Após passarem por cirurgias, o advogado Arcedino Concesso, a esposa Juliana Plácido e a sogra dele, Maria Graci da Silva, seguem internados na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital São Marcos, em Teresina, no Piauí.
Eles, juntamente com as duas filhas do casal (que já tiveram alta) sofreram lesões após um pouso de emergência feito pelo próprio advogado que pilotava um monomotor de prefixo PT-RHJ, modelo Embraer 711, conhecido como “Corisco”, em um campo de futebol no bairro Vila Operária, na zona Norte de Teresina, na última segunda-feira (12).
A médica Juliana Plácido, ainda internada, falou pela primeira vez após o acidente e agradeceu pelas orações e apoio recebidos, relembrando com emoção os momentos tensos do acidente.
“Gratidão a Deus pelo livramento e por nos dar uma nova chance de viver!”, disse ela. Veja:
O advogado Arcedino Concesso, piloto do avião, também falou sobre o acidente à TV Cidade Verde e rebateu críticas que apontam que a aeronave estaria com peso acima da capacidade permitida.
“Falaram […] que o avião tinha capacidade somente para três pessoas e estava carregando cinco. O avião tem capacidade para um tripulante, que é o piloto, no caso, eu mesmo, o proprietário da aeronave, e mais três passageiros. Isso não impede também que a bebê de colo- que era a quarta passageira- fosse transportada porque eu não ultrapassei o peso máximo de decolagem que o meu avião permite. Então, eu tinha peso de sobra ainda para decolar. A aeronave permite em torno de 1.315 quilos máximo de decolagem; eu não tinha nem 1.200, tinha 1.100 e alguma coisa. As pessoas não podem veicular algo que não conhecem. […] eu até falei nas redes sociais que as pessoas não julgassem o que não entendem ou o que não acompanham”, esclareceu o advogado.
Arcedino também afirmou que: “Minha aeronave tinha acabado de sair da manutenção e tinha feito um voo teste. Gastei uma quantia elevada, troquei todas as peças, fiz a manutenção de cem horas recentemente. Ela estava totalmente legal junto à Anac. A investigação vai apurar o que pode ter acontecido com o motor pra ter perdido essa potência. Assim que for preciso, vou relatar a todas as autoridades competentes.”
Ocorre que uma das portas da aeronave estaria aberta mas ainda assim, o advogado disse que recebeu autorização para retornar ao aeroporto, mas fez uma análise de risco.
“Constatei que uma da portas da aeronave, que tem duas travas, tinha uma trava que não tinha fixado corretamente. Solicitei retorno à torre, que foi autorizado, mas para retornar eu precisava ganhar altitude, e isso não aconteceu. Pelo contrário, o motor do avião não respondeu corretamente aos comandos. Ao invés de subir, começou a perder altitude. Fiz uma análise de risco. Não tinha viabilidade para retornar ao aeroporto, provavelmente iria cair em cima das casas. Então optei por fazer o pouso de emergência no campo de futebol que, no momento, estava sem nenhum operário trabalhando. Colidi com a rede elétrica, o que diminuiu o impacto e nos ajudou na hora nesse pouso de emergência. Evitem julgamentos, o avião apresentou falha no motor (não foi a porta mal fechada). Tentei ao máximo evitar lugares habitados, pois vi que não conseguiria voltar ao aeroporto”, explicou o piloto.
O advogado também relembrou os momentos difíceis do acidente.
“Retirei todos os passageiros. Fui o último a sair porque a minha preocupação era com a explosão, com o incêndio, pois existia um risco eminente disso acontecer, em razão do motor do avião estar quente, dos tanques estarem cheios. Então, mesmo sentindo muitas dores na região lombar e sem conseguir respirar, eu consegui tirar os passageiros. […] nós tivemos um momento difícil em nossas vidas e tenho certeza que Deus me abençoou para que conseguisse fazer aquele pouso de emergência e não tivesse maiores danos”, desabafou.
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