Oito anos depois, novo relatório da Federação Internacional de Direitos Humanos (FIDH) sobre violações de direitos humanos das comunidades atingidas pela indústria da mineração e da siderurgia em Açailândia revela omissão de agentes públicos e privados e persistência do quadro de violações.

A Federação Internacional de Direitos Humanos (FIDH) lançou no dia 08 de maio, na sede da Defensoria Pública da União em São Luiz, o relatório “PIQUIÁ FOI À LUTA: Um balanço do cumprimento das recomendações para abordar as violações aos direitos humanos relacionadas à indústria da mineração e da siderurgia em Açailândia, Brasil”.

O documento, resultado da parceria entre a FIDH e as organizações brasileiras Justiça nos Trilhos e Justiça Global, apresenta uma análise sobre o grau de efetivação das 39 recomendações feitas em relatório de 2011 aos atores públicos e privados direta e indiretamente relacionados com o contexto de violações de direitos verificado no município maranhense.

O estudo revela que, apesar do progresso alcançado no processo de realocação de mais de 300 famílias de Piquiá de Baixo (cerca de 1.110 pessoas), a convivência com a poluição, e os demais riscos associados, segue sendo um elemento cotidiano da vida dos mais de 7.500 moradores de todo Piquiá, bairro de Açailândia. Segundo a FIDH, nenhuma das 39 recomendações foi plenamente efetivada e, em 74,4% das mesmas, não foi identificado nenhum avanço em relação ao que foi recomendado. Com efeito, transcorridos oito anos desde o lançamento do primeiro relatório, o quadro dos fatores causadores das violações de direitos individuais e coletivos permanece inalterado.

Para a FIDH as instituições públicas não vêm demonstrando capacidade de enfrentar de forma estratégica os problemas derivados da contaminação ambiental produzida pelas siderúrgicas e pela Vale S.A., fornecedora do minério de ferro e transportadora do ferro gusa produzido pelas siderúrgicas. Ao invés disso, se limitam a responder a estes problemas de forma passiva, apenas quando provocadas por manifestações das pessoas atingidas, o que se demonstra insuficiente. O relatório revela que as siderúrgicas em Açailândia estão funcionando há seis anos sem renovação de suas licenças, em um flagrante exemplo de omissão do Estado.

Para a realização do relatório “PIQUIÁ FOI À LUTA: Um balanço do cumprimento das recomendações para abordar as violações aos direitos humanos relacionadas à indústria da mineração e da siderurgia em Açailândia, Brasil” foram utilizadas informações obtidas junto à própria comunidade de Piquiá e suas entidades de assessoria, das respostas das instituições públicas e privadas aos pedidos de informação enviados previamente, das entrevistas presenciais realizadas entre os meses de março e abril de 2018 em Açailândia, São Luís, Brasília e Rio de Janeiro, bem como de pesquisas a outras fontes primárias e secundárias. A partir desta análise, uma nova série de recomendações é apresentada ao final do relatório.


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