Por Abdon Marinho
Minha cara Isabela,
Li o que escrevestes sobre o meu estado e o nosso povo. Não senti, em relação a você, ódio, raiva ou desejo de vingança – li e ouvi de muitos maranhenses que deverias responder criminalmente por preconceito contra o povo, o Ministério Público já fala que irá propor ação neste sentido. Discordo disso. Discordo até das manifestações que fizeram contra você. O meu sentimento foi e é de pena.
Me custa a crer que uma moça bem criada, que deve ter frequentado as melhores escolas de sua terra – que, diferente de você, respeito e admiro – mostre tanta ignorância em relação à cultura de um povo.
A cultura de um povo não é para ser bela, feia, pobre ou rica, é, sim, para identificar um povo onde quer que ele esteja.
Assim, quando você, em qualquer lugar do mundo, ver uma pessoa usando bombachas e tomando uma cuia de chimarrão, você imagina que aquela pessoa é da sua terra, se não do Rio Grande, de algum estado próximo. Neste momento você cria com aquela pessoa uma empatia, um sentimento de acolhimento. Acontece o mesmo conosco, quando, em qualquer lugar ouço uma toada, uma matraca, uma zabumba ou uma orquestra identifico com o meu Maranhão. Com uma saudade da minha terra, dos meus amigos, do meu povo.
Não existe cultura inferior ou superior, pobre ou rica, repito, existem culturas diferentes. E todas merecem o respeito das pessoas civilizadas, principalmente daquelas que acham que possuem uma cultura “rica”. Aliás, destas, já tem o respeito, pois elas sabem o que significa cultura.
Sabe, minha cara, já faz muito tempo que os europeus, a quem, provavelmente, achas possuidores de uma cultura superior, fizeram suas autocríticas sobre os equívocos que cometeram quando se transformaram em conquistadores de povos e tentaram impor sua cultura em substituição às manifestações culturais locais dos povos conquistados.
Compreenderam aquilo que você ainda é incapaz de entender: que o tambor de crioula, o bumba-meu-boi, os rituais africanos ou indígenas, da Amazônia ou da América do Norte, ou das tribos asiáticas ou da Oceania, são manifestações culturais diversas, distintas, nem por isso inferiores.
Não se ocorre o mesmo com a sua cultura. As maranhenses ou paraenses são cativas ao redor do mundo em apresentações.
Sobre suas palavras, na minha opinião, dignas de pena, achei-as, inicialmente, covardes. Pois ditas quando aqui já não mais estavas. Por que não as disse quando aqui chegou? Medo? Covardes por que atinge, em cheio, os maranhenses que a acolheu e que, com certeza, a tratou bem. Será que fariam isso se soubessem o que pensava delas? E do nosso povo por extensão? Durante o tempo que estivestes aqui ficastes calada, fostes falsa e hipócrita com essas pessoas, que hoje devem sentir repulsa por você. Terá valido a pena tanta hipocrisia?
Suas palavras são ofensivas também ao povo gaúcho, pessoas sérias e trabalhadoras que vieram buscar trabalho e oportunidades no Maranhão, justamente no estado, para o qual dispensa seus piores pensamentos. Veja que ironia: é num estado pobre que seus compatriotas vêm buscar trabalho e riqueza. Não se preocupe, se é que és capaz disso. São todos bem-vindos. Aqui há espaço para os querem trabalhar de forma honesta e ajudar a desenvolver o estado, bem como aqueles que apenas busca uma outra chance de recomeçar.
Se você tivesse andado um pouco mais pelo Maranhão teria encontrado muitos gaúchos trabalhando, fazendo fortuna, desenvolvendo o estado e muitos deles, acho que a grande maioria, não tem qualquer intenção de deixar a terra que os acolheu.
Quando dizes que aqui os homens são malandros e as mulheres “periguetes” (inclusive os amigos que fizestes?), garanto que não devem ser muito diferente dos que encontramos noutras partes do Brasil, inclusive na sua terra, por outro lado, a maioria dos maranhenses, gaúchos, mineiros, cariocas, cearenses, são pessoas trabalhadoras, honestas, que dão um duro danado para sobreviver e que por isso mesmo, não mereceriam uma agressão gratuita e torpe como a que nos dispensou.
Uma outra característica do estado, que você não deve ter observado é que aqui somos um povo acolhedor. Para o Maranhão acorrem brasileiros de todos os estados do Brasil. E aqui todos são bem tratados e respeitados, inclusive você, que elevou a um outro patamar a expressão “cuspir no prato que comeu”, não estavas acompanhando o esposo servidor de uma empresa? Pois é. Só depois que foi embora enxergou nossas defeitos e mazelas?
