Fernandão, o novo emergente

     

    Foto 3

    Dono da Edconsil, construtora que mais ganha obras no governo de Roseana Sarney, o empresário conhecido como Fernandão aos poucos vai exibindo o patrimônio conquistado nos últimos meses.

    É de sua propriedade o helicóptero que caiu e explodiu nas matas, entre Carolina e Igarapé do Meio, um Robinson R 44, que vitimou o piloto e o co-piloto.

    Fernandão é ligado demais ao secretário de Estado de Saúde, Ricardo Murad. E tem agora uma enorme fortuna.

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    Morre a filha do deputado Paulo Neto

    Faleceu ontem, por volta das 20h, Magylla Neto, filha única do deputado Paulo Neto, de 19 anos, vítima de diabetes.

    Ela foi encontrada desacordada no quarto  de sua casa, em Mata Roma. Foi levada pela mãe, a prefeita de Mata Roma, dona Carmem Neto, para Chapadinha e não resistindo veio a falecer.

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    Roseana desmente interesse na cassação de Castelo

     

    Roseana Sarney

    Por intermédio de um amigo próximo de João Castelo, a governadora Roseana Sarney desmentiu que tenha interesse na cassação do mandato do atual prefeito da capital.

    Castelo soube que o deputado federal Flávio Dino vinha conversando com o procurador Geral do Estado, Marcos Lobo, sobre o processo que move contra ele na Justiça Eleitoral. Lobo foi um dos principais advogados na luta judicial pela cassação do mandato do então governador JacksonLago.

    A estratégia seria cassar Castelo após o recesso do TRE e TSE para que Flávio Dino assuma a prefeitura de São Luís, não dispute o cargo de governador e deixe o caminho limpo para Roseana Sarney vencer no primeiro turno.

    Porém, a governadora tem confidenciado a amigos que não deseja a interferência de seus advogados no processo.

    Por isso, despachou o emissário para tranquilizar Castelo e deixar a porta aberta para futuras negociações entre ela e o prefeito.

    Nos últimos meses o diálogo entre os dois governamentes tem sido de harmonia e respeito. Quando estão em eventos públicos, demonstram a velha amizade que reinou ou ainda existe entre os dois.

    Para satisfazer Castelo e não deixar nenhuma dúvida no ar, Roseana Sarneu deu o cheque-mate: informou ao prefeito que já liberou a Procuradoria Geral do Estado para estudar meios que possibitem o retorno de parte dos R$ 120 milhões que Jackson Lago repassou para os cofres da prefeitura antes de ser cassado.

    Castelo

    Desse montante, o Governo do Estado ainda trouxe de volta pouco menos da metade. A prefeitura conseguir esconder em contas do tesouro municipal R$ 77 milhões.

    Era tudo o que João Csstelo queria ouvir. E não ficou por ai, não. A governadora mandou avisar ao prefeito que pretende em São Luís fazer uma administração compartilhada, com injeção de recursos para obras essenciais.

    Roseana, assim sendo, pensa em repetir na capital a votação que teve no segundo mandato, quando obteve mais votos do que seu adversário na época, o senador Epitácio Cafeteira.

    Flávio

    O fato de se aproximar de João Castelo, com a promessa de mundos e fundos, não significa dizer que o prefeito deixe na estrada seu novo aliado (Jackson Lago) e volte ao ninho de origem.

    Até lá tem muita água para passar por debaixo da ponte e ondas gigantescas para desafiar que melhor souber vencer o mar.

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    Prefeito "doente" animava festança

    eliseu mouraA presidente da CPI de Combate a Pedofilia no Maranhão, deputada Eliziane Gama, já requisitou cópias da fita do programa Município em Destaque, em que o prefeito de Pirapemas, Eliseu Moura, aparece dançando e animando uma festa em praça pública.

    Ocorre que Moura, para não prestar depoimento à CPI sobre acusação de manter relações sexuais e engravidar duas menores, mandou um atestado médico.

    De acordo com o atestado, assinado por um médico contratado pela prefeitura de Pirapemas, o prefeito estava com pneumonia.

    No dia seguinte, Moura estava dançando na festa pública ao som do Forró Sacode.

