Blog do Ricardo Noblat

Elton Simões mora no Canadá há 2 anosElton Simões mora no Canadá há 2 anos

Sou um ser urbano. Confesso. Sinto prazer em sentar em um café para ler um jornal, um livro ou simplesmente observar as pessoas que passam. Aprecio andar em paz por ruas seguras. Encantam-me as cidades onde as janelas não têm grades e as casas não são cobertas por muros.

A ausência de muros em uma cidade indica que seus habitantes encontraram maneiras de conviver pacificamente. Elas optaram pelas melhores soluções e não pelas mais fáceis. Construíram pontes ao invés de muros.

A construção de muros começa na mente e no coração. Ações e palavras criam a ilusão de que muros são essenciais para a sobrevivência em comunidade. É crença de que a vida em comunidade somente é possível se existir a separação física de seus habitantes. É a aposta na segregação. Antes de agredir a vista, os muros se constroem no espirito.

A paz se constrói usando a energia da construção de muros na construção de pontes que possam restaurar o relacionamento humano. Muros separam. Pontes unem. É através de palavras que se constroem muros e pontes imaginários. Na construção de muros ou pontes, três palavras parecem ter muita importância: “mas”; “e”; e “se”.

“Mas” reflete a impossibilidade, o obstáculo, a objeção, sem, entretanto, necessariamente apontar uma saída. “Mas” limita a comunicação, afasta as pessoas, impede o acordo. “Mas” traz a desconfiança e descrença. É palavra que fecha ouvido e separa as pessoas. “Mas” é parte do cimento dos muros.

“E” complementa o pensamento. Indica que a comunicação esta funcionando. Contribui para o entendimento do problema. Abre portas e contribui para a troca de ideias. Pode, em muitos casos, substituir o “mas” sem qualquer perda de conteúdo da mensagem.

É por habito e não por necessidade, que, muitas vezes, o “mas” substitui o “e”. “E” é parte do cimento das pontes.

“Se” é parte da solução ou do problema. Na dose certa, “se” dá estrutura à comunicação e, com isso, pode restaurar os relacionamentos. Indica o caminho. Ilumina as necessidades. Sinaliza uma solução. Faz olhar para frente e aponta para possibilidades, futuro e solução.

Na dose errada, impossibilita a convivência e a comunicação. “Se” dá consistência a pontes ou muros.

As cidades são mais belas quando não precisam de muros. Quando somente pontes são necessárias. Para isso, seus habitantes precisam de poucos “mas”, muitos “e” e alguns “se”.

É a integração de seus habitantes que leva à melhoria da qualidade de vida nas cidades. A verdadeira paz é feita com pontes, e não com muros.

Elton Simões mora no Canadá há 2 anos. Formado em Direito (PUC); Administração de Empresas (FGV); MBA (INSEAD), com Mestrado em Resolução de Conflitos (University of Victoria). Email: esimoes@uvic


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