O Imparcial

O secretário de Estado de Infraestrutura, Max Barros. Foto: ReproduçãoO secretário de Estado de Infraestrutura, Max Barros. Foto: Reprodução
O secretário da Infraestrutura do governo do Maranhão, deputado licenciado, Max Barros tem na ponta da língua o nome das estradas estaduais, extensão de cada uma e as ligações que fazem com municípios e eixos rodoviários.

Além de acompanhar os projetos em elaboração, ele detalha a situação das obras em execução e fala, com entusiasmo, do Corredor Metropolitano e anuncia a conclusão da Rodovia Interestadual, chamada de ‘Rota das Emoções’, entre Barreirinhas e Jericoacoara, no Ceará. Será em parceria do Estado com o Governo Federal. Quanto ao Corredor Metropolitano, trata-se de um projeto ambicioso, que vai melhorar o sistema viário de São Luís e alcançar os outros três municípios da Ilha Upaon-Açu.

Em entrevista exclusiva a O Imparcial, Max Barros disse que a presidente Dilma já assinou a portaria, liberando R$ 400 milhões, via Ministério das Cidades, para o Corredor, que cortará os principais aglomerados urbanos, fazendo a interligação de estradas intermunicipais, avenidas e os terminais de integração da capital, facilitando a implantação de um sistema de transporte de massa. No âmbito estadual, o secretário promete cumprir a meta de até o final do governo Roseana, deixar todos os municípios interligados por asfalto.

O Imparcial – Qual é a concepção do corredor metropolitano?
Max Barros – É um projeto importante para São Luís e a região metropolitana, que faz parte do programa de mobilidade urbana do governo federal, já foi aprovado pelo Ministério das Cidades e a presidente Dilma assinou a portaria, designando os recursos. Será a obra de maior importância para dar fluidez ao sistema viários nos principais pontos de estrangulamento e facilitar o aceso aos bairros mais distantes.

Quanto de recursos está definido?
Desde o meado de 2012, os recursos foram garantidos e nós estamos apenas aguardando do Ministério das Cidades a liberação de um total de R$ 400 milhões para o Corredor Metropolitano. São 21 quilômetros de extensão.

Sai do bairro São Cristóvão (BR-135), margeia por trás do Aeroporto Marechal Cunha Machado, passa pelo conjunto São Raimundo, Cidade Operária, Maiobão até o Cohatrac IV, interligando com a rodovia MA-204 na Maioba, sobrepondo-a até o Beira Rio. De lá sai até o Alphaville, fazendo conexão com a duplicação, que começa no bairro Araçagi. Segue, então, pela Avenida dos Holandeses, até chegar ao Circulo Militar, na Litorânea. Os recursos estão aprovados e liberados, faltando apenas a licitação, que deve começar nos próximos dias.

E o tempo que levará para esse corredor ser concluído?
A previsão de todo o anel rodoviário é de dois anos. É um corredor de transporte de massa, com estações de passageiros, que se interligarão com os terminais de integração do município de São Luís.

Qual a importância do corredor para a região metropolitana?
Ela é fundamental para os bairros de São Luís, cortando grandes aglomerados urbanos, e alcança os municípios de São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa. Centenas de milhares de pessoas serão beneficiadas em vários aspectos. Vai permitir a implantação de um sistema de transporte público de qualidade e com rapidez.

Há integração dos prefeitos da região com o governo do Estado no projeto?
No primeiro momento houve a participação efetiva de Raposa, Paço do Lumiar e São José de Ribamar. Como não havia um diálogo proveitoso no ano passado com a prefeitura de São Luís, agora esperamos que, com o novo prefeito, possamos ter um entendimento nesse sentido. Afinal, a obra beneficia diretamente a população ludovicense e vai proporcionar um grande eixo rodoviário para o transporte de massa, um dos gargalos da capital.

Como gestor de uma área de relevância para o processo de metropolização dos municípios da Ilha, o senhor acha que falta o quê para que a lei saia do papel e se torne realidade?
A primeira coisa que falta para o desencadeamento do processo é vontade política. Existe uma legislação, mas sem vontade dos quatro municípios as coisas acabam emperradas, como, aliás, ficaram. O estado está disposto a participar, já que vem fazendo a sua parte, facilitando a implantação do transporte semiurbano na região. As vias rodoviárias estão sendo concebidas para facilitar esse e outros tipos de serviços à população. Principalmente o transporte público.

Quais são as áreas mais urgentes para que a metropolização desamarre?
Por exemplo, a limpeza pública, com a construção de um aterro sanitário que atenda aos quatro municípios, com políticas de reciclagem que redundem em geração de renda para centenas de pessoas envolvidas no processo. Se os quatro municípios trabalharem juntos, é o modelo ideal para a concepção da lei que metropoliza a região centralizada em São Luís.

O senhor, então, defende que a parceria iniciada entre o governo do Estado e a prefeitura de São Luís possa indicar um rumo para a metropolização? A parceria poderia avança para outros setores, como os da Infraestrutura?
Esse tipo de entendimento não é só possível, como fundamental. Independentemente da posição política de cada envolvido no processo, o que deve ser visto, acima de tudo, é o interesse da população. O diálogo é fundamental para que o cidadão se sinta respeitado. Potencializam os recursos, os serviços chegam mais fortes ao cidadão. É uma conta em que todos ganham. O governo, as prefeituras e a população. Até politicamente, terá resultado positivo para os envolvidos.