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    Prefeito “doente” animava festança

    eliseu mouraA presidente da CPI de Combate a Pedofilia no Maranhão, deputada Eliziane Gama, já requisitou cópias da fita do programa Município em Destaque, em que o prefeito de Pirapemas, Eliseu Moura, aparece dançando e animando uma festa em praça pública.

    Ocorre que Moura, para não prestar depoimento à CPI sobre acusação de manter relações sexuais e engravidar duas menores, mandou um atestado médico.

    De acordo com o atestado, assinado por um médico contratado pela prefeitura de Pirapemas, o prefeito estava com pneumonia.

    No dia seguinte, Moura estava dançando na festa pública ao som do Forró Sacode.

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    Sarney, Lobão, João Alberto e outros ganham R$ 23 mil de aposentadoria

    No Maranhão, ex-governadores embolsam R$ 23 mil mensais de aposentadoria. A farra chegam a mais de R$ 250 mil mensais para a turma do pijama.

    O presidente do Senado Federal, José Sarney, recebe como ex-governador do Maranhão R$ 23 mil a cada mês. Tem ainda uma aposentadoria como funcionário do Tribunal de Justiça e outra como senador, mesmo exercendo a senatória 

    A farra não se resume só ao guloso José Sarney. João Castelo ganha igual quantia mensalmente. O senador Epitácio Cafeteira fatura a mesma soma.

    E tem mais: a família do ex-governador Luiz Rocha tambem leva seu quinhão. No período da sua gestão, a Assembléia Legislativa chegou a aprovar pensão vitalícia para a filha inupta de ex-desembargador e ex-governador.

    Ou seja: aquela que ainda não tivesse contraído matrimônio. Era uma farra monstruosa bancada pela viúva pública. Como a pensão é vitalícia, passa de pai para filhos ou netos.

    O vice-governador, João Alberto, que governou o Maranhão com 90% de honestidade, conforme ele mesmo declarou, ganha também R$ 23 mil como ex-governador.

    O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, percebe a mesma quantia todo mês. O professor Ribamar Fiquene, que a exemplo de joão Alberto foi governador por curto período, leva a mesma aposentadoria.

    Roseana Sarney foi governadora do Maranhão por dois mandatos. Teve agora seu salário reajustado para R$ 14 mil. Porém, não tenho informações concretas de que ganha como ex-governadora.

    A deputada Helena Heluy ingressou com ação na justiça para derrubar os vencimentos do então governador José Reinaldo Tavares como governador e ex-governador.

    Ele, no exercício do cargo de governador, optou pelo salário de ex-governador porque governou o Maranhão por nove meses.

    Ele foi eleito governador, mas tinha assumido o governo por nove meses quando Roseana Sarney deixou o cargo para concorrer a uma vaga no Senado Federal.

    Jackson Lago foi governador de fato e de direito por uma período de dois anos e quatro meses. Tem direito, sim, a aposentadoria. E começará a receber, a partir de janeiro R$ 23 mil mensais. Com efeito retroativo ao período da cassação do seu mandato. 

    A decisão foi da própria governadora Roseana Sarney. Se não tivesse sido governador, embora tenha o mandato cassado, todos os seus atos seriam anulados de pleno direito.

    Portanto, não é justo lembrar que apenas Jackson Lago participe da farra sem esquecer os outros.

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    Refinaria Premium inviabilizada

    O Governo Federal decidiu não fazer nenhum investimento em refinarias no ano de 2010. Isto sigfinifica dizer que a tão sonhada Premium, refinaria que seria instalada na cidade de Bacabeira, vai aos poucos para o beleléu.

    São 24 obras do PAC que não receberão investimentos no próximo ano por decisão do presidente Lula.

    O governo retirou quatro obras da Petrobrás, incluindo a Abreu Lima, em Pernanbuco. Para que se tem idéia, a Abreu Lima começou a ser implantada em 2006 e ainda não concluiu os trabalhos de terraplenagem.

    Em 2010 a Abreu Lima e outras refinarias estarão fora do mapa da Petrobrás. Imagine, então, a Premium!

    O secretário de Indústria e Turismo do Maranhão, Maurício Macêdo, anunciou que os serviços de terraplenagem da Premium só começarão após o período invernoso.

    Em outras palavras, só a partir do segundo semestre do próximo ano. Com a decisão do governo Lula, a terraplenagem fica adiada para 2011.