Dar-te-ei um conselho, sem cobrar nada em troca. Depõe contra você, que parece tão bem nascida, falar mal de seus anfitriões, no caso, o povo do Maranhão, que a recebeu de braços abertos. Não lhe ensinaram isso nas aulas de etiquetas ou nos cursos de boas maneiras ou na sua casa? Pior que isso, é falar mal dos anfitriões quando já estava distante, pelas costas, de forma torpe, através das redes sociais.
Sobre sermos um estado pobre, trata-se mais uma falta de conhecimento. O Maranhão possui condições ímpares e com riquezas que só as mais argutas vistas consegue enxergar. Se não atingiu um elevado grau de desenvolvimento isso se deve à razões que você, com certeza, não possui conhecimento para compreender.
Quanto à sua ignorância em relação ao que seja cultura, eu a desculpo, ser ignorante não deve ser uma opção voluntária. É falta de estudo mesmo. Pouca diferença há entre você e os terroristas que destruíram os museus no Iraque em data recente. Noutras palavras, você pode até ser culpada por sua falta de educação, não por ser ignorante.
Que Deus lhe permita compreender a bobagem contida nas suas palavras e a faça entender que, se o Brasil é uma grande nação, isso se deve às nossas diferenças, a nossa vasta diversidade cultural.
Abdon Marinho é advogado.
Vazou na internet na noite desta terça-feira (3), um suposto vídeo íntimo da apresentadora e ex-BBB, Sabrina Sato .
As curvas da oriental se tornaram um dos assuntos mais comentados nas redes. Os internautas e fãs da artista conseguiram identificar algumas características dela nas imagens, como a tatuagem de coração no cóccix.
Veja o vídeo:
A gaúcha Isabela Cardoso, que classificou a cultura do Maranhão de horrível, chamou a maioria dos homens da nossa terra de malandros e as mulheres de piriguetes, e disse ainda que somos um povo semi-analfabeto, pelo visto, não está só.
Além de ganhar o apoio de uma parcela significativa dos próprios maranhenses, agora passou a ser defendida nas redes sociais em todo o Brasil, e o Maranhão caiu na lama.
Veja abaixo o exemplo dessa internauta:
O programa Fantástico da Rede Globo, exibiu neste domingo (1º), uma reportagem especial mostrando como estão funcionando os postos de saúde Brasil afora. Mais de dois mil desses postos receberam a visita de fiscais dos Conselhos Regionais de Medicina. E a situação encontrada nesses locais é preocupante.
Assista abaixo a matéria completa exibida ontem.
A nova regra do seguro-desemprego começa a valer para quem for demitido a partir deste sábado (28), segundo informou o Ministério do Trabalho. Portanto, as mudanças valerão para esses trabalhadores que darão entrada no pedido a partir desta segunda-feira (2).
“A vigência da Medida Provisória [que estabelece as novas regras] começará 60 dias a partir da data da publicação. Sendo assim, as novas regras incidirão nos trabalhadores demitidos a partir do dia 28 de fevereiro de 2015”, diz o Ministério do Trabalho.
Com as mudanças, o trabalhador que solicitar o benefício pela primeira vez deverá ter trabalhado por 18 meses nos 24 meses anteriores.
De acordo com as novas regras, na segunda solicitação do benefício, ele terá de ter trabalhado por 12 meses nos 16 meses anteriores e, a partir da terceira solicitação, terá de ter trabalhado, pelo menos, por seis meses ininterruptos nos 16 meses anteriores.
De acordo com o Ministério da Fazenda, na primeira solicitação, o trabalhador poderá receber quatro parcelas se tiver trabalhado entre 18 e 23 meses nos 36 meses anteriores. Poderá receber cinco parcelas se tiver trabalhado a partir de 24 meses nos 36 meses anteriores. Já na segunda solicitação, ele poderá receber quatro pardelas se tiver trabalhado entre 12 e 24 meses nos 36 meses anteriores.
A partir da terceira solicitação do seguro-desemprego, vale a regra anterior, que prevê o recebimento de três parcelas para quem trabalhou entre 6 e 11 meses nos 36 meses anteriores. Para receber quatro parcelas do seguro-desemprego, ele terá de ter trabalhado entre 12 e 23 meses nos 36 meses anteriores e, para receber cinco parcelas, terá de ter trabalhado por, pelo menos, 24 meses nos 36 meses anteriores.
