Zé Reinaldo foi eleito governador em 2002 e logo no início do segundo ano de mandato rompeu com a família Sarney. Teve toda a oportunidade do mundo para mostrar a roubalheira patrocinada pela família e bem como a dos aliados.

O Maranhão inteiro esperou que ele mostrasse ou até tentasse o confisco daquilo que foi subtraido do erário. Nada disso aconteceu.

O então governador de plantão rompeu, na verdade, com a família, mas trouxe para dentro do Palácio dos Leões todos os aliados do grupo e deixou o jarro aberto, permitindo que os ratos roessem o que ali dentro havia: dinheiro público.

Empregou os mesmos métodos do seu guru e ainda deixou que a roubalheira empregnasse a própria família, na pessoa da esposa Alexandra Tavares.

Eleito governador em 2006, Jackson Lago (falecido) prometeu que iria mostrar todas as mazelas do grupo Sarney e a montanha de recursos desviados para enriquecer o patrimônios da família e dos aliados.

Só bravata. Nunca explicou nada sobre a roubalheira que ele tanto combateu e ainda acabou foi se juntando aos aliados do grupo Sarney e, até, permitindo que a roubalheira continuasse.

Agora quem toma conta do Estado é aquele que se revelou ferrenho adversário do grupo Sarney, prometendo desbancar a quadrilha e mostrar ao Maranhão o quanto nós perdemos com o desvio dos recursos.

Até agora nada de números, exceto a dívida de mais de um bilhão que se arrasta há longos anos e só aumenta a cada governo, inclusive nos da oposição.

O novo governador, que é um profundo conhecedor das leis, sabe perfeitamente bem que gestores públicos podem ser punidos por omissão de informações sobre os gastos com verbas públicas, chegando até a perder o cargo e a função pública.

Flavio Dino tem alardeado que a ex-governadora Roseana Sarney ocultou informações sobre gastos públicos ao Portal da Transparência do Governo do Estado do Maranhão, principalmente os torrados pelo setor de Saúde, sob a responsabilidade do cunhado dela, Ricardo Murad.

E mais: que os gastos ocultados podem representar até 60% do que foi pago. Então, o governo anterior terá que explicar o desvio de bilhões.

O povo quer saber quantos bilhões foram ocultados? Quem recebeu essa montanha de dinheiro? Como e com quem ela foi dividida? O povo quer saber também se o novo governador tem coragem para trazer de volta esses recursos?

De nada adianta falar que houve desvio sem mostrar os valores e quem os desviou. Não adianta dizer que vai entregar denuncias aos órgãos de controle interno e externo se o fim será o esquecimento de tudo. Na pior das hípóteses, o perdão.

A Polícia é controlada pelo governo e ela tem poder de fiscalizar, apurar tudo e exigir da Justiça a punição dos culpados. A Assembleia Legislativa, que sempre foi governista, tem a oportunidade de abrir uma CPI para apurar os desvios, com o poder que tem de fiscalizar os atos do Executivo.

Mas, infelizmente, até agora nada. As únicas coisas que voltaram a acontecer são os aliados do grupo Sarney lambendo pelas beiradas o velho e surrado jarro. Pior é quando a lingua, as mãos e pés cairam na parte de dentro. Aí, queridos camaradas, nem Jesus na causa.


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