    A Petrobrás, na verdade, nunca desejou instalar nenhuma refinaria no Maranhão. Pode até fazer o esforço de fazê-la, mas por teimosia do ministro Edson Lobão, que deixará o cargo em maio para disputar a reeleição. Ou, quem sabe, o cargo de governador.

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    Professores reconhecidos

    O prefeito Albérico Filho (PMDB) acaba de anunciar um abono de 750 reais aos professores da rede pública municipal de Barreirinhas. A medida é pelo reconhecimento dos relevantes trabalhos da categoria. Antes, ainda nesta semana, a Câmara de Vereadores aprovou o Plano de Cargos e Carreira dos professores enviado pela Prefeitura.

    Durante a semana o prefeito Albérico Filho realizou ampla programação natalina (as fotos são de Fátima Rocha):

    Foto 1

    Fez entrega de presentes à população na Praça do Trabalhador

    E distribuição de cesta natalinas à população no Módulo Esportivo

    Foto 2

    Leia, abaixo, a programação do Natal em Barreirinhas:

    Abertura às 19h30min

    Camerata Barreirinhense (Crianças com flauta)

    Coral infantil escola municipal (Boa Vista)

    Coral escola de música (Adultos)

    Missa às 20h00min

    Ação de graças (Coral da Igreja cantando duas músicas)

    Apresentação da peça (um canto de Natal)

    Apresentação do Coral (Água viva)

    * Todos esses ventos ocorrerão na Igreja Nossa Senhora da Conceição.

    Com informações do blog de  Kenard

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    Cruz Vermelha maltrata servidores do Nina Rodrigues

    A Cruz Vermelha Filial do Maranhão recebe altas somas da Secretaria de Saúde e não honra seus compromissos. A entidade administra o Hospital Nina Rodrigues. 

    Em novembro, por exemplo, obteve repasse de R$ 2. 207. 863, 90, mas até agora deixou os salários dos funcionários contratados pelo manicômio com dois meses em atraso.

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    Em Teresina, Flávio Dino confirma que é candidato a governador

     

    Ele trocou uma sólida carreira na magistratura pela política e virou um ferrenho opositor da família Sarney, no Maranhão. Deputado federal pelo Partido Comunista do Brasil(PCdoB), Flávio Dino desponta agora como virtual candidato a governador do Maranhão. O comunista diz que o Estado precisa de mudanças profundas e urgentes. “É fantástico o atraso histórico”, diz.

    Nesta segunda-feira, 21, o parlamentar maranhense (que recentemente ganhou o prêmio de 4° melhor deputado do país – pelo Congresso em Foco) esteve em Teresina, para um encontro com o governador Wellington Dias(PT). “Nós maranhenses acompanhamos com muito interesse, porque é uma experiência bastante próxima de mudança, de renovação, de afirmação de um projeto de desenvolvimento que é inspirador para o Maranhão”, declarou.

    O deputado federal, Flávio Dino, concedeu entrevista exclusiva ao Portal AZ. Confira:

    Portal AZ: O senhor teve uma agenda com o governador do Piauí na manhã de hoje. Do que  trataram?

    Dep. Flávio Dino: Nós tivemos uma conversa pela manhã. Foi uma visita de cortesia ao governador Wellington e ao mesmo tempo uma visita política. Primeiro de apoio à continuidade do projeto que ele lidera, de mudança do Piauí. Nós maranhenses acompanhamos com muito interesse, porque é uma experiência bastante próxima de mudança, de renovação, de afirmação de um projeto de desenvolvimento que é inspirador para o Maranhão. É uma visita que tem um caráter de cortesia, uma visita de final de ano e também uma visita política, de apoio recíproco; de empenhar o compromisso nosso, do PC do B, que aqui é representado pelo deputado Osmar Júnior. No caso, o PC do B do Maranhão é também solidário com o que o governador Wellington faz aqui no Piauí e ao mesmo tempo [quer] retirar experiências positivas para lá do outro lado do rio Parnaíba nós intensificarmos essa ideia de renovação que o Piauí conseguiu trilhar a partir de 2002.

    Portal AZ: Processo de renovação que foi interrompido no Maranhão com a cassação do governador Jackson Lago.

