, estão se reconhecendo mais como negros”, festeja Mário Theodoro, diretor de Cooperação e Desenvolvimento do Ipea.

     Em 1976, a Pnad contabilizara o pedaço retinto da sociedade brasileira em 40,1%. Os cidadãos que se declaravam brancos representavam, então, 57,2%. Decorridas três décadas, os negros (pretos + pardos) são 49,5%. Os brancos, 49,7%. 

     A ultrapassagem, calcula o Ipea, virá até o final do ano. A supremacia negra chega em dois anos e meio: “Se as tendências de fecundidade continuarem como nos últimos anos, a partir de 2010 o Brasil será um país de maioria absoluta de negros”, diz Mário Theodoro.

     Chega-se, então, à má notícia embutida no trabalho do Ipea: a média salarial dos negros brasileiros representa 53% dos vencimentos dos brancos. Neste caso, não há ultrapassagem no horizonte. 

    Mantido o ritmo atual, o Ipea estima que a equiparação da renda de negros e brancos não chegará tão cedo. É coisa para 2040. Repetindo: os negros só terão contracheques equiparáveis aos dos brancos daqui a 32 anos. 

    Diz-se que, no Brasil, vigora a “democracia racial”. Bobagem. As estatísticas provam o contrário. A brancura que viceja nos restaurantes chiques e o negrume das batidas policiais também demonstram o inverso. 

    O racismo brasileiro, por cordial, é uma fratura que, embora exposta, as pessoas se negam a enxergar. Nega-se o que é inegável. Ao começar a se reconhecer como negra, a sociedade dá um primeiro passo para mudar a posição do quadro. 

     Difícil adotar políticas públicas de promoção dos negros sem saber quem é negro. Corre-se, porém, o risco de enveredar por trilhas simplificadoras. 

     Por exemplo: os líderes partidários decidiram levar a voto, nos próximos dias, projetos que criam cotas para negros e índios nas universidades federais. Erro. É certo que o filho da família abastada, está a um passo do banco universitário. É certo também que, no Brasil, há mais brancos bem-nascidos do que negros.  

    Mas a idéia de colorir a política de cotas, além de desmerecer o mérito do estudante, impõe uma espécie de racismo às avessas. Parece mais razoável combater o privilégio no acesso às universidades fixando cotas por renda. 

     Ou, melhor ainda, o ideal é fixar cotas para estudantes provenientes de escolas públicas –sejam eles pretos, pardos, brancos, amarelos, vermelhos, azuis…

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    Concurso para preencher mil vagas

    Pouco depois de lançar concursos para as áreas da segurança e da saúde, o governo do Piauí acena com a criação de outras mil vagas de servidores efetivos. De acordo com a secretaria estadual de administração, Regina Sousa, a idéia é substituir os prestadores de serviço por funcionários de carreira, processo que já foi deflagrado nas áreas da saúde e da educação.

    Os planos do governo prevêem a abertura de vagas para a estrutura administrativa de praticamente todos os órgãos da administração direta, que hoje emprega cerca de mil terceirizados. A contratação de novos servidores veio para atender solicitação do Ministério Público do Trabalho, que recomendou a mudança. Os editais, contudo, só deverão ser lançados após o fim das eleições municipais para evitar, segundo o governo do Estado, acusações de uso eleitoral do certame. (fonte: Portal AZ). 

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    Confirmado

    Coloquei aqui, faz uma semana, que o secretário Moacir Feitosa iria entregar o cargo. Na mosca! Ontem, assessor do secretário de Educação do Município confirmou a informação. Adiantou que a saída do cargo será no dia 5 de junho.  

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    Reunião decisiva

    Ao contrário dos que estão festejando e de outros que acham que a bola de José Reinaldo Tavares murchou, após ser denunciado pela PGR na “Operação Navalha”, o ex-governador mantém seu nome como alternativa para a reedição da Frente de Libertação do Maranhão na sucessão municipal de São Luís.

    Existe um grupo de sete deputados federais, 12 estaduais e mais importantes auxiliares do governo Jackson Lago apostando na indicação de Tavares como o único com capacidade para aglutinar as mais diversas tendências partidárias na sucessão de Tadeu Palácio Palácio. Aliás, o prefeito de São Luis e alguns dos seus seguidores menos expressivos têm sido os únicos obstáculos na consolidação do nome do ex-governador como o candidato da frente.

    Dia 22, nesta quinta-feira, haverá mais uma rodada de conversação no Palácio dos Leões, com a presença de todas as lideranças que formaram a Frente de Libertação do Maranhão. Talvez, na noite do dia 22, possa sair um candidato de consenso ou a decisão de quem é chegado o tempo de murici.  

