Deputado Arnaldo Melo. Foto: Ascom/ALDeputado Arnaldo Melo. Foto: Ascom/AL

Ao contrário de alguns deputados do Maranhão que se furtaram a tratar de frente a questão dos 18 salários de R$ 20 mil por ano, o presidente da Assembleia Legislativa, Arnaldo Melo, recebeu o repórter do Fantástico e deixou claro que tanto os planos de saúde pagos para parlamentares e ex-parlamentares, assim como o número excessivo de salários, são heranças de outras gestões.

Não tem que se esconder, mas tratar o assunto de frente e como merece ser tratado. Se for preciso reduzir o número de salários que assim seja feito, como pensa o presidente Arnaldo Melo.

A matéria do Fantástico mostra absurdos piores, como as verbas indenizatórias de deputados do Piauí, Paraíba e Amapá. O Maranhão está na média.

Não acho que um deputado do Maranhão ganhe bem. Acontece que o eleitor, que deveria enxergar no parlamentar um fiscal do Executivo e legislador, olha no deputado um cofre sempre aberto. É uma questão cultural que ainda fará parte de nossas vidas por longos anos.

Por esta razão, a demanda “social” do deputado é enorme. Seu papel equivocado de agente assistencialista faz do salário uma verba de repasse para assegurar a confiabilidade do eleitor.

São poucos os eleitores que votam apenas no candidato pelo passado, presente e principalmente por propostas. Se não abrir o bolso, não pagar os remédios, o caixão funerário, as contas de luz, água e de lojas, é fraco. Não merece o voto. Assim pensa a maioria do eleitorado. Lamentável!

Concordo com o deputado que disse na primeira reportagem da Folha de São Paulo que o povo é quem ganha péssimos salários. Leio sobre apresentadores de TV que criticam os salários de políticos e ficam abismado quando sabem que o salário do presidente da República aumentou para R$ 26 mil. Logo eles (os apresentadores) que percebem até mais de R$ 1 milhão mês.

Mas logo alguns dirão: o emprego do agente político é público e o de apresentadores de TV é privado. Concordo. Mas vejam quantos anúncios oficiais são inseridos na programação de cada apresentador. É a verba pública bancando salários altos e privados.

Não defendo aqui os 18 salários dados aos parlamentares do Maranhão, não. Mas continuo achando que deputado não percebe tanto assim. Não chega nem perto de um diretor de empresa, que não tem demandas e nem eleitores batendo em suas residências.

Sem falar que só o leão do IR come cerca de 25% do salário de cada um. E aos 32 anos de cobertura política não conheço nenhum deputado que tenha entrado pobre e ficado rico só com salários, exceto os que já tinham negócios antes do mandato.

Sei de alguns que andam mendigando emprego público após o mandato e outros que até de ônibus estão andando. Um exemplo mais recente é o ex-deputado Ceará, que além de voltar a não ter mais nada, perdeu a mulher, e vive perambulando pelos corredores do Socorrão de Bacabal.


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