    Dep. Flávio Dino: Exatamente. Precocemente interrompido e nós precisamos reequacionar isso, reencontrar um caminho e nesse sentido ele mostrou com muito entusiasmos os indicativos, os indicadores de aprovação e nós saímos daqui certos de que é possível fazer isso no Maranhão.

    Portal AZ: Desses indicadores que o Piauí possui, qual que o senhor, particularmente, gostaria que o Maranhão já tivesse alcançado? 

    Dep. Flávio Dino: Nós temos um contencioso instalado recentemente relativo à saúde. Houve uma medida da Prefeitura de Teresina, que é uma decisão administrativa que nós respeitamos, mas ao mesmo tempo ela é evidenciadora das carências do Maranhão. Em todo o Leste e Sul do Maranhão, tirando praticamente a capital São Luís, nós não temos como tratar os pacientes portadores de câncer. Esse dado, só esse, relativamente à qualidade, a eficiência da saúde já é reveladora dessa carência que nós temos.

    Portal AZ: Pelo que chega até a gente, a intermediação desse problema junto ao secretário de Saúde do Maranhão é complicada. O senhor, como deputado, tem feito o quê pra resolver isso?

    Dep. Flávio Dino: A questão central é essa. Há uma medida da prefeitura de Teresina e nós temos, evidentemente, que respeitar. Porém, ela cria problemas no Maranhão. Eu, como deputado federal do Maranhão, atuo em duas direções: primeiro nessa mediação, que depende essencialmente do Governo do Maranhão. Eu não sou, eu não integro o governo, mas como deputado maranhense eu não tenho não só o direito, mas também o direito de reivindicar de ambos os governos, dos dois lados, que possam chegar a um entendimento. E ao mesmo tempo [tenho trabalhado] para suprir as carências. Estou destinando para o ano quem vem uma emenda parlamentar para o município de Caxias para a construção de uma unidade especializada de tratamento de câncer de alta complexidade. Nós esperamos que Caxias assumindo isso… É um investimento de R$ 1 milhão para que Caxias assuma não só na cidade como na macrorregião, que são mais ou menos 80 municípios. E aí nós evitaríamos problemas de saúde no estado do Piauí.

    Portal AZ: Isso evidencia, sobretudo, um atraso histórico.

    Dep. Flávio Dino: Fantástico o atraso histórico. É dramático porque nós só temos serviço de atendimento de portadores de câncer em São Luís e Imperatriz apenas. No Maranhão inteirinho – 217 municípios, 6,5 milhões de habitantes, 333 mil km² – dois serviços de câncer. Esse atraso histórico é que nos motiva na luta política.

    Portal AZ: Isso é falta de vontade política, desorganização administrativa? O que é, na verdade, que faz esses problemas perdurarem sem solução?

    Dep. Flávio Dino: É uma soma de tudo isso. Em primeiro lugar uma gestão governamental historicamente voltada de costas para o povo e ao mesmo tempo a eficiência; eficiência mínima, porque você tem recursos em abundância. Não só recursos federais. Há inclusive possibilidade de parcerias com o Instituto Nacional do Câncer, mas também recursos próprios. O Maranhão terá no ano que vem um orçamento de R$ 9 bilhões, o PIB maranhense é de R$ 36 bilhões e nós estamos falando a construção de uma unidade especializada cujo orçamento entre edificação e equipamentos é de R$ 1 milhão. Então R$ 1 milhão em um orçamento de R$ 9 bilhões estatisticamente não é nada.

    Portal AZ: E por que o Jackson Lago não fez quando foi governador? Pelo menos no discurso ela parecia ser diferente.

    Dep. Flávio Dino: Esse é um grande ponto de interrogação que nós temos. Eu tenho duas respostas: a primeira é que não deu tempo; a segunda é que houve muito desacerto na condução do governo ali no começo que fizeram com que ele não conseguisse marcar uma diferença administrativa significativa e esse é um exemplo que demonstra isso.

    Portal AZ: O senhor foi escolhido, pelo site Congresso em Foco, o quarto melhor deputado do país e pela terceira vez aparece em destaque na votação. A que o senhor atribui isso?

