A inexperiência da CPI da Euromar
Boa parte das CPIs instaladas pela Assembléia Legislativa do Maranhão resultou em nada. A que investiga as fraudes praticadas pela Euromar, faz o mesmo caminho.
Ontem, durante tomada de depoimentos de peças importantes no processo investigatório, como o capitão Ronaldo Campos e o empresário Alessandro Martins, a CPI não soube o que fazer, deixar passar as melhores oportunidades para colher dados e demonstrou total inexperiência.
O capitão reformado da PM, Ronaldo Campos, trabalhou desde 1992 no Detran, em todos os setores do órgão. Estranho que, ao ser exonerado por participação no esquema, tenha sido contratado pela Euromar como consultor.
Ronaldo Campos, no mesmo período que as fraudes campeavam, adquiriu casa na planta, em condomínio fechado na Cohama, ao valor de R$ 200 mil, no cash.
A CPI não tratou, antes de ouvir o capitão, de levantar os bens do depoente e pouco lhe apertou os parafusos para saber como verdadeiramente funcionava o esquema. Enveredou por detalhes técnicos que não domina e o capitão, se sentindo na própia caserna, fez barba, cabela e bigode.
Com Alessandro Martins, então, foi um show…de ingenuidades. O empresário esteve muito à vontade, inclusive para repreender aos membros da CPI, quando achou necessário.
O fundamental não foi colhido. Como Martins faturou lotes de carros em nome de locadoras sem a anuência das referidas? Como conseguia emplacar os carros em nome de particulares se nos boletos bancários consta que os carros são de de aluguéis?
E mais: quanto foi sonegado de ICMS? Qual a sua dívida junto ao fisco estadual? Quanto já foi pago? Como pretende pagar o restante? Como sabe antecipadamente do resultado das decisões judiciais? Qual a origam da sua fortuna se chegou como empregado na Dalcar, mas já emprestando vultosas quantias para o dono da concessionária?
A CPI ainda tem tempo de se recuperar e mostrar para a sociedade que pode oferecer resultados satisfatórios. Do contrário, será apenas mais uma.
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