O que faz o povão preferir Marina Silva? Foi pobre, nasceu e morou no meio da floresta, passou fome, aprendeu a ler e escrever aos dezesseis anos, pegou doenças que trás até hoje, é negra, evangélica, dedicou-se ao ambientalismo e à preservação da Amazônia, enfrentou o poder econômico, foi ministra do Lula e obteve 20 milhões de votos na última eleição presidencial.

Essas qualidades, e outras, fazem a candidata identificar-se com a maioria do eleitorado e justificam sua preferência, mas há outro fator essencial: seus concorrentes não sensibilizam o eleitorado. Apresentam lacunas que agora sobressaem em qualquer comparação. Dilma Rousseff, no exercício do poder, não empolgou.

Apesar da farta propaganda de seu governo, saltam aos olhos deficiências fundamentais na educação e na saúde públicas, nos transportes coletivos, na infraestrutura e na economia. Além de sua postura autoritária e distante. Pelo jeito, nem sua aproximação com o Lula será capaz de evitar a derrota no segundo turno. Sequer seu passado de guerrilheira que jamais pegou em armas, mesmo torturada a presa pela ditadura.

Quanto a Aécio Neves, apesar do dever de casa bem feito, duas vezes governador de Minas, presidente da Câmara e senador, entra na disputa sem uma forte mensagem. Promete repetir a administração tucana de Fernando Henrique, fator negativo pela própria natureza. No máximo, assegura a continuidade do bolsa-família e outros programas assistencialistas, mas nenhuma proposta social em condições de mudar a vida dos menos favorecidos. Sua característica de produto do establishment funciona contra ele.

Sendo assim, explica-se porque Marina, tornada candidata por um golpe do destino, apresenta-se em patamar bem superior ao antes ocupado por Eduardo Campos e vai deixando os adversários para trás. Já supera Dilma, no segundo turno, por nove pontos percentuais. Continuando as coisas como vão, a ex-senadora pode vencer a eleição, ainda que grande esforço esteja sendo preparado pelo Lula e pelo PT. O vento, porém, sopra do outro lado. O que a candidata do PSB não pode é considerar-se vitoriosa antes de a última tecla ser digitada nas maquininhas de votar, no final de outubro.

Segundo turno em São Paulo?

A mais recente pesquisa revela que Paulo Scaf passou de 11 para 20 por cento nas preferências paulistas, apesar de Geraldo Alckmin continuar com 55. A meta do candidato do PMDB é crescer a ponto de levar a eleição para o segundo turno. Nessa hipótese, tudo poderá acontecer, já que o PT e penduricalhos jamais votariam no atual governador. Resta saber que tipo de aliança eles poderiam celebrar.

Por Carlos Chagas, Diário do Poder


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