Plenário da Câmara dos Deputados em BrasíliaPlenário da Câmara dos Deputados em Brasília

Dos 513 deputados federais eleitos no último domingo (5), pelo menos 86 (16,76%) são parentes de outros políticos.

De acordo com levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), órgão de assessoria parlamentar de sindicatos, 42 dos herdeiros políticos foram eleitos deputados federais pela primeira vez e outros 40 foram reeleitos.

O G1 identificou outros quatro deputados federais eleitos que têm parentesco com políticos e não estão no levantamento do Diap, considerado preliminar pelo próprio órgão (dois eleitos pela primeira vez e dois reeleitos): César Messias (PSB-AC), primo do ex-governador do Acre Orleir Cameli; Felipe Maia (DEM-RN), filho do senador José Agripino Maia; Nelson Marchezan Júnior (PSDB-RS), filho do ex-deputado federal e ex-presidente da Câmara dos Deputados Nelson Marchezan; e Marcelo Álvaro Antônio (PRP-MG), filho do ex-deputado federal Álvaro Antônio Teixeira.

Maranhão

– Roberto Rocha (PSB): eleito senador, é filho do ex-governador Luís Rocha.

– Sarney Filho (PV): reeleito deputado federal, é filho do senador e ex-presidente da República, José Sarney, e irmão da ex-senadora e atual governadora do estado, Roseana Sarney. O parlamentar vai exercer seu oitavo mandato em Brasília.

– Juscelino Filho (PRP): eleito pela primeira vez deputado federal, é filho do ex-prefeito do município de Vitorino Freire, Juscelino Rezende.

– João Marcelo (PMDB): eleito pela primeira vez deputado federal, é filho do ex-governador e atual senador, João Alberto.

Análise

Para o professor de Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Hermílio Santos, os herdeiros políticos costumam herdar a estrutura política consolidada por seus parentes. Segundo ele, em geral, os políticos que se elegem com sobrenomes famosos “não inovam muito” em suas atuações no Parlamento. Para o professor, quem busca a eleição aproveitando-se do nome da família “se dispõe a continuar um legado, e continuar um patrimônio.”

O professor de Ciências Políticas da Universidade de Brasília (UnB), David Fleischer, avalia que a prática de eleger herdeiros faz parte da “política tradicional brasileira”. De acordo com Fleischer, nascido nos Estados Unidos, ter um sobrenome tradicional pode “tanto ajudar quanto atrapalhar”.

“É uma prática cultural que é bastante enraizada na nossa política, eu não sei se vai mudar. A não ser que você mude o sistema eleitoral, que é baseado no voto nominal. Se mudar para lista fechada, ou outro tipo de sistema eleitoral, isso pode atrapalhar a eleição de herdeiros”, explicou.


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