propaganda suja a cidade
As principais rotátórias da cidade estão empestadas de jovens distribuindo propagandas de empresas diversas, principalmente de construção civil (novas moradias) e de revendedoras de veículos. São folderes e outros impressos produzidos por mídia alternativa. Não fosse a insistência dos que entregam o material, ninguém estaria reclamando e nem as avenidas estariam sujas pelos papéis, aumentado o trabalho dos que operam a limpeza de São Luís.
A empresa BMK, que distribui os papéis, ao que parece, instrui seus operários a não levar nada de volta e muito menos jogar na lixeira os impressos. Por conta disso, os jovens, que ganham R$ 10 por dia, menos do salário mínimo vigente, faça chuva ou sol, são obrigados a obrigar motoristas a aceitar as propagandas.
Na sexta-feira passada, ao parar em um sinal na rotatória próxima do Marcus Center, no Calhau, o motorista do nosso Jornal A Tarde teve que pegar um monte de papeis jogado por um dos entregadores. Ao meu lado, uma jovem usou o mesmo método. Fiquei furioso, confesso, mas tive que aceitar o camalhaço para não jogá-lo no meio da avenida. A mesma coisa não aconteceu com um veículo para ao nosso lado. O motorista jogou tudo pra fora, em gesto de reprovação e de indelicadeza com a cidade.
Na cidade de Curitiba, a Câmara Municipal aprovou lei que proíibe a distribuição de tais materiais em ruas e avenidas da cidade. É que nem sempre todos querem entulhar seus veículos com as propagandas. Para evitar o desemprego, a prefeitura daquela capital convocou os jovens entregadores de papéis para ajudar na conservação dos jardins públicos. Uma bela ação.
Em São Paulo, o prefeio Gilberto Kassab, antes de ser reeleito, enviou projeto idêntico para a Câmara Municipal paulista, que foi aprovado normalmente. Agora é lei: é proibido distribuir propagandas impressas nas rotárias da maior cidade da America Latina. Não sei qual solução foi dada por Kassab para evitar o desemprego em massa dos jovens distribuidores da propaganda.
Em São Luís, a coisa continua para atrapalhar o condutor de veículos e aumentar os serviços dos garis. Um amigo jornalista contou que, ao receber uma dessas propagandas ainda dirindo seu veículo, não percebeu que ultrapassou a um sinal fechado e teve o flagrante registrado pelo pardal. Resumo do prejuízo: multa de R4 125. O dono da BMK, soube, é amigo do prefeito Tadeu Palácio. Salvo engano, o jornalista Roberto Kenard escreveu algo parecido ou mais detalhado sobre a mesma questão, há dois anos.
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