A diplomacia do vexame
Por Abdon Marinho
A cada notícia de horror que nos chega do Oriente Médio aumenta o meu sentimento de vergonha com o modelo de diplomacia brasileira dos últimos anos. A vergonha só não é maior porque já sei que ninguém nos leva mais a sério entre os países civilizados.
A última notícia confirmada foi a decapitação de 21 (vinte e um) cristãos coptas egípcios feitos reféns pelo Estado Islâmico na Síria. O Egito informou já ter iniciado o bombardeio de alvos do grupo terrorista em represália à decapitação coletiva dos seus cidadãos. A imagem de pessoas sendo degoladas, por si já revela o desapreço e o nível de barbárie e insanidade que norteiam as ações do grupo. Mais grave, quando sabemos que a exibição das cenas horrendas têm o propósito de confrontar o mundo civilizado e de servir de material de propaganda para atrair, entre os desajustados da sociedade, adeptos para a sua “causa”.
Antes desta exibição de barbárie, a cena mais horripilante, até então, deste mesmo grupo, foi a imolação de um piloto jordaniano ocorrida a cerca de vinte dias antes desta última exibição de crueldade. Um amigo me mostrou as imagens que chegaram ao seu celular, e as exibiu, contra a minha vontade, na sala onde estava. A cada dia se superam na capacidade de fazer o mal. Já se fala em mais 45 i (quarenta e cinco) iraquianos queimados vivos e em dezenas de crianças feitas prisioneiras com o mesmo propósito.
A estes últimos episódios devem ser acrescidos os estupros coletivos, a matança de comunidades inteiras, a expulsão de tantas outras de suas comunidades, o massacre de mulheres, crianças e idosos.
Haverão de perguntar o que o Brasil tem a ver com isso? Pois bem, a vergonha que nos faz passar a diplomacia brasileira decorre da simpatia que nutre o nosso governo por tudo que é grupo terrorista existente no mundo. Ao Estado Islâmico a simpatia é mais recente mas já fez estragos.
Na abertura da última Assembleia Geral da ONU, o Brasil, fazendo jus a tradição de envergonhar os cidadãos decentes do país, a presidente defendeu o diálogo com o grupo terrorista capaz de tamanhas barbaridades como forma de pacificar a região. Toda vez que alguma notícia de barbárie nos chega, alguém faz questão de lembrar o discurso infame.
Desde 1947, uma tradição iniciada com Oswaldo Aranha, o Brasil possui a honra de abria a reunião anual da ONU, em 24 de setembro de 2014, a nossa presidente usou tal deferência, num discurso tão vazio quanto inconsistente, para defender o dialogo com o grupo terrorista que empapa de sangue as areias dos desertos da Síria e do Iraque.
Falando em nosso nome, a digníssima presidente defendeu o dialogo com um grupo que tem no terror insano uma estratégia de dominação e que não possui legitimidade alguma para falar em nome de ninguém. Não representam país, etnia ou causa. Ocupando uma faixa de território entre a Síria e Iraque tem como método a dominação de civis pelas armas e pelo terror. Em pleno século vinte um, usam os métodos que ficaram perdidos nas brumas do tempo, a ameaça, a chantagem, o extermínio de etnias, de grupos religiosos minoritários…
Demonstrando viver num mundo paralelo – basta ver as respostas que dão aos escândalos que subiram as rampas e se alojaram nos palácios do poder – a nossa presidente, não faz seis meses criticou o governo norte-americano por apoiar o uso de força, e propôs diálogo com o grupo terrorista que a cada dia que passa mostra não possuir limites à sua brutalidade.
A sorte é que as lideranças internacionais parecem não ter levado a sério o discurso da mandatária brasileira, dando-lhe o tratamento das coisas irrelevantes e que servirão apenas para constar nos anais da história. Decerto as perguntas que se cabia fazer, as fizeram internamente. Dialogar com quem? Negociar o que com um grupo terrorista? Será que atenderiam aos pedidos da presidente brasileira para não saírem por aí decapitando jornalistas, cristão, matando crianças, estuprando mulheres, dizimando etnias inteiras?
Faltou perguntar isso e outras coisas mais.
Com uma diplomacia tão exemplar, não é sabida a razão do governo brasileiro não ter sido procurado pelo japonês ante a chantagem feita pelos terroristas que cobraram US$ 250 milhões de dólares pela vida de dois de seus concidadãos – que acabaram perecendo – quem sabem não aprendessem o segredo de se dialogar com o grupo terrorista.
