Entraram em operação os 50 carros-pipas que vão trabalhar no abastecimento emergencial de água em São Luís. A ação da Caema será desenvolvida em parceria com a Defesa Civil Estadual.

Para solucionar definitivamente o problema de desabastecimento de água na capital maranhense, resultante dos constantes rompimentos da adutora do Sistema Italuís, o Governo do Estado, por intermédio da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema), e da Defesa Civil do Maranhão, apresentou em coletiva de imprensa os Programas Emergenciais de Abastecimento de Água para a Cidade de São Luís. O evento foi realizado na manhã desta segunda-feira (14), no Palácio Henrique de La Roque, e tratou ainda dos programas de Manutenção dos Sistemas de Abastecimento de Água do Sacavém e Paciência I e lançou oficialmente o Programa de Abastecimento com Carro Pipa em São Luís.

Os programas, que devem garantir o aumento de adutoras, otimização do sistema de distribuição, perfuração de poços e o abastecimento imediato para as residências mais prejudicadas com o colapso da adutora, integram o projeto do governo que visa equacionar a crise no abastecimento de água, e estão assegurados no Decreto nº 27.997, assinado pela governadora Roseana Sarney, que declarou emergencial a situação no Sistema de Abastecimento de Água em São Luís.

A apresentação dos programas foi realizada pelo secretário de Estado da Saúde, Ricardo Murad, acompanhado do presidente da Caema, João Moreira Lima, e do comandante geral do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão, coronel Marcos Sousa Paiva.

O secretário Ricardo Murad ressaltou a constante preocupação do Governo do Estado, que vem trabalhando há mais de dois anos no projeto para resolver a questão do abastecimento d’água em São Luís. “Felizmente conseguimos iniciar esse grande programa. Ele consiste em várias fases, mas basicamente ele significa a substituição da adutora do Italuís, a hidrometração de grande parte da cidade para evitar vazão desnecessária de água, a recuperação de todos os sistemas existentes (o Paciência vai ganhar vazão, o Sacavém vai ganhar vazão), a substituição de todas as bombas, a construção de novos poços dentro desses mananciais, a recuperação do Batantã, a substituição de adutoras praticamente inservíveis e a distribuição emergencial de água nos pontos mais calamitosos”, detalhou.

O presidente da Caema, João Moreira Lima, descreveu o processo que culminou na defasagem do abastecimento na ilha de São Luís. “Tivemos que reduzir a vazão de água do Sistema Italuís devido os constantes rompimentos da adutora, que já está em alto grau de corrosão e não suporta trabalhar com pressão plena”.

Recuperação do Sistema Italuís

Durante a explanação aos jornalistas, o secretário Ricardo Murad adiantou que o projeto de substituição da parte comprometida da adutora do Sistema Italuís – fator decisivo para a crise no abastecimento – já passou por processo licitatório. A obra, que gira em torno de R$ 107 milhões, está esperando apenas decisão favorável do Tribunal de Contas da União (TCU) para a assinatura da ordem de serviço.

Abastecimento com Carros Pipa    

A utilização de carros pipa faz parte de uma estratégia emergencial adotada pelo governo estadual para fazer o abastecimento de água nas áreas que não estão sendo devidamente atendidas pelo Sistema Italuís. Foram contratados 50 carros pipa que deverão abastecer 16 mil residências selecionadas no programa, que deve garantir a distribuição diária de 45 mil litros d’água por carro, o que equivale a 2.250.000 m³/dia.

O coronel Marcos Paiva falou sobre a participação da Defesa Civil na ação. “O governo federal liberou verba para contratação de carros que vão auxiliar na distribuição de água nos pontos mais críticos da capital. E a Defesa Civil entra para fazer o monitoramento completo da execução do projeto”, frisou.

“Os carros pipas são fundamentais nessa operação por que vão garantir que, aquelas pessoas que tinham abastecimento de água mesmo de forma alternada, mas que hoje não tem abastecimento algum, possam estar recebendo novamente o benefício”, explicou o secretário Ricardo Murad.

Programa emergencial de abastecimento de água em São Luís

O programa visa aumentar a produção de água do sistema Paciência – elevar a contribuição de água subterrânea do sistema de 1.300 m³/h para 2.500m³/h.

O programa vai garantir a perfuração e manutenção de cinco novos poços; a plena operação de 16 poços existentes; a construção de 11 km de adutoras em diâmetros de 200 mm a 600 mm; a construção de reservatório semi enterrado de 500 m³ na bateria de poços do Paciência II; ampliação da estação elevatória do Paciência II e da subestação de energia de 300 Kva; construção de um reservatório semi enterrado de 2000 m³ na bateria de poços do Paciência I; ampliação da estação elevatória do Paciência I e da subestação de energia de 1.000 Kva; além da reforma e melhoria das instalações elétricas para alimentação dos conjuntos moto-bombas dos poços.

O valor total da obra é R$ 23,5 milhões, e o prazo para execução é de seis meses.

Manutenção dos sistemas Sacavém e Paciência I     

Orçado em R$ 5 milhões, o programa prevê a recuperação dos poços existentes nos sistemas, aumentando a produção de água do sistema Paciência e Sacavém para o reservatório R4/R5 no Outeiro da Cruz.

Serão realizados serviços de manutenção e recuperação de nove poços do sistema Paciência I; de interligação da liha de recalque de 700 mm do Paciência I aos reservatórios R4/R5; de limpeza e desenvolvimento de 14 poços do sistema Sacavém; de recuperação das subestações elétricas de 300 KVA E 500 KVA; e de impermeabilização dos reservatórios dos sistemas.

O programa deve ser aplicado em seis meses e todo o projeto de revitalização do sistema de abastecimento de água em São Luís deve ser realizado em, no máximo, um ano.


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