Neto Ferreira 

A Universidade Federal do Maranhão (UFMA) publicou, nesta quinta-feira (15), a demissão do professor do departamento de psicologia, denunciado por assédio sexual. As denúncias foram feitas por alunas que foram vítimas das agressões.

A decisão foi publicada no Diário Oficial. O professor já havia sido afastado das funções após a abertura de um processo administrativo feito pela universidade, após um abaixo assinado feito pelos alunos.

As alunas contaram como o professor de psicologia cometia os assédios. Uma das meninas diz que chegou a ser ‘desafiada’ a mostrar os seios para o acusado, como forma de provar que ela havia aprendido o conteúdo em sala de aula.

“Ele pegou e disse assim: que ele queria ver o quanto eu já tinha aprendido, o quanto eu já tinha evoluído. E aí nessa, ele me desafiou a mostrar os meus seios. Ele me desafiou e começou a falar de mulheres empoderadas. Ele começou falar sobre mulheres donas de si. E aí, ele pegou e falou assim: ‘não fulana, você tá indo ótima. Você é muito inteligente, eu estou muito impressionado com a sua competência mas, infelizmente, no teste final você reprovou”, contou a aluna.

A aluna também diz que, durante o assédio, o professor chegou a passar a mão em uma das partes íntimas dela, usando o argumento de que ela precisava se libertar dos preconceitos.

Em uma outra situação, ele chegou a ejacular na frente dela e pediu para que ela limpasse. O caso teria acontecido dentro do escritório dele, na UFMA.

“E aí ele pegou e pediu para eu me levantar e deitar na mesa. Ele pediu para deitar e eu peguei e deitei. E aí, nessa hora, ele pegou e falou assim. Ele passou a mão pela minha bunda e ficava perguntando: onde você quer?”, disse a vítima.

Outra denunciante, que foi aluna do professor em 2019, disse que já tinha ouvido por outras estudantes sobre a má fama dele. Por isso, ela diz que percebeu logo que se tratava de assédio quando ele fez comentários invasivos.

“Em um dia na supervisão, quando terminou, eu tive que sair mais cedo. E falei ‘professor, tenho que sair mais cedo’. E aí, quando eu fui sair da sala, ele se aproximou, parou a aula, se aproximou e colou bem no meu rosto e disse: ‘você pensa que eu não percebi que você passou a aula inteira me provocando, colocando a mão nos teus peitos?’. E, depois disso, eu não tive mais nenhum contato com ele, nunca mais olhei ele. Quando eu olhava de longe, eu já mudava de direção, porque eu já era, eu já escutava dele, escutava relatos dele, de outras pessoas dizendo que ele tinha casos de assédio com alunas de enfermagem e psicologia”, conta.

A psicóloga Evelyn Lindholm explica que esse tipo de violência acontece de forma velada e o agressor tenta conquistar a confiança da vítima.

“Os impactos nas ocorrências de assédio sexual são muito significativas para a continuação da qualidade de vida dessa mulher. O melhor a fazer é buscar ajuda. O melhor a fazer é denunciar e após a denúncia, fazer um acompanhamento psicoterapêutico para ajudar a tratar as sequelas que esse tipo de influência negativa trás para ela”, explica.

Paralelo ao processo administrativo, a Polícia Federal (PF) também acompanhou o caso. O caso se enquadra em violação sexual mediante fraude e assédio sexual.

“A gente sabe que para determinadas situações em que a mulher é vítima de violência, não há testemunhas presenciais que viram o fato acontecer, como é o caso da violência doméstica familiar, da violência sexual. Mas é necessário que a mulher tenha como se informar acerca dos seus direitos e sobre os mecanismos que devem auxiliar nessa rede de atendimento a ela, especializada de atendimento ou não, mas que ela possa ter acesso a alguns dos organismos da rede de informação”, explica Kazumi Tanaka, coordenadora das Delegacias da Mulher do Maranhão.


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