Por Roberto Kenard
Ricardo Murad resolveu abrir fogo (teria sido melhor uma polêmica) contra o jornalista Augusto Nunes, da revista Veja. E com termos que ninguém recomendaria. Não havia ninguém para demovê-lo?
O que ganhou, afinal, o então secretário de Saúde Ricardo Murad escrevendo uma nota destemperada contra o jornalista Augusto Nunes? Nada. Muito ao contrário. Isso para não falar nos atropelos ao idioma, encontráveis aos punhados na citada nota (mais uma arma oferecida ao adversário, se é disso que se trata).
A idade não parece ter oferecido a Ricardo Murad a possibilidade do amadurecimento, da firmeza que não se confunde com o cangaço. Ele se sente tão onipotente que sequer precisa de um assessor que o auxilie na redação de uma simples nota ou de um político experiente para lhe conceder a tinta do conteúdo exato?
Do contrário não começaria a nota por um “publique se for homem”. Essa é a linguagem do Brasil profundo, das disputas de sangue, daquele que supõe que ser macho é não levar desaforo pra casa. A civilidade (Ricardo tinha tudo para dar um banho em Augusto Nunes, se como diz estava sendo injustiçado) e a democracia não fazem parte desse mundo.
Por exemplo: Se Ricardo Murad diz que Nunes deveria tê-lo ouvido, a nota era a oportunidade para dizer o que não lhe foi perguntado. Restaria ao jornalista publicar ou ser desmascarado. Mesmo não tendo o jornalista escrito uma reportagem, mas um artigo. E por conta de um artigo você pode ser acusado de ser injusto ou elogiado por ter sido justo. Jamais por não ter ouvido o outro lado.
O que espanta é que a Ricardo Murad sempre falta essa serenidade, ainda quando precisa se defender. A resposta, ao invés de livrá-lo da acusação, o expõe de maneira tosca, em estado elementar.
O diabo é que o Maranhão vai de cambulhada, como se a isso nos resumisse.
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