Flávio Dino bate boca com padre durante reunião com Pastoral Carcerária

Desequilíbrio do governador do Maranhão aconteceu nessa sexta-feira (26), no Palácio dos Leões Desequilíbrio do governador do Maranhão aconteceu nessa sexta-feira (26), no Palácio dos Leões

O governador Flávio Dino, do PCdoB, desceu do salto e bateu boca com um padre, na tarde dessa sexta-feira (26), durante reunião do Comitê de Combate à Tortura, nas dependências do Palácio dos Leões.

Em meio à reunião, o comunista não gostou de ouvir do padre Roberto Perez Cordova, da Pastoral Carcerária do Maranhão, que o sistema penitenciário do estado teria piorado em seu governo, e que o próprio governador seria o culpado, por estaria mascarando os verdadeiros números do que vem ocorrendo no Complexo Penitenciário de Pedrinhas e anexos.

O chefe do Executivo estadual bufou e, alterando o tom de voz, disse que o padre – que há sete anos trabalha na pastoral – estava mentindo e querendo politizar a realidade, e que não conhecida a realidade do estado.

Irritado, Dino ainda bateu boca com o clérigo.

Diante do desequilíbrio do governador, a Pastoral Carcerária prepara um nota oficial sobre o escamoteamento dos números e em repúdio às atitudes do comunista ao membro da entidade.

Abaixo a carta emitida pela Pastoral Carcerária;

Carta aberta da Pastoral Carcerária do Maranhão ao senhor governador

A Pastoral Carcerária do Maranhão vem através dessa nota repudiar veementemente as atitudes prepotentes e descontroladas do governador do Estado, Flávio Dino, dirigidas ao nosso coordenador estadual durante uma reunião, no dia 27 deste, com diferentes entidades da sociedade civil em que se apresentava a o projeto de lei da criação do Mecanismo Estadual de Prevenção e Combate à Tortura e o Comitê Estadual de Combate à Tortura.

Tudo começou quando o senhor governador, surpreendentemente, iniciou a auto-elogiar o seu governo, notadamente, o atual sistema prisional. Afirmou que com o advento da sua administração tudo teria mudado nas penitenciárias e prisões do Estado: os presos têm defensores públicos, há escolas e professores, não há mais maus tratos e nem repressão, não mais rebeliões e mortes entre presos, e nem tentativas de fugas. Enfim, o que não se fez em décadas de administração pública ele o teria feito em poucos meses.

Diante de tamanha distorção da realidade prisional o coordenador da Pastoral sentiu-se na obrigação moral de fazer observar ao senhor governador que o que ele expunha com tanta convicção não correspondia à objetividade dos fatos. Relatou o coordenador que os maus tratos continuavam com a mesma ou até maior intensidade que antes em todas as prisões do Estado. Observou que já houve várias mortes de presos nesses primeiros meses de governo, sem falar em fugas, algumas notórias, inclusive, pelo portão principal da penitenciária de segurança máxima em São Luís.

Acrescentou que o atual secretário de segurança administra de forma personalista a partir do gabinete dele sem que haja diálogo, visita e comunicação efetiva com diretores, presos e entidades da sociedade civil. Diga-se, de passagem, que uma recente visita de uma comissão parlamentar à penitenciária de Pedrinhas confirmou tudo isso.

A reação do governador deixou boquiabertos não somente o coordenador da Pastoral carcerária, mas também todos os presentes. Visivelmente alterado respondeu ao coordenador que ele não conhecia a história do Maranhão, que a sua era uma postura política, preconceituosa, que ele não tinha senso crítico. Em tom desafiador desconfiou da experiência e conhecimento de causa do coordenador e o acusou de ignorar os avanços e as mudanças que ocorreram no governo dele no sistema prisional.

Diante do exposto gostaríamos de colocar algumas considerações até como forma de ajudar o executivo estadual a encontrar e aprofundar o rumo do diálogo e da aceitação do contraditório como expressão democrática.

Como Pastoral carcerária e como sociedade civil cabe-nos a tarefa de acompanhar e defender a dignidade de toda pessoa, e da pessoa toda, principalmente no que tange a população encarcerada do Estado do Maranhão.