    Dep. Flávio Dino: A atuação parlamentar diversificada. Uma atuação lincada, vinculada com os problemas do Maranhão, mas também a preocupação com os grandes temas nacionais. Sempre com a preocupação de trazer uma experiência anterior; fui juiz por 12 anos, o que deu uma experiência sobretudo na área jurídica. Então eu exporto essa experiência da área jurídica, essa experiência profissional para o exercício do mandato, focando em alguns temas que permitam uma inserção no debate nacional. Eu destacaria em 2009 a reforma política, a reforma eleitoral que timidamente avançou. Timidamente, mas avançou. Eu fui relator dela na Câmara. E a atuação na temática da segurança pública; é um tema que eu persigo desde o primeiro ano de mandato.

    E mais recentemente, o debate que une o Maranhão ao Piauí que é o debate sobre o pré-sal. Eu tenho atuado muito em conjunto com o Osmar Júnior, o Marcelo Castro e o Júlio César. É uma frente multipartidária no caso do Piauí, eu sempre tenho contato com eles e nós temos atuado juntos; ajudado para que a emenda… as várias emendas que foram apresentadas tenham trânsito.

    Portal AZ: O senhor já foi juiz, hoje é deputado e tem um trabalho voltado para a segurança pública. Como o senhor vê o velho problema que parece estar se agravando no país da “polícia prender e a justiça soltar”? O que está sendo feito para diminuirem essas brechas?

    Dep. Flávio Dino: A questão central da segurança pública é a questão da justiça. Essa é uma abordagem que eu tenho feito desde o primeiro dia do meu mandato. Bem ou mal, o sistema de fiscalização, de investigação e de controle evoluíram no Brasil. O Ministério Público, as polícias em geral se equiparam, se qualificaram. O grande nó da chamada impunidade ainda é a morosidade da justiça, sobretudo em razão dessa sucessão de recursos. Recorre-se, recorre-se… É a diferença do uso para o abuso, é a diferença do remédio para o veneno.

    “O recurso é o remédio correto, mas o abuso é um veneno no sistema, porque ele conduz a ter entre um fato e o seu julgamento definitivo, decorram dez anos. E quando esse resultado vem, ainda que seja um bom resultado, ele já é um mau resultado, porque a sociedade já nem lembra mais daquele fato.”  

    Dep. Flávio Dino: Eu tenho trabalhado muito nas chamadas leis processuais. Nós já aprovamos seis ou sete leis bastante boas voltadas para essa ideia da agilização da justiça. Nós modificamos todo o rito do tribunal do júri. Eu li recentemente uma pesquisa mostrando que em São Paulo a velocidade ia cair para a metade, porque uma série de manobras protelatórias que eram possíveis de serem feitas, hoje não são mais possíveis. Houve uma lei, que eu fui autor do projeto, que permite que o Supremo e o STJ convoquem juízes de outras instâncias, sobretudo nesses casos chamados de foro privilegiado, que andam muito lentamente. Nunca teve nenhum caso de condenação nem no STJ, nem no Supremo de autoridades com prerrogativas de função que foram julgados. Então hoje nós criamos um mecanismo para agilizar esse processo.

    E na semana passada eu fui o relator de mais um processo, também nessa área de segurança, que enfrenta um problema que é excepcional, mas que quando acontece é muito importante, que é o “juiz intimidado”. Então nós pegamos um pouquinho de experiência colombiana e italiana. Foi aprovado quarta [dia 16/12] a noite na Câmara. Ele é um projeto que permite, em casos de crime organizado – e vocês viveram esse problema aqui no Piauí -, que o juiz possa dividir a responsabilidade do julgamento com outros juízes, porque as vezes ninguém quer julgar. Nós criamos o sistema de diluição de responsabilidade: o juiz não vai dar mais a sentença sozinho.

    Portal AZ: Também se fala muito em corrupção no judiciário brasileiro. Com a sua visão mais próxima do assunto, o que o senhor tem feito para diminuir esse sério problema do país? 

