Boa parte das pessoas que comenta no meu blogue acha que estou sendo injusto com o resultado do debate entre João Castelo e Flávio Dino. Ainda considero que o debate foi equilibrado, principalmente no sentido de que não ocorreu a baixaria. Tenho a impressão de que errei na colocação. Quis dizer que o debate foi civilizado. Acho até que o Flávio Dino estava mais preparado e, portanto, deu o tom ao debate. Não creio que o debate, por outro lado, influencie o suficiente para definir a vitória. Agora a pouco me repassaram os números da Escutec: apenas 39% dos eleitores assistem ao horário político na tevê e somente 25% aos debates. No caso dos debates, a maioria já está definida.

Após essa análise, volto ao debate em si. Para mim foi como um filme que assisti na primeira derrota de Lula para Fernando Collor. O jovem governador de Alagoas se apresentava como o novo, o caçador de marajás, o ético na política, o inteligente e mais preparado, com vigor em abundância. Collor passou ao povo brasileiro que seus adversários, incluindo Lula, no primeiro turno, eram os políticos viciados, despreparados e inúteis. Aos olhos da maioria dos brasileiros, um encanto. Mais tarde viria a ser uma mera ilusão de ótica.

No debate do segundo turno, só Collor e Lula, o caçador de Marajás deitou e rolou. Levava a maioria ao delírio a cada vez que desdenhava do torneiro mecânico Lula. Em uma das passagens, recordo-me bem, Collor ironizou ao afirmar que Lula não sabia a diferença entre fatura e nota fiscal. Debochava de Lula o tempo todo. Collor foi um candidato criado em laboratório. Representava, não o novo, mais o novato. Anos depois a população descobriu o engodo. Os jovens estudantes, que carregaram Collor até a presidência da República, foram os mesmos que, decepcionados, foram às ruas para tirar Collor do mais alto cargo do país. O resto, todos já sabem.

No debate de ontem, a expressão firme, as colocações eloqüentes, os punhos cerrados, a transmissão de inteligência de Flávio Dino, lembraram em muito a postura de Fernando Collor de Melo diante do impotente Lula. Dino, que foi advogado de carreira e mais tarde juiz federal, a bem da verdade, é um bom debatedor. Por isso, hoje pela manhã recebi inúmeros telefonemas de eleitores do candidato comunista, sempre com a mesma expressão: Flávio Dino arrasou João Castelo, atropelou o tucano. A mesma expressão dos que acreditavam em Collor de Melo. Como disse, esse filme eu já assisti. Espero, apenas, que o eleitor seja sábio na escolha e não se arrependa depois ao confundir o novo com o novato.  


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