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    Faltosos

    Levantamento realizado pela Folha de São Paulo mostra que os pré-candidatos às eleições municipais quase não estão presentes no horário de sessões no plenário da Câmara Federal. São 52 parlamentares que pretendem disputar as eleições nas capitais. Só da bancada maranhense temos Waldir Maranhão, Flávio Dino, Cléber Verde, Pedro Fernandes, Gastão Vieira e Julião Amin.  

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    Candidatos da Mirante

    O Sistema Mirante de Televisão, agora vigiado de perto pela Rede Globo, assim como todas as demais afiliadas nas capitais, ainda não mostrou a cara de quem pretende apoiar na eleição municipal de São Luís.

    Mas quem observa os noticiários da TV, os comentários na Mirante AM e as matérias do O Estado do Maranhão, percebe claramente a preferência por três pré-candidatos: Raimundo Cutrim, Clodomir Paz e Gastão Vieira.

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    Globo reforça vigilância sobre afiliadas

    A partir do próximo dia 1º, a Globo terá sete profissionais monitorando os telejornais locais de suas 116 afiliadas em todo o país. Normalmente, esse trabalho é feito por duas pessoas e visa, principalmente, verificar se as TVs parceiras estão mantendo o padrão de qualidade ditado pela cabeça-de-rede.

    A informação é de Daniel Castro, na coluna Outro Canal, na Folha.

    De junho a outubro, no entanto, o alvo do controle de qualidade da Globo serão as eleições municipais. A vigilância é uma forma de impedir que suas afiliadas apóiem determinado candidato ou façam campanha contra outros, diz o colunista.

    Neste ano, a vigilância da Globo será maior em municípios onde donos ou sócios de suas afiliadas estão envolvidos em campanha política.

     Segundo a coluna Outro Canal, o controle sobre a programação local de 20 afiliadas da Globo é feito via internet, quase em tempo real. Essas emissoras colocam seus telejornais em um site ao qual só os profissionais da Globo têm acesso.

    As demais afiliadas enviam cópias de seus telejornais diariamente para o controle de qualidade. A avaliação é feita aleatoriamente e sob denúncia, informa Daniel Castro. 

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    Decisão tomada

    O presidente da Emap -empresa que dirige o Porto do Itaqui- João Castelo informou para alguns funcionários e até parentes seus com cargos na Emap que entrega o cargo no dia 4 para disputar a Prefeitura de São Luís.

    A filha Gardeninha pediu ao pai cautela. Acha que até o dia 25 as coisas vão ser amarradas pelas lideranças da Frente de Libertação em seu favor.

    João Castelo quer, além do apoio de Jackson Lago, Edison Vidigal, Aderson Lago, Roberto Rocha e José Reinaldo Tavares, que seja substituído na Emap pelo engenheiro João Rodolfo, seu primo, que ocupa atualmente a direção de operações da Emap.    

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    Precipitação

    Se tivessemos uma investigação sobre a Secretaria de Comunicação Estadual e a PF grampeasse o telefone do jornalista Gilberto Lima e em determinada conversa falasse que (sem nenhuma prova) os jornalistas Décio Sá e Marcos Deça estavam recebendo “mensalinho” da Secom, com certeza os dois seriam denunciados, ainda que inocentes.

    Jackson Lago e o secretário de Planejamento Aziz Santos foram denunciados pelo Ministério Público Federal por citações de terceiros ao telefone. A PF deveria, antes de concluir suas investigações, se aprofundar para oferecer resultados mais concretos. E verdadeiros.    

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    Oposição?

    Caso o STJ acate a denúncia do Ministério Público Federal contra o governador Jackson Lago na questão da “Operação Navalha”, caberá ao Legislativo Estadual conceder a liberação para a abertura do processo, que resultará no afastamento provisório do governador.

    Para que o processo não se inicie, serão necessários 28 votos. A bancada governista na AL é formada por 27 deputados. 15 deputados compõem a bancada da oposição. Acontece que a oposição propriamente dita, os parlamentares roseanistas, não chegam a 12 deputados.

    Soube, através de um parlamentar da oposição, que três deputados da bancada contrária não votarão pela abertura do processo contra Jackson Lago. Aliás, não custa lembrar que  cinco deputados da oposição não estão indo ao prédio da Assembléia Legislativa. Exatamente para evitar o quorom para que os verdadeiros oposicionistas comentem a denúncia do MPF contra o governador. E mais: o líder do oposição, deputado Ricardo Murad, não tem reclamado da ausência dos companheiros de bancada. 

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