Dois assuntos estão na pauta dos brasileiros: a moralização na política e a Lei das Palmadas.

Sobre a primeira, que agradou a população, começa a dar sinais de falecimento no nascedouro. Refiro-me à Lei da Ficha Limpa.

Os tribunais, que têm a missão de preservar e aplicar as normas, agem na contramão, desmoralizada o instrumento legal que impediria o Ficha Suja de fazer parte da lista do Ficha Limpa.

Quanto ao segundo tema, não estava muito disposto a comentar. Fui estimulado pelo filho, Yuri, hoje com 27 anos, confesso. Então, vamos ao que interessa.

A deputada gaúcha, Maria do Rosário (PT), aquela que esteve em São Luís, fazendo parte da CPI do Crime Organizado, com belíssima atuação, inspirou a Lei das Palmadas, que será sancionada pelo Governo Federal, acredito.

Ora, como pode uma congressista ou mesmo o presidente Lula adentrarem ao meu lar, sem pedir permissão, e dizer como devo educar meus filhos?

Logo eles, poderes Executivo e Legislativo que não conseguem até hoje fazer o dever de casa, que é o de oferecer educação de qualidade e saúde digna aos nossos filhos, proteção e segurança aos nossos lares.

A um cabe o papel de legislar, ao outro o de executar. Um finge que legisla e o outro faz de conta que executa.

Essa lei é, na verdade, ao menos para mim,  uma interferência direta no processo educacional dos nossos filhos.  Deixo claro que sou contra qualquer tipo de agressão física, situações de constragimentos impostos aos filhos, mas defendo as palmadas corretivas, desde que sirvam para evitar a insistência à desobediência.

Assisti, no último domingo a uma situação vexatória. Estava com filho Felipe, de cinco anos, e minha ex-mulher no Golden Park, quando um pai esbravejava contra o filho por ele não aceitar brincar no bate bate.

O pai gritava que a criança, de uns oito anos, creio, não usaria mais nenhuma brincadeira do parque, como forma de castigá-la.

Ora, quanta ignorância! A esse tipo de castigo abomino com  todas as letras. A criança  tem seu direito de escolha, desde que não lhe seja prejudicial.

Fui criado, desde aos dois anos, com meu tio (saudoso pai Florêncio) e a minha amada avó Maria Rosa, de doces lembranças.

Sou do tempo em que a “Dona Carunchinha”, a cruel palmatória ,ditava as regras, e o cinto (velho surrado) continha as traquinagens. São outros tempos .

Não recordo de levantar o cinto ou usado uma régua, por menor que fosse, para orientar meus filhos. Pablo, meu filho, aqui ao meu lado, neste momento, diz que falo a verdade.

Jamais passaria aos meus filhos o tratamento que tive na infância, que ainda  hoje acho que foi necessário. Fui criado, na verdade, no tempo em que apenas um olhar do pai ou da avó dizia tudo.

Mas não abri mão de algumas palmadas para impedir a insistência da desobediência, como disse há pouco.

Tenho receio agora que  o excessivo rigor da nova Lei das Palmadas crie uma divisão de teritório dentro do próprio lar.

Sim, qualquer criança de dez anos, por exemplo, ameaçe seus pais, inclusive com queixas nas delegaciais. A que ponto estamos chegando.

Para encerrar o assunto, que vai ocupar as salas de aulas, a partir de segunda feira, fim das férias escolares, deixo a reflexão do jornalista e blogueiro Kostch, do mesmo partido da deputado Maria do Rosário, do PT:

” Não existe uma receita pronta que sirva para todos. Antes de mais nada, é preciso ter bom senso, dedicar mais tempo a conversar com os filhos e educá-los pelo exemplo, o que os pais que vivem nas grandes cidades têm feito cada vez menos, deixando tudo por conta das escolas.

Assim, muitas vezes, o último recurso, que é o castigo, acaba sendo o primeiro. E as crianças vão descontar suas frustrações e revoltas em cima dos professores, que nada podem fazer, criando-se um círculo vicioso que nenhuma lei vai cortar. Não sei qual a melhor solução, mas não é, certamente, punindo os pais com a “Lei das Palmadas” que vamos melhorar o nível educacional dos nossos jovens e construir uma sociedade menos violenta, mais fraterna”.


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