Aluízio Mendes, secretário de Segurança PúblicaAluízio Mendes, secretário de Segurança Pública

O secretário de Segurança Pública, Aluízio Mendes, acaba de cometer um crime tão bárbaro quanto a atrocidade cometida durante a rebelião no Complexo Presidiário de Pedrinhas, que resultou no assassinato cruel de 18 detentos.

Aos deputados, em audiência na manhã de ontem, na Assembléia Legislativa, anunciou como gesto intimidatório aos próximos crimes cometidos dentro do estabelecimento, a transferência dos assassinos para presídios federais.

Como se fosse uma grande e severa punição o passaporte para outros cárceres daqueles que ceifaram a vida de 18 prisioneiros, quer de pequena ou alta periculosidade.

Jogou tudo para debaixo do tapete. Desconheceu as leis vigentes ao não proceder ao auto de fragrante delito dos criminosos para posterior julgamento judicial. Pouco importa o número ou a forma como foram mortos. O que interessa é livrar-se dos assassinos.

Mandou para fora do Presídio São Luís, do anexo 3, os chefes da rebelião, cerca de 20 bandidos. E anuncia, com a fúria de um salvador da pátria, a expulsão de mais dez outos assassinos.

Quem vai pagar pelo acontecido que envergonhou e expões toda a fragilidade do carcomido sistema presidiário do Maranhão? Ninguém.

Ao arrepio da lei, os monstros foram tão somente penalizados com uma simples transferência. Quem mata colega de cela, a partir de agora, terá direito a um passaporte para um novo local, com comida e vida mais saudável.

Os mortos que se lixem. Os familiares que chorem e enterrem seus defuntos. O decreto foi baixado, diante dos olhares complacentes do Poder Judiciário, OAB, Ministério Público e dos Direitos Humanos. Uma lástima. Uma vergonha.

Tem razão o leitor Geraldo dos Santos, que aqui abordou com lucidez a questão. As leis não servem para o Maranhão, uma terra sem lei.


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