A cada demonstração de violência explicita a diplomacia brasileira é confrontada com a verdade infame de suas posições. Diante delas, lançam notas tímidas de repúdio como a se envergonharem do apelo ao “diálogo”.
Não lembro de ter visto o Brasil tão isolado nas suas relações internacionais quanto parece encontrar-se agora com sua política tortuosa. As nações sérias simplesmente ignoram o que falamos em quaisquer fóruns de debates.
Não tendo o que dizer sobre nada em lugar nenhum do mundo, a mandatária do Brasil se furta ao diálogo (logo ela que propõe dialogo até com os terroristas mais radicais), sobre os fatos que preocupam a humanidade. Não foi a Paris juntar-se aos mais de 40 chefes de estado em protesto contra o ataque terrorista que ceifou a vida dos jornalistas do jornal Charlie Hebdo; não foi a Davos, na Suíça, ao fórum econômico mundial, preferindo ir prestigiar a posse do vizinho que expropriou o patrimônio da Petrobras e não disse nada diante da guerra quase declarada entre Rússia e Ucrânia. Neste último caso o Brasil é parte diretamente interessada por contas do grupo econômico constituído com a Rússia, India, China e África do Sul, o chamado BRICS. Não se viu uma iniciativa no sentido de chamar ao diálogo o líder russo. Uma mísera iniciativa, nem mesmo chamar uma reunião do bloco. Preferiram deixar a iniciativa de apaziguar os ânimos à chancelar alemã e ao presidente francês.
Apesar de tanto vexame é comum ouvir os governistas elogiarem a “altiva” política externa brasileira. Quando ouço isso confesso não saber do que falam. Tanto fazem, e com tanto despudor, que as palavras acabam por mudar de sentido, vexame, por exemplo, virou sinônimo de altivez.
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Seis pessoas da mesma família são mortas por briga de terra
Um conflito de terra na área de invasão da Estiva, localizada na zona rural de Redenção, terminou com assassinato de seis pessoas, quatro adolescentes e dois adultos. As vítimas foram mortas a golpes de foice.
A chacina, aconteceu na madrugada de terça-feira (17), depois que o elemento conhecido por Jonhe, juntamente com o irmão dele conhecido, por ‘’Tonho’’, assassinaram a golpes de foice, o casal Lediane Souza Soares e Washington Silva, os filhos Júlio César Soares, 15 anos, Weslei Souza Soares, 09, Samia Soares, de 13 anos, e o sobrinho Mateus Soares Barros, de 15 anos de idade.
Crime de Encomenda : A barbárie está sendo considerado pela polícia, como crime de encomenda e o principal suspeito de ser o mandante, é cabeleireiro, Oziel de Moura, que reside na cidade de Redenção, ex-proprietário da terra onde a família havia recentemente assentada.
Segundo informações de colonos que residem na área de invasão onde aconteceu a tragédia, Oziel, havia adquirido um lote de terra, mas, devido não fixar moradia dentro da área adquirida, o Instituto de Colonização e Reforma Agrária- Incra, destinou a terra para a família de Washington e Lidiane, que passaram a fazer investimentos na área.
De acordo com os comentários dos colonos, havia nove dias que a família fora assentada dentro da área pelo Incra. Os comentários no local onde aconteceu a chacina são os de que a família havia recebido um recado que era para eles deixarem a área. Os boatos, são os de que Oziel de Moura, fora quem mandou o aviso para os novos colonos.
Crueldade: Na noite de terça, os irmãos resolveram mostrar o lado cruel de cada um deles matando as seis pessoas a golpes de foice na beira do rio Estiva, e depois jogaram os corpos dentro do rio.
A crueldade chocou os moradores, que questionavam o porque de tamanha barbaridade. Antes de serem assassinadas, as seis vítimas foram obrigadas a percorrer um caminho de aproximadamente cinco quilômetros até chegar ao local da execução. Todas as vítimas tiveram a barriga cortada pelos monstros assassinos.
Nem a criança de nove anos e os adolescentes, foram poupados. O crime foi descoberto por um caçador que estava caçando durante a madrugada e quando foi até a beira do rio viu muito sangue e deduziu que poderia ter acontecido um crime.