A política é que sempre atrapalha esse tipo de diálogo. Porém, agora, presume-se que abre uma janela que facilita o entendimento…

Ganha a Prefeitura, ganha o governo do Estado e ganha a população – vale repetir. Quando chega a época da campanha cada qual assuma as suas responsabilidades. Politicamente e eleitoralmente. São atitudes assim que a população aceita de bom grado porque se beneficia.

Fora da região metropolitana, como o governo tem operado no sistema rodoviário estadual?
Quando a governadora Roseana Sarney assumiu, havia o desafio de ligar dezenas de municípios isolados aos troncos rodoviários. De imediato começamos a traçar um programa para enfrentar essa realidade. Se discutia até a questão econômica. Muitos desses municípios isolados não tinham produção que justificasse os custos das rodovias. Mas a discussão, com base nesse parâmetro, foi superada e avançamos.

No seu entendimento, o isolamento rodoviário é fator impeditivo ao desenvolvimento de cada comunidade?
A governadora e nós entendemos que era preciso romper essa discussão e mudar a realidade social local, mediante sua interligação com rodovias asfaltadas. Precisaríamos quebrar esse paradigma, que acabava no impasse: o município não tinha estradas porque não tinha produção, e não produzia porque não tinha estrada. Porém chegamos à outra conclusão. A estrada eleva a autoestima da população, estimula investimentos e abre oportunidades para diferentes meios de produção agrícola e de prestação de serviços. Melhora o perfil social das comunidades beneficiadas.

Quantos quilômetros de rodovias asfaltadas já foram construídos para esses municípios que viviam isolados?
Até hoje já interligamos 17 municípios aos eixos rodoviários estaduais e federais. Estamos ainda com cinco obras nesse segmento em andamento e vamos começar outras, com a perspectiva de que até o final do governo Roseana se possa cumprir a meta de interligar todos os municípios por estradas asfaltadas.

Quanto de recursos o senhor dispõe para gastar em 2013 na Infraestrutura geral?
Temos recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) de R$ 700 milhões, mas todo esse dinheiro será gasto em 2013. Uma parte ficará para 2014. Temos ainda os recursos do orçamento estadual, convênios. Tudo soma uns R$ 600 milhões para investir este ano na malha rodoviária.

Tem outro fator que, somado com as rodovias, sustenta o grau de desenvolvimento municipal, que é a energia elétrica do “Luz para Todos”. Como esses dois vetores, nos mesmos municípios, podem potencializar as comunidades para produzirem mais?
A energia é fundamental para a produção, principalmente agrícola. E as rodovias tornam-se o meio que facilita o escoamento do que se produz. Existem outras situações que as rodovias são indispensáveis, até na questão da saúde, no transporte de pessoas doentes, ou ainda no período das chuvas que deixam as comunidades completamente isoladas de tudo. Sem falar na questão da segurança, pois, verificam-se ocorrências de assaltos nos locais críticas das estradas. Na questão econômica, a rodovia tem o seu peso. Estamos também trabalhando na conservação dessas rodovias que são um ativo patrimonial do estado.

Secretário, como está a relação do governo do estado com a União na área estrutural?
Temos um diálogo aberto e produtivo com o governo federal com o Departamento Nacional de Transporte e Infraestrutura (DNIT), que gerencia as rodovias federais. Mesmo assim tem obras em que o governo federal acha por bem repassar ao estado. Estamos firmando dois convênios com o governo federal para restaurar a Avenida dos Portugueses, no valor de R$ 12 milhões. A Avenida faz parte da BR-135 e vamos duplicar o acesso até o Porto do Itaqui, cujo trecho é também do governo federal.

E como fica o velho e polêmico projeto da BR 402, que liga Barreirinhas a Parnaíba e depois ao Ceará, pela chamada “Rota das Emoções”?
Estamos acertando com o governo federal. O projeto já está pronto e vamos viabilizar os recursos do Ministério dos Transportes para realizar a obra, pelo governo do Maranhão.

Tem prazo?
Ainda não. Estamos viabilizando os projetos e a determinação do governo federal para que o Estado execute a obra.

As pontes que foram construídas pela Gautama no governo José Reinaldo e depois colocadas em meio a um escândalo de corrupção, serão aproveitadas?
Na alteração do novo projeto foi colocado o traçado que visa aproveitar as pontes.

Voltando a são Luís, o espigão da Ponta d’Areia, construído por sua secretaria, como será aproveitamento pela população como área de lazer?
Como obra de engenharia, sua função é impedir o avanço do assoreamento da Bahia de São Marcos e desobstruir o canal de navegação. Isso está acontecendo, embora ainda, não, plenamente. Mas vai cumprir com a função. Como a área tem sido muito visitada pela população para ver o por do sol, até pescar, foi concebido um projeto de sua urbanização para uso da população, como ponto turístico e de lazer e até de atracação de pequenas embarcações.


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