Por Alex Ferreira Borralho

O governador do Paraná mandou recolher nesta semana das escolas estaduais do referido estado a obra “Avesso da Pele”. Segundo a Secretaria de Educação tal ato, que está sendo deflagrado por outros estados, foi necessário porque o mencionado livro contém expressões, jargões e descrição de cenas de sexo explícito que podem ser considerados inadequados para exposição a menores de 18 anos, além de vocabulário de “baixo nível”.

“Vem, minha branquinha. Vem, meu negão. Chupa a tua branquinha. Chupa o teu nego. Adoro a tua pele branquinha. Adoro a tua pele, meu nego. Adoro tua boceta branca. Adoro teu pau preto. E de repente vocês gozavam. E dali para a frente será sempre assim que irão gozar”. Esse é um trecho da obra.
E aí? É preciso ou não uma análise crítica e reflexiva dos educadores sobre orientação sexual nas escolas? O que percebemos é que através do emprego de nomenclaturas chulas a escola pretende substituir totalmente a função que, inicialmente, tem que ser exercida pela família, esquecendo que nesse contexto, o papel deverá ser o de complementação, com planejamento responsável e adequado para a idade dos alunos e sem lesionar o Estatuto da Criança e do Adolescente, além de observar e respeitar o pudor, que no início da vida, é herdado dos pais e do ambiente social em que vivem. Esses parâmetros não podem ser banalizados.
Que o professor deverá transmitir valores, isso ninguém questiona. Agora fazer alunos buscarem o prazer, ensinando-os a “gozar”, ultrapassa o legítimo e o lícito essenciais para o exercício da profissão e não tem relação alguma com ampliação do universo de conhecimentos.
Orientações em relação a equidade de gênero, doenças sexualmente transmissíveis, abuso sexual e aos aspectos que envolvem a prevenção de gravidez não planejada, são essenciais e devem existir no ambiente escolar na faixa etária adequada. Mas instigar a “chupar a branquinha e o nego”, com alegação de ensino concernente a captação de informação sexual, é demais. Se assim não for, que passem a colocar alunos para assistirem filmes pornôs em sala de aula, que o efeito de transmissão da temática seria mais rápido.
Por sua vez, sabemos que a construção da sexualidade é diretamente ligada a individualidade, com atos e funções definidas e pré-determinadas pela própria pessoa.
Educação sexual é um assunto fundamental para ser debatido de forma regular dentro das instituições, primordialmente no combate a violência de gênero e homofobia e não para adorar “boceta branca” ou “pau preto”, não possuindo tal contexto qualquer relação inclusiva, equitativa e de qualidade.
No mais, antes que alguém mande fazer o “L”, vale informar que o livro foi incluído no Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) no ano de 2022, ou seja, durante a presidência de Jair Bolsonaro, tendo sintonia com “o avesso do mundo”.


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