O corpo de Leidiane , foi encontrado as margens do rio com as vísceras para fora da barriga. Os demais corpos foram encontrados pela equipe dos Corpo de Bombeiro, durante um sobrevoo no helicóptero da polícia.
Até o fechamento desta edição apenas um suspeito havia sido preso pela polícia, trata-se do elemento conhecido por ‘’Cabeça’’, que emprestou as foices para os dois irmãos. Uma verdadeira caçada humana está sendo realizada por homens das polícias Militar e Civil, na tentativa de prender os irmãos autores da chacina. (Do Blog DinhoSantos)
Caro Sr. belíssimo post, é bom saber que o PT tem destruído a nossa nação em todos os fundamentos. Ora, quem não lembra de Batist o italiano terrorista aqui acobertado pelo PT, que lhe deu inclusive cidadania brasileira…Ora, esse é o modelo da diplomacia dos aloprados desse partido que está aos poucos nos destruindo.
Vexame mesmo esse babaca não enxerga, vexame é um governo incompetente como esse que ai está deixar milhares de famílias com fome ao não pagar as terceirizadas que servem a este governo de merda. Deixa esses caras morrerem, pelo menos eles estão lutando, aqui se morre é de FOME .
Parabéns Abdon, excelente texto… Concordo com tudo que vc disse. Essa mulher é uma completa idiota e nos envergonha cada vez mais.
Belíssima matéria, queria dizer que nunca vi em toda minha vida tanto despropósito de um governo como esse do pt, mete os pés pelas mãos. e assim vai. Eu não me sinto representado por esta senhora que se diz chefe da nação brasileira, pois com certeza merecemos mais respeito e não ser chacoteado por lideres de outras nações. Mas o que esperar de um governo que tem como amigos a Venezuela, Bolívia, Cuba e por aí vai. Não se ver esse governo falar a respeito da Colômbia, Peru e Chile, que tem uma democracia fundamentada e a economia a pleno vapor. É, temos que pagar o preço.
Mais uma vez o adv Abdon Marinho acerta no centro do alvo: a incompetência da “diplomacia anã brasileira”, conforme disse muito bem um diplomata israelense.
Sim, isso é motivo de vergonha para o povo brasileiro ver um governo tão omisso como o nosso nas questões internacionais. E, quando a “presidenta” abre a boca, como foi na abertura da Assembleia Geral da ONU, em setembro de 2014, acentuou esse vexame ao sugerir negociações com um grupo bárbaro como o Estado Islâmico, que pratica barbaridades piores do que as vividas pelos inimigos de Genghis Khan.
Enfim, e solidário com a opinião do Abdon Marinho, só tenho a lamentar o (des)governo instalado no nosso país… e pior: com a certeza de que teremos ainda mais 4 anos de PT pra desgraça do país e infortúnio do seu povo.
Fred Torremolinos
O diálogo que a Presidente propôs foi com a Comunidade internacional Sr. Abdon, não com os terroristas, mas tanto o Senhor quanto seu candidato derrotado nas urnas, Aécio Neves, querem distorcer as coisas. Aécio, o inconformado, chegou ao cúmulo de subir a tribuna do Senado pra fazer a única coisa que ele sabe que é deturpar e manipular. O Senhor, além de deturpar a fala da Presidente, tenta manipular os cabeças de vento com esse texto. Agora eu lhe pergunto: Quais foram as atitudes dos demais países em relação ao Estado Islâmico que surtiu algum efeito? Os países sérios a que o Senhor se refere, estão tendo seus jornalistas decapitados pelo terroristas, e qual a atitude que eles tem tomado? Qual a força de suas relações internacionais? Seu texto, lido por quem conhece Direito Internacional, mais parece redação de aluno do primário. O próprio Conselho de Segurança da ONU diz que o terrorismo não será derrotado apenas pela força militar. Isso é uma reafirmação das posições tradicionais do Brasil, que reiteram que o uso da força no contexto internacional só pode ocorrer quando autorizado pelo Conselho de Segurança ou em legítima defesa. Esta é a posição que está na Carta da ONU, é a posição do Brasil e de todos os membros da ONU. Por isso foi feita a sugestão de diálogo pela Presidente do Brasil com a comunidade internacional para tratar do assunto. É o cúmulo querer culpar a Presidente pelas atitudes do Estado Islâmico, que tem afrontado o mundo inteiro. Ora, me economize!