Outras mudanças
Também começa a valer em março um novo cálculo que reduzirá o valor da pensão por morte (do patamar de 100% do salário de benefício para 50% mais 10% por dependente até o limite de 100% e com o fim da reversão da cota individual de 10%).
Outra mudança é a vitaliciedade do benefício. Cônjuges “jovens” não receberão mais pensão pelo resto da vida. Pelas novas regras, o valor será vitalício para pessoas com até 35 anos de expectativa de vida – atualmente quem tem 44 anos ou mais. A partir desse limite, a duração do benefício dependerá da expectativa de sobrevida.
Desse modo, o beneficiário que tiver entre 39 e 43 anos receberá pensão por 15 anos. Quem tiver idade entre 33 e 38 anos obterá o valor por 12 anos. O cônjuge com 28 a 32 anos terá pensão por nove anos. Quem tiver entre 22 e 27 anos receberá por seis anos. E o cônjuge com 21 anos ou menos receberá pensão por apenas três anos.
Já entrou em vigor no dia 14 de fevereiro uma das novas regras anunciadas pelo governo para a pensão por morte. Com a mudança, só tem direito ao benefício quem conta com pelo menos dois anos de casamento ou união estável. A legislação anterior não estabelecia um prazo mínimo para a união.
As mudanças na pensão por morte fazem parte de um pacote de medidas provisórias anunciadas pelo governo no final do ano passado para tornar mais rigoroso o acesso da população a uma série de benefícios previdenciários. As mudanças não afetam quem já recebe o benefício.
Já no dia 30 de dezembro, entrou em vigor a alteração que estabelece que deixa de ter à pensão o dependente condenado pela prática de crime que tenha resultado na morte do segurado.
Do G1, São Paulo
Por Abdon Marinho
Um amigo me contava que quando jovem e seu pai era prefeito num município do interior tinham um servidor modelo. Exercia seu mister com tanta honestidade e zelo que era motivo de admiração por todos os demais. Tão cioso, que responsável pela arrecadação e finanças da urbe, se algum contribuinte, por algum motivo, deixava qualquer troco, esse numerário ficava grampeado e arquivado a espera do dono por anos a fio na tesouraria.
Embora o caso narrado acima seja de um servidor com uma dedicação ao serviço público bem acima da média, o seu comportamento, ainda que em menor escala, era observado por inúmeros outros servidores.
O serviço público era melhor. Tínhamos pessoas vocacionadas para servir ao Estado, que sentiam orgulho nisso e que se programavam para viver dentro dos vencimentos que recebiam, sem sentirem qualquer vergonha ou constrangimento em levar uma vida modesta, ética e honesta.
Faço essa reflexão, em parte, diante de todo esse escândalo envolvendo servidores da Petrobras e o serviço público de maneira geral. Outro dia um servidor daquela empresa, no curso de um acordo com a justiça, se propôs a devolver quase US$ 100 milhões de dólares. Foi além, disse que começara a receber vantagens das empresas prestadoras de serviços à Petrobras ainda no longínquo ano de 1997. É até provável que já recebesse antes disso. É até provável que alcance vá muito além do que se propôs a devolver. O mesmo se aplicando a muitos dos seus colegas de diretoria.
Como sabemos, os executivos da empresa estão entre os mais bem pagos do mundo. São salários elevados, bônus de desempenho de fazer inveja aos seus congêneres da iniciativa privada e por aí vai. Em resumo, não haveria motivação para, deixando de defender os interesses da empresa, dos seus acionistas minoritários e do governo, na condição de acionista majoritário, se valerem da corrupção para turbinarem, ainda mais, seus vencimentos.
Usa-se esse exemplo apenas como parâmetro, para assentar que não são os salários baixos, que dizem receber dos serviço público a razão para a corrupção endêmica que passa o país, os servidores da Petrobras, os mais bem pagos do Brasil, muitos com salários superiores ao que ganha um ministro de tribunal, governador e até a presidente da República, usaram seus cargos para fazerem fortunas pessoais.
E isso, antes mesmo da voz de comando maior determinar a institucionalização da bandalheira. Sim, conforme confessado, embora em escala bem menor, os desvios já vinham acontecendo. Empresários já ofereciam vantagens para facilitar um pagamento, receber uma obra, etc. Servidores, que possuíam o dever funcional de zelar pelo interesse da sua (nossa) empresa não se acanhavam de receber o suborno, a propina.
Precisavam? Claro que não.
