Tenho 50 anos de vida. Até aos 17 anos fui evangélico da Assembléia de Deus, levado pela saudosa avó Maria Rosa. Bons tempos aqueles em que as igrejas e os irmãos em Cristo estavam voltados exclusivamente para levar a palavra de Deus a todo o mundo, na busca da salvação eterna para sí e aos outros. Participei das primeiras pregações em praças públicas aqui em São Luís. Éramos jovens fervorosos e inquietos pela expansão das palavras de Deus. A política partidária não fazia parte de nosso convívio, a luta nefasta por cargos públicos não nos seduzia. Era nossa meta primordial, naqueles tempos, buscar a Deus sobre todas as outras coisas.

Hoje, os tempos e os templos são outros. Os costumes mudaram.. para pior. Ao invés de buscar a Deus em primeiro lugar, os evangélicos, com raríssimas exceções, brigam por espaços na política partidária e por cargos públicos, com o aval das lideranças das igrejas. Abraçam causas de corruptos e corruptores, sem o menor pudor. Oram, apelando a Deus, não pela salvação das almas, mas em favor de que os vivos permaneçam vivos na arte de subtrair o que de fato e de direito pertence aos povos. Uma lástima.

Na eleição municipal de São Luís, observei exemplos, senão gritantes, ridículos. Evangélicos se dividiam na busca pelo poder político. Levaram aos seus templos candidatos e a eles prometiam, não um lugar aos céus, mas a certeza de que suas orações levariam Deus a tocar no coração de cada eleitor para que fossem vitoriosos nas urnas. Uma grande mentira. Um engodo enorme aos olhos de Deus. Um “Migué”, como no dito popular. E os candidatos a prefeito prometiam vagas na futura asdministração, além de dinheiro para tornar seus sonhos em realidade.

Agora mesmo os evangélicos, capitaneados por meia dúzia de “líderes” querem levar o rebanho evangélico para as praças, ruas e avenidas para defender o mandato do governador jackson Lago. Os mercadores da fé querem usar os irmãos como massa de manobra para evitar a cassação do mandato de Jackson Lago, como se as orações fossem sensibilizar a Deus e aos ministros do TSE. Não é essa a função dos evangélicos, não foi esse o destino reservado por Deus a cada um naquele que nele crê para que tenha a vida eterna.

A Justiça Divina permanece e estará acima de todas as coisas. Entretanto, não vejo nas ações do Poderoso o acobertamento de atitudes ilícitas ou a proteção aos que transgridem as leis. Aos evangélicos é dado o direito de orar pela mudança dos gestos maléficos dos homens, a transformação de suas perversas consciências, em nome de Deus. Nunca, a permanência dos próprios evangélicos pelos tesouros na terra, pelas mordomias satánicas ou pelas sobras do poder dos infernos. Orais, irmãos, enquanto vida tiverem pela salavação dos que precisam da palavra de Deus e da vida eterna! Esse, sim, é o papel que cabe a cada evangélico.


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