Constragimentos
O Ceuma tirou das suas salas de aula 400 alunos por inadimplência. A maioria não pagou seis, cinco, quatro ou três meses e mais a rematrícula. Outros, nem tanto. Outras faculdades em são Luís não ousaram tanto.
Não humilharam tanto. Permitiram que os universitários permanecessem estudando, mas cientes de do compromisso a ser quitado. E mais: tentam negociar de todas as maneiras para que nenhuma das partes seja prejudicada. É o sensato.
Não tenho absoluta certeza, mas parece que existe uma lei que ampara o estudante inadimplente, sem encobrir seus débitos que devem ser pagos. O errado e frustrante e tirá-los na marra da sala de aula.
Alguns pais são empresários e têm como cliente o poder público. Outros trabalham para empresas que prestam serviços ao poder público. Tanto um quanto o outro estão com seus compromissos atrasados.
Infelizmente, tudo aqui gira em torno do poder público. Onde a iniciativa privada é fraca, o poder público exerce o domínio. Se o poder público pára, o privado vai à falência.
As empresas privadas, a maioria presta serviços ou vende para o poder público, não recebem há mais de três meses. Algumas estão com o pé na falência, outras sobrevivendo como podem. Aos proprietários não sobra para pagar os deveres de casa.
Existem empresas de pessoas próximas do governador Jackson Lago que atravessam a mesma crise. Tudo por conta do Orçamento Geral do Estado que ainda permanece fechado, embora tenha sido aprovado pela Assembléia Legislativa.
Para os dirigentes do Ceuma pouco importa a real situação dos pais de alunos, o que interessa mesmo é o dinheiro no cofre da faculdade. Pouco importa interromper o futuro de um jovem, o que interessa mesmo é o capital para sustentar as riquezas dos donos do Ceuma.
O Ministério Público e a Justiça precisam olhar para a situação de 400 estudantes universitários que foram tirados da sala de aula, que estão tendo seu sonho interrompido, que podem enxergar na frustração o caminho mais fácil para o indesejável.
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Cardoso,
não concordo com vc. Quem não tem condições de pagar, que procure uma universidade pública (ainda bem melhores que as particulares). O que não pode é o Estado se desobrigar da Educação por conta de uma lei espúria, que só favorece caloteiros.
Quanto à sua alegação de que empresários podem não ter pagado porque ainda não receberam do Estado, tenho a dizer duas coisas:
1 – os filhos deles, com certeza, não são a maioria dos inadimplentes;
2 – esse imbróglio com o Orçamento do Estado acontece todos os anos. Quem é fornecedor mesmo do Estado já sabe disso e deve se preparar antes para a baixa de recursos que antecede a abertura do Orçamento;
Por quê o dono da faculdade é quem tem que arcar com a má-fé e a desorganização financeira dos clientes?