Aliás, ninguém precisa se corromper por qualquer motivo. O servidor ao fazer um concurso público, ao receber uma nomeação para um cargo público, inclusive de Estado, já sabe qual é o vencimento e vantagens e desvantagens do mesmo. Se não são capazes de adaptarem suas despesas a elas, podem e devem recusar a nomeação ou o convite.
Mas, quase ninguém faz isso. Grande parte assume o emprego ou função contando com displicência do serviço público em cobrar resultados. Pensam: assumo e depois dou um jeito, falo fulano, beltrano, consigo uma disposição, reduzo minha carga horária, o importante é está dentro.
Isso com o servidor comum, o chamado Barnabé. Quando maior a patente maior a bandalheira. Foge a minha compreensão que o cidadão que não tinha um tostão no bolso, após um tempo de mandato esteja ostentando, rodando em carros de luxo, comprando mansões, aviões, iates ou ainda que gastem infinitas vezes mais que o salário do mandato numa eleição. Será que os cargos públicos ou mandatos operam o milagre da multiplicação do dinheiro? Decerto que não. Essa riqueza surgida de uma hora para outra é fruto da propina, do desvio de recursos públicos que deveriam ser empregados no bem comum da comunidade. Os salários, se administrados com parcimônia, são suficientes para o cidadão viver com algum conforto, viver bem, como class média. Jamais para manter contas polpudas em paraísos fiscais, comprar aviões, fazendas, mansões, iates. Ainda que o ocupante do cargo público seja um gênio das finanças como o filho de determinado ex-presidente.
Se vemos o cidadão saindo do vale-transporte, carona, do bico no ônibus, para viagens em jatinhos ou para a posse de tais bens, em decorrência de algum cargo ou emprego público que ocupou, a resposta é uma só.
A corrupção tornou-se endêmica no Brasil a partir da própria cumplicidade da sociedade, das forças que se acham progressistas e esclarecidas. Todos fingem não ver a estupenda melhoria de vida, os sinais exteriores de riqueza de qualquer um que lhe faz uma graça. Até os festejam sem qualquer pudor. Confraternizam com ladrões ao momento em que pregam moralidade.
O Brasil de hoje criou a romântica figura do ladrão ideológico: aquele que diz roubar em nome da causa.
Tem sido assim, o roubo dos recursos públicos não é repudiado como deveria ser pela sociedade. Pelo contrário, o que mais tenho ouvido nestes anos é que o político fulano ou sicrano foi um “otário”, um “tolo”, por não ter “tirado o seu”, quando ocupou um cargo de relevância.
Os últimos anos, principalmente após os governantes eleitos para moralizarem o país, terem esquecido o discurso, a ética e a moral e terem feito da corrupção uma pratica institucional, inclusive com manual de operações, o roubo dos recursos públicos tornou-se a coisa mais normal e corriqueira. Não passa de tolice dizer que o que mudou é que os corruptos estão sendo descobertos, julgados e punidos por isso que se ouve falar tanto em desvios. Não é verdade. A corrupção aumentou.
Outro dia me contaram que o Sr. Paulo Maluf – que é deputado federal no Brasil, mais não pode pôr os pés fora do país para não ser preso – teria dito, com razão, que pelo fez, diante do que fazem hoje deveria ser julgado em algum juizado de pequenas causas. Durma-se com uma dessas. O notório Maluf inconformado com o nível de bandalheira.
Apesar das instituições de fiscalização estarem atuando mais, com a polícia prendendo, o ministério público denunciando, a justiça julgando, é como se nada disso estivesse acontecendo. Agora mesmo, durante toda essa confusão em torno dos bilionários desvios na Petrobras, nada mudou nos estados, nos municípios, no governo federal. Ninguém deixou de dar ou receber propina, de desviar dinheiro, de receber vantagens indevidas. A impressão que tem é até que aumentou, como se todos quisessem tirar logo o seu. Até mesmo na Petrobras, alvo maior da bandalha, diz-se que as coisas continuam como sempre. E é assim em todos os setores, governos, repartições. Todo mundo tirando suas vantagens. Quanto maior o cargo maior a propina. Os que roubam sabem que quanto maior o roubo que praticaram menor é a chance de pagar por ele.
O Brasil é visto além fronteiras, como o país onde tudo é possível desde que se pague. Os agentes públicos e políticos que deveriam zelar pela imagem do país são os primeiros a lançar o seu nome na lama.
Foi-se o tempo em a honestidade no Brasil era tratada como um dever e não como um artigo de luxo.