    Dep. Flávio Dino: Eu fui o primeiro secretário do Conselho Nacional de Justiça; ajudei na sua implementação. Defendemos na época, ainda como juiz, a criação do CNJ e eu fiquei 10 meses lá. Meus últimos 10 meses na justiça foi como secretário-geral do Conselho Nacional de Justiça – fiquei até março de 2006, quando saí pra ser candidato a deputado federal. E acho que essa é a maior contribuição com o judiciário e o próprio Congresso deram no combate à corrupção, que é real. Ela não é um discurso, ela é empírica, é fato. E o CNJ hoje… eu acho que tem resultados ao longo do tempo. Isso a gente tem que pensar historicamente. Há inclusive juízes aqui no Piauí que foram afastados por ação do CNJ, e no Maranhão também. Eu acho que esse é o grande mecanismo, o grande instrumento; você ter uma instância nacional que dê conta de apurar essas denúncias. Acho que é um êxito, está em processo de consolidação, mas nesses quatro anos já demonstrou que esse é o melhor caminho para combater esses casos.

    Portal AZ: Com a cassação do Jackson Lago, o senhor acha que vai acontecer com a família Sarney o mesmo que aconteceu com o Hugo Napoleão, aqui no Piauí? Ele conseguiu derrubar o Mão Santa e assumir o governo, mas cavou a própria cova política.

    Dep. Flávio Dino: Acho que a experiência do Piauí é bastante inspiradora nesse sentido. Há muita semelhança entre uma situação e outra. O que é importante é que se mantém um traço na política maranhense que é o exaurimento, o desgaste, a chamada “fadiga de material” – a população cansada do mesmo modelo e em busca de novos modelos. O que nós do PC do B hoje buscamos é encarnar esse sentimento de mudança, da busca do modelo; olhar para o futuro, olhar pra diante, juntar em torno de um programa as forças de renovação, reafirmar a bandeira da esperança e, portanto, evitar esse efeito de desarrumação e, com isso, construir um caminho novo para o Maranhão. Outros estados já conseguiram isso: o Ceará fez isso [a alternância do poder] já há bastante tempo; o Piauí é um exemplo nesse sentido. E o Maranhão acabou ficando como o último da fila, o último que não conseguiu ainda atrelar como se fosse um vagão que tá solto da locomotiva.

    O Brasil hoje tem uma avenida de prosperidade econômica pela frente, isso é indiscutível, e ao mesmo tempo permanece essa marca da desigualdade regional e o Maranhão acaba sendo o último vagão porque não encontrou ainda o seu caminho político. Tanto é que agora recentemente o chamado Índice Firjan de Desenvolvimento Humano colocou o Maranhão em último lugar; o Maranhão atrás do Piauí, inclusive, considerados os indicadores de saúde, emprego e renda. Não há explicação econômica para isso, evidentemente; o Maranhão tem condições econômicas infraestruturais bastante favoráveis, inclusive em termos comparativos, porque você tem três ferrovias cortando o Estado, tem seis estradas federais de grande importância, um complexo portuário dos mais privilegiados do planeta, tem uma base produtiva de grande importância que se desenvolve em torno do complexo minério-metalúrgico e também do agronegócio, que também é expressivo. Tem possibilidade de expandir a agricultura familiar e a pesca, potencial turístico indiscutível… Nós temos a possibilidade de diversificar a base produtiva do Estado e transformar isso em um desenvolvimento com inclusão social, com justiça social. E isso não é um problema econômico, é um problema político. E essa é a razão pela qual a eleição de 2010 é fundamental, porque ela tá mais ou menos em uma encruzilhada histórica do Maranhão; como o Maranhão deixa de ser esse vagão que perdeu o trem do desenvolvimento do Brasil.

    Portal AZ: Há muitas especulações sobre as eleições para o próximo ano. Falam que o senhor é pré-candidato ao governo, mas falam também que o senhor pode se candidatar ao Senado ou ainda ir para o STF, com manobra do próprio presidente Lula, deixando o caminho livre para a reeleição da Roseana. De todas essas especulações, o que é verdade e o que é mentira?

    Dep. Flávio Dino: As especulações são tão contraditórias que eles mostram que têm uma coisa em comum: todas são falsas. As especulações são tão diversificadas que elas se negam. A melhor forma de negar todas elas é afirmar uma ideia: eu tomei café com o governador Wellington e saio convencido que é possível eu ser o Wellington do Maranhão; ser aquele que lidera um projeto de renovação, projeto de mudança. Essa é a ideia. Ideia número um, o plano “A”, a única ideia e o único plano.