Solicitamos do senhor governador que apresente para a sociedade dados objetivos que comprovem o que ele afirma com tanta segurança a respeito da realidade prisional. Quantos novos professores, escolas, defensores públicos, por exemplo, foram contratados no seu governo, e em quais casas de detenção estão atuando. Essas eram algumas das informações que esperávamos dele no embate com o coordenador, em lugar de ‘reagir’ da mesma forma que os seus antecessores quando alguém ensaiava ‘arranhar a sua imagem pública’ com dados e argumentações.

Queremos acreditar que o seu destempero emocional exibido na reunião – e que produziu constrangimento generalizado nos presentes, – tenha sido algo circunstancial e não uma expressão do seu ‘modus vivendi’, pois estaria colocando em xeque o direito sagrado ao ‘contraditório’ que ele sempre defendeu. Enfim, que reconheça, de fato, para os seus cidadãos o direito da livre expressão, inclusive o de discordar com o ‘servidor-mor’ do Estado, pois isso é democracia substantiva!

Na reunião o senhor governador em duas ocasiões alardeou que iria convocar a Pastoral carcerária para ‘sentar’ e debater questões vitais relacionadas ao sistema prisional. Reiteramos aqui a nossa disponibilidade para não somente sentar com representantes do Estado, mas, principalmente, para visitar, apoiar e defender os presos, – sejam eles quem forem, – e seus inalienáveis direitos. Reafirmamos a nossa disposição em sempre denunciar toda tentativa de brutalidade e repressão por parte das estruturas do estado e de outros que queiram reduzir a vida de um ser humano que já nesta pagando seus erros a uma mera ‘peça’ descartável.

São Luís, 28 de junho de 2015

Pastoral Carcerária do Maranhão

 Do Atual 7, com edição


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12 respostas para “Flávio Dino bate boca com padre durante reunião com Pastoral Carcerária”

  1. Pedro Paulo disse:

    Ta prevendo o futuro? A nota com data de domingo! Que p**** é essa?

  2. jean paul des saints disse:

    Não fora a carta aberta da Pastoral Carcerária e não teria acreditado no descontrole emocional do governador, por ver contestadas suas argumentações de que, em apenas cinco meses, teria conseguido mudar o quadro de campo de concentração do presídio de Pedrinhas.

    A Sua Excelência há de convir, e como já disse em posts anteriores, que o presídio de Pedrinhas é uma réplica talvez pior que a prisão de Sona, mostrada na série americana de TV, Prison Break, ou até das masmorras mostradas em “O Conde de Monte Cristo”. Em outras palavras: um depósito de farrapos humanos.
    Assim, por maiores que tenham sido seus esforços no sentido de melhorar esse quadro degradado ao longo de décadas de desgovernos – até porque reversão significa voltar para a estaca zero, e, desse marco recomeçar, e isto é uma condição absolutamente impossível -, faltou humildade ao governador para admitir que sua equipe sequer teve tempo e condições de logística e planejamento estratégico necessários para implementar um novo modus operandi dentro do sistema carcerário.

    Portanto, deixar que a emoção prevaleça sobre a razão para defender inverdades sobre o complexo penitenciário de Pedrinhas só demonstra fraqueza e prepotência diante da realidade para o que quer ouvir. Para ouvir falsos elogios, basta conversar com seu pessoal ali lotado e por ele nomeado. Para ouvir verdades, faz-se necessário ouvir quem de fato conhece a realidade do sistema penitenciário de Pedrinhas como certamente é o caso do padre

    O governador deve deixar o pedestal de imperador para o chão real de um administrador moderno, sujeito a críticas e sabedor de que elas são indispensáveis para melhorar sua administração. Empáfia e arrogância somadas é como querer combinar álcool e direção, e esperar que não está sequer sujeito a um acidente.
    JEAN PAUL DES SAINTS

