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Todos os anos, a cada 10 de setembro, Dia Internacional da Imprensa, costumo reunir meus familiares e amigos. Comemoro, com as bênçãos de nosso Poderoso Deus, o meu aniversário.

Mas neste ano a data não será festiva. Havia programado mais um encontro com meus filhos e amigos mais chegados para um jantar na noite de terça feira, dia 10 de setembro. O Luís Felipe, o caçula, havia pedido que fosse incluindo no cardápio língua ao molho madeira e bode no leite do coco.

Seria mais uma festa, uma confraternização, uma demonstração de apego aos meus meninos e uma mostra de amor de meus filhos ao pai. Mas, no próximo mês, no dia 10 de setembro, caminha para ser uma data diferente. Triste, diria até.

Recebi ontem uma intimação do juizado da Comarca de Justiça de Pedreiras para comparecer à duas audiências naquela cidade. Uma às 9h20 e outra às 16h. Exatamente no dia 10 de setembro, em que se comemora a data Internacional da Imprensa.

Como havia programado um almoço só com os filhos e um jantar com familiares e amigos, estou sendo obrigado a desfazer a festa. Pela primeira vez não tenho nenhum motivo para comemorar mais uma passagem de meu aniversário.

Claro que a justiça não tem a obrigação de saber que 10 de setembro é meu aniversário e nem que nesta data a família faz a festa com direito a discursos e presentes.

É mais um dos 15 processos que estou respondendo por conta de uma acusação de um militar feita em comentário ao blog sobre desvio de recursos por parte de alguns comandantes, incluindo o geral do Maranhão, de destacamento militares na utilização de verbas para recuperação e reparos de viaturas.

Estou sendo obrigado a percorrer várias comarcas para audiências em que os comandantes foram obrigados a ingressar na Justiça contra mim por ordem do coronel Franklin Pacheco. Tudo orquestrado e com as impressões digitais do mais forte secretário de Governo do Estado do Maranhão, a quem o secretário de Segurança Pública bate continência e o comandante da PM lustra as botas.

Aproveito aqui para desafiar o comandante da PM a ingressar na Justiça contra o blog e provar que não houve desvio de recursos para manutenção e reparos das viaturas. Aproveito também para desafiar muitos dos comandantes de destacamentos militares a mostrarem onde estão os recursos para alimentação e combustível que são, na verdade, bancadas por prefeituras do interior maranhense.

Confio plenamente na Justiça Divina e não descreio da Justiça dos Homens de minha terra. Por isso, entrarei hoje com uma solicitação à Justiça de Pedreiras para que permita que no dia 10 de setembro possa passar o dia e a noite com meus familiares nesta data que tem significado especial para mim e aos meus filhos.

Sei que não é fácil denunciar poderosos. Tenho respondido a mais de 40 processos de empresários e políticos. Sofro ameaças de todas as ordens. Por isso decidi morar só. Estou, neste momento, respondendo a ações de quem tem o poder da farda, da arma e do coturno.

Mas, como tem acontecido sempre, entrego a Deus o meu destino.


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