A maldição do jornalista
Do Blog do Mauricio Stycer, do iG
O autor de ‘Feliz Ano Velho’ lançou, no final de novembro de 2008, seu sexto romance, ‘A segunda vez que te conheci’, no qual narra o reencontro, depois de anos de separação, do jornalista Raul com a filosofa Ariela. Entre o abandono e o reencontro, Raul casou e separou de Fabi, melhor amiga de Ariela, perdeu o emprego na importante revista em que trabalhava [substituído por um talento mais jovem] e enveredou pelo ramo do agenciamento de garotas de programa.
Quase um roteiro de cinema pronto [ou uma peça de teatro], tal o predomínio dos diálogos, rápidos e bem construídos, [A segunda vez que te conheci] é também um retrato, ainda que inacabado, de um certo ambiente jornalístico que o autor conhece bem. Aos 49 anos, Marcelo Rubens Paiva frequenta redações desde a década de 80 e deixa escapar no novo romance algumas reflexões, pouco edificantes, sobre este mundo. Reproduzo abaixo, o texto que ilustra o quadro ‘A Maldição do Jornalista’, que Fabi encontra preso na geladeira de Raul:
1. Não terá vida pessoal, familiar ou sentimental.
2. Não verá o filho crescer.
3. Não terá feriado, fins de semana ou outro tipo de folga.
4. Terá gastrite, se tiver sorte. Se for como os demais, terá úlcera.
5. A pressa será o único amigo, e as refeições principais serão sanduíches, pizzas e pães de queijo.
6. Os cabelos ficarão brancos antes do tempo. Se sobrarem cabelos.
7. Sua sanidade mental será posta em xeque antes que complete cinco anos de trabalho.
8. Dormir será considerado período de folga; logo, não dormirá.
9. Trabalho será o assunto preferido, talvez o único.
10. As pessoas serão divididas em dois tipos: as que entendem de comunicação e as que não.
11. A máquina de café será a melhor colega de trabalho, porém, a cafeína não fará mais efeito.
12. Happy hours serão excelentes oportunidades de ter algum tipo de contato com outras pessoas loucas como você.
13. Sonhará com sua matéria. E não raramente mudará o titulo dela e algumas palavras enquanto dorme.
14. Exibirá olheiras como troféu de guerra.
15. E, o pior, inexplicavelmente, gostará disso tudo.
Será que Paiva exagerou?
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Não sou jornalista de formação, mas desde que enveredei há um ano como blogueiro, o texto acima acaba me descrevendo muito bem, vida solitária é essa de jornalista!!!
Se exagerou Luís Cardoso eu não sei, mas qualquer pessoa pode muito bem conciliar sua vida profissional com a sua vida pessoal é só ter equilíbrio e bom senso, uma necessita da outra, e para o profissional do jornalismo não é diferente. Boa Sorte!
O interessante é que aceita tudo isso e muito mais………………………………………R$ ………………………..R$……………………………….R$…………………………..R$………………………………………R$………………………………………………………………………………..