Opositores não são democráticos, diz apoiador de Marco Feliciano
Principal “fiador” do deputado pastor Marco Feliciano (PSC-SP) no comando da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, o vice-presidente do PSC, pastor Everaldo Pereira, criticou ontem o tom das manifestações contra seu correligionário e mandou recados a aliados que cobram a saída dele do posto.
Folha de São Paulo
Feliciano é alvo de protestos de movimentos sociais que o acusam de ser homofóbico e racista. Ele nega.
Anteontem, duas pessoas foram detidas na Câmara após Feliciano mandar prender um manifestante acusado de o chamar de “racista”.
“Essas pessoas é que não são democráticas”, disse Pereira sobre os manifestantes, em entrevista à Folha.
“O que a gente vê é que intolerante é quem agride, invade o gabinete, quer ganhar no grito. Se deixar o deputado trabalhar normalmente, vão verificar que não tem intolerância da nossa parte.”
Pereira disse que não há chances de Feliciano deixar o cargo, nem com um apelo dos líderes da Câmara, porque “foi eleito pela maioria da comissão e dentro da legalidade”.
Feliciano tenta manter uma agenda normal de trabalho e já anunciou que vai trocar 4 dos 5 servidores de confiança da comissão. Dos 12 servidores concursados, dois pediram para sair com a chegada do pastor.
O pastor foi denunciado pelo Ministério Público ao STF (Supremo Tribunal Federal) por ter dito no Twitter que “a podridão dos sentimentos dos homoafetivos levam ao ódio, ao crime, à rejeição”.
Mas Pereira reforçou o discurso de que as falas de Feliciano consideradas preconceituosas foram distorcidas e representam apenas uma tese teológica. Everaldo diz que seu colega tem raízes negras. “O cara é crioulo, tem cabelo ruim, tem que passar negócio na cabeça. O cara é filho de negro. Foi uma declaração teológica no passado.”
O vice-presidente do PSC atacou “pessoas e partidos que jogaram a comissão fora, sem interesse pelos direitos humanos”. A comissão é historicamente ligada ao PT, que presidiu o colegiado 13 vezes nos últimos anos, mas abriu mão dela para optar por outras três comissões.
Questionado sobre a indicação dos deputados José Genoino (PT-SP) e João Paulo Cunha (PT-SP), condenados no caso do mensalão, para a Comissão de Justiça, ele disse que preferia não avaliar a situação de outros partidos, mas alfinetou. “Se Feliciano fosse condenado pelo Supremo, nem seria indicado [para comissão] e possivelmente teria sido convidado a sair do partido.”
Diante da blindagem dos evangélicos a Feliciano, o PPS sugeriu a renúncia geral da comissão de Direitos Humanos. Se 10 dos 18 integrantes do colegiado renunciassem, teria que ser realizada uma nova eleição para a presidência. A ideia já teria sido analisada pelo presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
A avaliação de líderes é que isso não teria sucesso porque Feliciano teria apoio da maioria dos integrantes -outros quatro colegas são do PSC.
ÚLTIMAS NOTÍCIAS
Acompanhe o Blog do Luis Cardoso também pelo Twitter™ e pelo Facebook.
Deixe um comentário