Por Joaquim Haickel

Aonde quer que eu chegue pessoas me perguntam sobre as possibilidades de vitória de seus candidatos a vereador na próxima eleição.

Nem lembrava mais como foi que tudo isso começou. Quando e como foi que eu aprendi a fazer essas contas que possibilita chegar ao coeficiente eleitoral e partidário, para com isso vislumbrar as possibilidades dos partidos em eleger seus candidatos.

Joaquim HaickelJoaquim Haickel
Devo deixar bem claro que não sou muito bom de contas. Nunca fui. Sempre gostei mais das matérias discursivas como filosofia, história, geografia e literatura.

Já meu pai era um gênio matemático e um mago da mídia. Fazia as operações aritméticas de cabeça e com uma velocidade incrível e inventava mil formas de comunicação. Nessas coisas eu não puxei para ele.

Desde criança acompanhava-o em suas campanhas políticas. Era frequente que ele chamasse minha mãe para que ela me retirasse da sala, pois minha presença inquieta atrapalhava a conversa.

Comecei a auxiliá-lo informalmente na Assembléia Legislativa em 1975, aos 15 anos, e sempre que podia presenciava suas conversas com políticos importantes e cabos eleitorais influentes vindos do interior. Efetivamente passei a assessorá-lo em 1979, como chefe de gabinete em seu primeiro mandato como deputado federal.

Já escrevi anteriormente sobre esse meu aprendizado político. Tive como mestres além de meu pai e meu tio José Antonio Haickel, José Sarney, Clodomir Millet, Pedro Neiva de Santana, Haroldo Tavares, Nunes Freire, José Burnet, João Castelo, Ivar Saldanha, Alexandre Costa, Vieira da Silva, Epitácio Cafeteira, Edison Lobão, João Alberto, José Bento Neves, Gervásio Santos, Raimundo Leal, Celso Coutinho e tantos outros grandes políticos. Isso sem contar os colegas que tive. Gente como Jaime Santana, Sarney Filho, Chico Coelho, Ricardo Murad, Haroldo Saboia, Edivaldo Holanda, Albérico Filho… Com professores e colegas como esses um aluno só não progride se não for talhado para o negócio.

Mas voltemos ao cálculo do coeficiente eleitoral. Aprendi a fazer essas contas em 1979 e quem me ensinou foi um colega de meu pai, Daso Coimbra, deputado federal pelo do Rio de Janeiro.

A primeira coisa que deve ser dita é que qualquer um pode fazer esses cálculos, pois eles estão publicados e explicados na lei eleitoral. O que não está na lei é o conhecimento político e o acesso às informações confiáveis que possibilitam fazer os estudos que nos permitem saber das chances de cada partido em uma eleição.

A conta é simples. Obtemos a quantidade de votos válidos somando-se todos os votos dados aos candidatos individualmente àqueles dados a todas as legendas dos partidos em disputa e divide-se esse resultado pela quantidade de vagas oferecidas.

No caso desta eleição em São Luis, estima-se que os votos validos serão 520.000. Dividindo esse numero por 31 vagas à Câmara, chegaremos a um quociente eleitoral de 16.774 votos. O que significa dizer que, para eleger um único vereador, um partido ou uma coligação deverá atingir esse número de votos.

Nas condições citadas acima, o partido que alcançar 16.773 não elegerá vereador algum.

Cálculo semelhante deve ser feito individualmente em relação a cada partido ou coligação.

Para sabermos quantos vereadores cada partido ou coligação elegerá, basta apurarmos seus votos válidos e dividirmos pelo quociente eleitoral. Imagine que uma coligação obtenha 67.269 votos. Divida esse numero por 16.774 e o resultado será 4.

Essas contas não são assim, exatas, por isso a contabilização das sobras é muito importante, mas infelizmente não dá para explicar isso em uma crônica de jornal.

Quando faço o meu estudo, me atenho exclusivamente a performance de partidos e coligações, não faço avaliação individual de candidatos, pois análises como essas dependeriam de uma imensa quantidade de informações, as mais confiáveis possíveis, coisa que não é fácil de se obter.

Esse estudo não é infalível. Da mesma maneira, pesquisa de opinião não pode ser levada cientificamente em conta para medir-se a preferência quanto a cargos em disputa proporcional, pois outros fatores são muito mais decisivos que os votos individuais de cada candidato.

Sobre esse fato gosto de citar o caso do ex-governador Jackson Lago que na eleição de 1986, mesmo tendo mais votos do que a soma dos dois últimos deputados federais eleitos pelo PMDB, não conseguiu se eleger, pois seu partido não obteve a quantidade mínima necessária para eleger um deputado.

Sobre a próxima eleição em São Luis, no primeiro estudo que fiz semanas atrás, cheguei à conclusão de que das 16 coligações ou partidos em disputa, 2 não elegerão nenhum vereador. Os 14 restantes devem eleger de forma direta 26 dos 31 vereadores, ficando 5 vagas para serem preenchidas pelos cálculos das sobras.

Muito mais que isso não poderia dizer e o que dissesse seria proveniente das informações políticas e eleitorais que me chegam pela grande quantidade de contatos que faço diariamente.


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