COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A quadrilha que fraudou o Exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em 2009 cobrava até R$ 50 mil para disponibilizar o gabarito de cada prova aos candidatos, de acordo com delegado da Polícia Federal Victor Ferreira.

Ele foi o responsável pela investigação que identificou 152 candidatos que compraram as respostas e resultou na prisão de dez pessoas acusadas de vendê-las, além de outras três que colaboravam o grupo.

Ainda segundo o delegado, a organização criminosa atuava também em outros concursos públicos, como da PF, Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e Receita, e chegava a cobrar até R$ 305 mil para os candidatos terem acesso às respostas.

Além de dez pessoas que compunham o grupo, também foram presos um candidato aprovado no concurso de agente federal de 2004. De acordo com o Ferreira, ele auxiliava o pagamento dos candidatos fraudadores à quadrilha. Estavam envolvidos no esquema ainda dois policiais rodoviários federais.

Ferreira contou que, no caso dos policiais, eles retiravam um caderno de questões dos malotes lacrados e fotografavam as páginas. Eles tinham acesso ao material porque o Cespe, ligado à Universidade de Brasília, organizador do exame, armazenava as provas nas dependências da Polícia Rodoviária Federal em São Paulo dois dias antes de sua aplicação.

Com o material nas mãos, os policiais vendiam as imagens à quadrilha por cerca de R$ 100 mil. Na posse das imagens, os bandidos contratavam professores para responder as questões e preparar os gabaritos –segundo Ferreira, foram identificados ao menos oito professores–, que custavam R$ 50 mil.

Para chegar até os candidatos fraudadores, os investigadores trabalharam com um sistema de informática que cruza informações em busca de padrões nos gabaritos de todos os candidatos dos concursos e exames. A partir disso, um trabalho de estatística era feito para analisar a chances de coincidência das respostas das questões.

Com a lista dos suspeitos, a polícia passou a investigá-los e chegou até a quadrilha. Os 152 candidatos que tiveram acesso às respostas antes dos exames eram de São Paulo e Santos (litoral paulista). Todos eles serão indiciados e devem responder por fraude à concorrência e receptação.

Com o mesmo sistema, a polícia disse também ter identificado, por exemplo, que 1.076 candidatos, em diversos locais do país, copiaram as respostas de candidatos sentados ao lado.

De acordo com Ferreira, o inquérito segue em segredo na Justiça, mas a OAB terá acesso a ele para que decida quais providências adotar em relação aos candidatos que colaram, e, eventualmente aprovados, se tornaram advogados.

Em nota, o órgão informou que vai abrir um processo ético-disciplinar contra os candidatos identificados pela PF.

A OAB diz que o processo visa estabelecer “o grau de envolvimento e participação de cada um dos suspeitos, que estarão sujeitos, considerada a natureza da infração cometida, às sanções previstas no Estatuto da Advocacia e da OAB”. Essas sanções variam de advertência à exclusão dos quadros da Ordem.

A entidade também informou que, na época das fraudes, o exame não era unificado. Atualmente a mesma prova aplicada em todo o território nacional, e está a cargo da Fundação Getúlio Vargas. (MARINA GAMA)


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