    Portal AZ: É trabalhar a candidatura o governo?

    Dep. Flávio Dino: É isso. Estamos trabalhando já, intensamento com isso, construindo uma frente modernizadora, renovadora, desenvolvimentista, ancorada nos movimentos sociais, na tradição de luta popular do povo do Maranhão, de luta social, luta pela reforma agrária no Maranhão, que é uma questão central. Uma frente, portanto, que tenha um programa de mudanças autênticas, ancorada em um projeto nacional e que se expressa partidariamente, evidentemente, pelo meu partido e pela busca do chamado campo democrático popular. Nós não temos uma visão de exclusão de ninguém, mas uma visão de unificação inicial desse chamado campo democrático popular, que tem o PT como uma referência central.

    Portal AZ: Já existem alianças em vista? Com quem o senhor já conversou?

    Dep. Flávio Dino: Olha, nós temos conversado muito com o PSB, naturalmente. É um parceiro nacional do PC do B, inclusive. Integramos o mesmo bloco parlamentar na Câmara – o bloco é formado por PC do B, PSB, PMN e PRB. Então, em primeiro lugar buscando unificar no Maranhão o campo parlamentar que nós temos, com destaque para esses parceiros. Abrimos uma discussão também com o PPS, que hoje tem um projeto próprio no Estado; o PPS apresentou candidato próprio a governador no Maranhão. E ao mesmo tempo temos a discussão com o PT. A questão central é o apoio do PT, que se vincula a essa disputa interna do PT [do Maranhão], que ainda está em curso. Nós temos que respeitar o ritmo dos outros partidos; nós não temos nenhuma opinião a dar sobre a luta interna no PT. Não seria adequado, já que nós somos de outra agremiação. Assim como ninguém dá opinião nos nossos assuntos, ninguém dá opinião nos assuntos alheios. Temos boas relações com todas as correntes internas do PT do Maranhão; uma excelente relação. Eu próprio fui do PT por sete anos.

    Portal AZ: E há possibilidade de aliança entre PC do B e PMDB no Maranhão?

    Dep. Flávio Dino: No atual contexto, nenhuma possibilidade.

    Portal AZ: É que dizem que em política tudo é possível.

    Dep. Flávio Dino: Tudo é possível em tese, né? Abstratamente; você olhando o mundo abstrato. Abstratamente é possível uma aliança PC do B – PMDB no Piauí? É! É possível no Ceará? É! É possível no Rio? É! Só que o mundo não é abstrato. Você fala de realidade política concreta e no quadro que se produz, na cena política maranhense essa aliança não é possível.

    Portal AZ: O Lula disse que nos estados onde não for possível unir os aliados, quer ter mais de um palanque para a Dilma. No Maranhão, se o senhor for candidato, a Dilma terá um palanque?

    Dep. Flávio Dino: Nós estamos aguardando, até porque nós temos uma relação muito fraterna com o PSB e o PSB mantém a pré-candidatura do Ciro [Gomes]. Essa é a razão pela qual o PC do B ainda não definiu formalmente qual será o seu apoio. Nós temos uma propensão pela continuidade do projeto… de se manter no chamado “campo Lula”. E quem expressa hoje essa opção pela continuidade com mais reforço é a candidatura da Dilma, mas como nós temos também a candidatura do Ciro no mesmo campo político de um partido co-irmão, o PC do B no seu 12º Congresso considerou mais adequado não decidir ainda e aguardar o fluxo, as conversas entre os vários partidos. Nós do PC do B vamos aguardar as definições, embora a propensão mais forte seja apoiar a candidatura da Dilma.

    Portal AZ: Como é a sua relação com essa nova direção do PT?

    Dep. Flávio Dino: Nós estamos aguardando acabar o processo interno do PT. O Monteiro é um amigo de mais de 20 anos. Eu atuei como advogado do sindicato que ele dirigiu… o Monteiro é uma pessoa com a qual eu tenho um grande relacionamento pessoal e político. Participou da minha campanha de prefeito, lá em São Luís, e tenho certeza que no nível partidário – eu como presidente estadual do PC do B; ele como presidente estadual do PT – vai ser uma dupla que vai fazer muitos gols na política do Maranhão.

    Com informações do Portal AZ

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