Por Cristiana Lôbo, G1

Por conta da Operação Lava-Jato, é visível o esforço do PT e do governo para afastar Dilma do foco das investigações e, em direção contrária, a oposição querendo rolar tudo – governo e PT – para a mesma fogueira. É uma espécie de “fogo de encontro”. A queimada vem de lá e outra é iniciada de cá até que as duas se encontram. Quem vai viver, só saberemos depois de concluídas as investigações da Operação Lava Jato. É claro que, por ser governo, PT e partidos aliados são os que, em princípio, têm mais a perder.

O fato é que esta é uma operação sem precedentes do país. Ela começou sem a ação de agentes políticos, e sim da Justiça. Nenhum parlamentar ou oposicionista subiu à tribuna para denunciar o adversário. Ela começou quase que por acaso. O juiz Sérgio Moro estava investigando casos de lavagem de dinheiro a partir do doleiro Alberto Youssef e esbarrou em Paulo Roberto Costa lavando altas quantias. Só aí é que se soube que também estava a Petrobras, o PT e outros partidos como o PMDB e o PP. Àquela altura, nenhum político sabia do que se tratava. Portanto, ninguém tentava tirar uma casquinha do episódio.

A prisão de Paulo Roberto Costa foi feita, pela primeira vez, em março. Em outubro ele já estava na casa dele, de tornozeleira, mas no conforto de casa. Em sete meses, ele contou muita coisa à Polícia Federal e ao juiz Sérgio Moro. A partir daí, a vida de muita gente se tornou um inferno. A tal “colaboração premiada” de Paulo Roberto Costa, pelo que se vê, deu detalhes de uma operação bem complexa. E arrastou muita gente para o centro da investigação.

Uma diferença que se vê em relação ao mensalão é que, no caso do petrolão, os intermediários também amealharam muito. Se o projeto inicial era arrecadar para financiar campanhas, os partidos foram lesados pelos intermediários. Só Pedro Barusco, como gerente da Petrobras, se comprometeu a devolver US$ 97 milhões – isso quer dizer quase cinco vezes o que foi apurado no mensalão. A menos que ele conte que estava arrecadando para algum agente político, Barusco aproveitou para colocar algum no bolso. E que algum! Se Barusco arrecadava para algum partido, a vida desse beneficiário estará bem complicada daqui em diante.

O fato é que faça a oposição o movimento que quiser; ou o governo o que puder para arrastar alguém para dentro da fogueira, está claro que a Operação Lava Jato ganhou pernas próprias, segue dinâmica própria. No Brasil, ficou célebre a frase “CPI a gente sabe como começa, mas não sabe como termina”. Pois bem, uma ação dessas da Polícia Federal, em pareceria com o juiz Sérgio Moro, pode-se dizer que se sabe como começou. Mas ninguém sabe como vai terminar – e quem vai politicamente morrer pelo caminho.


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