  3. Antônio Araújo disse:

    E esses copos vermelhos da foto? Rsrs

  4. Antes de citar meu nome em problemas politiqueiros de governos(não faço parte de qualquer bandeira partidária, salvo de interesse de Estado que estar acima de governos), apure bem todo o contexto. Sebastiao Uchoa enfrentou sem medo e sem fazer acordo com o crime sob qualquer vertente(presos, funcionários, terceirizadas etc), tanto é que solicitei aberturas de inquéritos policiais em desfavor de agentes prisionais, empreiteireiros e lideranças de facções que foram gestadas por más administrações que politizaram os ambientes penitenciários desde 2003 para cá. Quando sai em dezembro de 2006 deixei um desenho de gestão, quando regressei depois de sete anos, encontrei uma maldição implantada por corrupções de todos os lados, e como não condescendi, represálias sofremos por todos os meios. Deixamos a pasta com quatro novas unidades entregues, corregedoria com vários processos disciplinares concluídos com recomendações de punições severas para os maus funcionários, entregamos uma Escola Penitenciaria, um Centro de Triagem e estancamos uma série de acontecimentos nefastos tendenciosos na época e pedimos uma auditoria especial em todos os contratos da minha chegada à saída à Auditoria Geral do Estado etc. E não esqueçam que estavamos no olho de um furacão em razão do pleito eleitoral em andamento naqueles terríveis e desafiadores momentos, até as vagas do concurso público para agentes penitenciários conseguimos convocação de mais de cem por cento do ofertado pelo edital. Se falam ao contrario, são porque tem ou tiveram interesses “atendidos” com fito de “acomodar” quem outrora possivelmente tenham sido autores intelectuais dos horrendos acontecimentos enfrentados por nós. E se falam ao contrário é porque se quer conhecem os ambientes penitenciários do Maranhão e a luta heroíca que tivemos para retomar o Estado-penitenciário das mãos do crime que ali dominou(infelizmente voltaram a dominar). Respeitem uma das maiores entidades sérias deste país no âmbito da questão humanitária carcerária no Brasil:a pastoral carcerária que sempre foi independente, salvo em serem missionários do verdeiro e destemido Cristo e a serviço Deste, sempre estiveram. QTo a contratação de missionários para cuidarem das Assistências religiosas nos trabalhos de campo, tais contratações foram levadas a cabo pelo próprio atual Secretário Adjunto Conhecido por Frei Ribamar, ainda no início do governo pretérito. Argumentos contrários, volto a dizer, tratam-se de pura falácia.

    Sebastião Uchoa

  5. Zeca Nestor disse:

    Esse Governador é um cavalo batizado.
    Ele e toda e sua equipe.
    Vamos dar o troco nas urnas em 2018.

    Nos aguarde governador prepotente.

  6. SL disse:

    Zé Reinaldo chora mágoas a colegas de bancada
    Publicado em 27 de junho de 2015 por gilbertoleda
    tavaresso2O escanteamento do deputado federal José Reinaldo (PSB) e o esvaziamento do sobrinho dele, o chefe da Casa Civil, Marcelo Tavares (PSB), já não são novidade para ninguém.

    Mas o que tem chamado atenção de colegas de bancada do ex-governador é a forma aberta como ele tem conversado sobre a decepção que nutre em relação ao governador Flávio Dino (PCdoB).

    Aos mais próximos – e mesmo a alguns nem tão próximos assim -, José Renaldo já não faz mais questão de esconder que está mesmo com os dois pés fora do governo.

    E mais: que tem aconselhado o sobrinho a também seguir o mesmo caminho, sob pena da desmoralização completa.

    Há quem já diga que a saída oficial dos Tavares da base dinista ocorra assim que o governador fizer a primeira reforma no secretariado.

    Vale aguardar…

  7. pericles disse:

    O problema de Flávio Dino é a vaselina de má qualidade que o Rato Jerry está usando com ele( ou nele)

  8. Vai trabalhar Deputado disse:

    Todo mundo defendendo bandido, ta é certo governador manda descer a chibata neles. Manda a Igreja catolica cuidar dos bandidos! Tnc po¥¥@.

  9. istanley disse:

    Engraçado todo mundo defendendo bandido, mais nenhum desses leva um p/ casa p/ casar com as filhas deles ou um filho adotivo.

  10. raimundo nonato disse:

    Soberba pura desse governador prepotente
    Professor de Deus

  11. Anselmo disse:

    Bandido é que tem vez, será que existe uma pastoral para as vítimas desses marginais? Essa defesa irresponsável de criminosos é que está aumentando os índices de criminalidade no mundo. Se houvesse pena de morte no Brasil, com certeza não teríamos uma superlotação nos presídios consumindo tantos recursos públicos.

  12. Tito disse:

    Flávio dino nunca escondeu que é ditador, o povo é que fingia não vê, sobre o comentario de Anselmo precisa sair do poço da ingnorância, nos EUA, tem pena de morte mesmo assim a população carcerária é 4 vezes maior que a do Brasil

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