Por Jr. Campos, jornalista

O deputado Rubens Pereira Jr, numa demonstração de que não se pode perder tempo, ainda mais com um governo de grande inapetência para realizações, como é o do PT (vide a situação de linhas de transmissão de energia, transposição do São Francisco e centenas de obras mais do que atrasadas), está fazendo o seu papel como deve ser a atuação dos parlamentares nos três níveis de poder.

Mas, estou convicto, assim como ele próprio, de que reclamar, protestar, espernear, ou outro qualquer verbo que se possa usar para demonstrar insatisfação, de nada vai adiantar: a Petrobras está sem a menor capacidade de investimento em obras de grande envergadura, como a construção de uma refinaria para 600 mil barris/dia, como era o caso da de Bacabeira.

O governador do Ceará também protestou. E, mesmo sendo do PT, seu protesto ficou registrado tão fortemente como se no deserto fora feito. Para alguns estudiosos da questão energética, especialmente essa do pré-sal, onde o governo federal e a direção da Petrobras imaginavam que, por lhe caber a parte do leão, deixaria a empresa nadando nos dólares, fracassou.

Motivo: em todas as concessões de exploração, a Petrobras estava junto para investir a menor parcela voltada para extração e, também, lógico!, para auferir dos lucros, ou seja, dividia a participação com todas as prospectadoras de petróleo. Os investidores caíram fora. Afinal, essa política de prospecção/extração, engendrada pela Petrobras, não existe em nenhum lugar do mundo! Pelo menos foi essa a opinião de vários especialistas em questões petrolíferas.

Hoje, explorar o pré-sal, pelo menos de forma parcial, ou seja, algo em torno de 50% dos reservatórios, tornou-se financeiramente inviável devido à queda no preço do barril no mercado internacional. Esperavam os grandes visionários da empresa, bem como o governo federal, que o preço do barril se mantivesse entre os 140 e 150 dólares… O que se vê hoje é o Brasil na contramão do preço dos combustíveis no mercado interno.

O preço do barril despencou para a faixa dos 40 a 45 dólares no mercado internacional. Significa que o pré-sal perdeu todo o seu atrativo para investimentos por parte das empresas estrangeiras de petróleo – só o custo operacional para extração de um barril (hoje por volta dos 70 a 75 dólares, no caso do pré-sal, de águas profundas) excede os preços do mercado internacional. Valeria a pena se os preços tivessem permanecido na casa dos 140 a 150 dólares, no período em que foi fechado o escabroso negócio da compra da sucateada refinaria de Pasadena, Texas.

Acrescente-se a isso o fato de que a Petrobras hoje é considerada como a empresa mais endividada em todo o planeta. E essa situação fica ainda mais grave frente à quantidade de processos de indenização movidos por pequenos poupadores norte-americanos que aplicaram suas economias nas ações da Petrobras, e que hoje pleiteiam centenas de milhões de dólares de indenização na justiça, sob alegação de que a corrupção na empresa lesou milhares de cidadãos. E um dos principais defensores desses grupos é o famosíssimo advogado criminalista Robert Luskin, cuja opinião sobre o caso é mais do que objetiva: “O mais provável é que a Petrobras feche um acordo. Perder nos tribunais americanos poderia custar sua própria sobrevivência.”

Todos que assistem aos canais de TV já viram, na semana passada, o preço do litro de gasolina no mercado interno americano: R$ 1,44!!! Isso mesmo: um real e quarenta e quatro centavos.

Mais uma vez o Brasil na contramão do mercado internacional, onde as vendas despencaram, a ponto de deixar o Vladimir Putin ainda mais careca, já que o petróleo e gás são os principais produtos de exportação da Rússia.

Assim, o deputado Rubens Pereira Júnior, a despeito de sua justa e procedente reclamação diante do país, e em defesa do Maranhão, de uma coisa pode ter certeza desde já: esse projeto, que nunca saiu do papel, vai continuar como o grande hidroavião do excêntrico milionário americano Howard Hughes (que seria um espanto para todo o mundo), que fez uma única tentativa de voo, e hoje jaz estacionado em algum lago dos Estados Unidos – não mais levantou voo. E assim foi o caso da refinaria Premium I, em Bacabeira-MA, e a II, no Ceará.

Possivelmente, por ter percebido essa realidade, foi que o governador Flávio Dino não se manifestou, ou reclamou, contra a descontinuação do processo. A Petrobras hoje está sem capacidade de investimento, e não é preciso ser nenhum Oswald de Sousa, matemático de renome internacional, para perceber isso. Portanto, o mais indicado é o Maranhão partir em busca de outros investimentos para desenvolver o Estado. Acredito que o governador esteja estudando novas formas de fazer esse trabalho.


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