Planalto muda estratégia para esvaziar repercussão de protestos

Por Gerson Camarotti

O Palácio do Planalto mudou a estratégia de reação aos protestos neste domingo em comparação com as manifestações do dia 15 de março. Dessa vez, a ordem foi esvaziar a repercussão política dos atos. Por isso, houve uma determinação para evitar entrevistas de ministros.

Mais do que isso: foi calculada a decisão de evitar levar a repercussão dos eventos para o Palácio da Alvorada e para o Palácio do Planalto, os dois principais símbolos da Presidência da República.

A nova estratégia de comunicação para enfrentar os protestos já reflete o estilo do novo ministro Edinho Silva (Secretaria de Comunicação Social). Os demais ministros também avalizaram essa tática em conversas telefônicas ao longo do dia.

No mês passado, a presidente Dilma Rousseff fez reuniões durante o dia no Palácio da Alvorada, convocando, inclusive, ministros que estavam fora de Brasília. E depois, convocou uma entrevista que aconteceu dentro do Palácio do Planalto. Para a entrevista de março, foram escalados na ocasião os ministros José Eduardo Cardozo, da Justiça, e Miguel Rossetto, da Secretaria Geral.

A entrevista que foi transmitida ao vivo teve como objetivo dar uma resposta do governo às manifestações. Mas acabou tendo efeito contrário, ao potencializar os protestos daquele dia. Além disso, acabou expondo a divergência de pensamento entre os próprios ministros.

Hoje, a estratégia foi blindar a presidente Dilma Rousseff das manifestações. Tanto que os ministros Cardozo e Rossetto monitoraram os protestos do prédio do Ministério da Justiça. E Dilma foi informada dos atos, mas evitou fazer uma reunião emergencial como aconteceu da vez anterior.

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