Portos MA

A embarcação encalhou no início da tarde deste sábado, 17, na entrada do canal de acesso à fábrica da Alumar, carregada com 23 mil toneladas de bauxita.

22.02.2024, 9h45 – Atualizando: Depois do fracasso das primeiras tentativas realizadas para “reflutuar” o navio Forte de São Felipe, a situação, que já era grave, parece ter ficado pior. Nas operações anteriores foram usados seis rebocadores que se mostraram insuficientes para “empurrar” a embarcação para águas mais profundas da que ele se encontra atualmente. Para os especialistas ouvidos por Portosma, uma chance maior para se conseguir a reflutuação, seria uma ação casada que incluiria “aliviar” a carga e, aguarda uma maré mais alta. Uma maré de 6,7, por exemplo, só deve acontecer nos dias 11 e 12 de março. No entanto, dada a corrida contra o tempo, e, acreditando no efeito positivos da maré de 5.7 desta sexta-feira, 23, uma nova tentativa está sendo orquestrada.

A ideia agora é rebocar o navio Forte de São Felipe no sentido inverso por ele percorrido até o encalhe. Um plano de distribuição de cargas esta sendo montado para distribuir os rebocadores a serem utilizados na operação. No complexo portuário de São Luís a média de potência dos rebocadores é de 65 mil toneladas de tração estática, ou, em inglês “Bollard Pull”.

Fica, no entanto a opinião da maioria dos especialistas que “levam em conta o interesses econômicos e, (essa conta foi feita no caso do Stellar Banner que acabou sendo rebocado e afundado em aguas profundas), feita pelo armador. O FSF tem mais de 12 anos. Um alivio de 22 mil de quilos de bauxita, é certo, diminui calado. Uma amplitude de maré grande aumenta a profundidade na preamar. Com essas variáveis, a solução viria após uma sondagem minuciosa em torno do navio para montar um dispositivo de reboque com aplicação das forças em locais adequados. E, claro, a contratação de um bom técnico para coordenar a operação ou contratar uma empresa especializada em salvatagem”. Tudo isso, no entanto, depende de muito dinheiro!”.

Para entender, leia a reportagem completa

12h20 da tarde de sábado, 17. O navio Forte São Felipe, em plena operação de descarga com 58 mil toneladas de bauxita no terminal privado da Alumar, é oficialmente orientado pela administração do porto que a operação seria interrompida. Motivo: uma pane em um dos guindastes do cais.

Ação seguinte. Seria necessária uma operação chamada de troca de bordo, para que, o procedimento de descarga continuasse do outro lado da embarcação. Lado oposto ao de origem do início da faina.

Quando atracou, no início da manhã deste mesmo dia, o navio Forte São Felipe tinha em seus porões, 58 mil toneladas de bauxita. Ao ser interrompida a faina, já com 35mil toneladas descarregadas, o navio inicia a o procedimento de desatracação, agora carregado com pouco mais de 23 mil toneladas.

12h12. O navio Forte São Felpe inicia, com pratico a bordo, o que seria uma rotineira desatracação para a considerada, e necessária troca de bordo, em virtude dos problemas operacionais do caís da Alumar. Aqui uma das incógnitas. “Não entendi o porquê da necessidade de ir lá fora, na baia, quando esse tipo procedimento, com ajuda de rebocadores, é feita na própria área do canal da empresa” questiona um marítimo em um dos grupos de portuários do Maranhão onde o assunto liderou todas as discussões.

12h47. Percorrido quase 4 km, (pouco mais de 2 milhas) já fora no canal, o FSF executa com sucesso a virada e inicia a viagem de volta para o Terminal da Alumar. Naquele momento, com uma maré acima dos 4m, o canal oferecia um calado de quase 12 metros. Profundidade mais que suficiente para a navegabilidade do navio. Sobretudo agora, com menos da metade da carga inicial.

Entre 12h35 e 13h21, pouco menos de 2km percorrido já na viagem de volta ao terminal de origem, o FSP encalhou. Aqui a segunda grande incógnita: Porque fora do canal? Na área escolhida para retornar ao caís, todo bom marinheiro sabe, a lâmina d´água é sabidamente menor e considerada insegura para manobrilidade de um navio desse porte. Vale dizer que, por o encalhe ter ocorrido fora do canal, o tráfego de navios (entrada e saída) ao terminal da empresa não sofreu qualquer tipo de interrupção.

A primeira tentativa de reflutuarão aconteceu as 1h39min de domingo e durou quase 3 horas. Porém, dada a gravidade do “assentamento do navio no leito onde está”, não teve êxito. Ouvido por Portosma, um pratico com mais 30 anos de experiência no Complexo Portuário do Maranhão foi didaticamente otimista. “Acho que só sai com “alivio” de carga e uma amplitude de maré mais favorável! No entanto, para aliviar carga depende de “cabrea” e “ balsas”, já que o navio não é um” self load ship, e estes equipamentos não dispomos aqui em São Luís”. E completou: “Talvez, se fizeram uma avaliação mais técnica, deixem para tentar em uma amplitude de maré mais favorável.

Essa ideia parece ser recorrente. Uma outra opinião, também abalizada, sugere que as 23 mil toneladas de bauxita sejam retiradas do Forte São Felipe e apostar que, menos pesado, a reflutuação tenha mais chances de dar certo.

O navio mercante Forte de São Felipe, de bandeira brasileira, tem 229 metros e saiu do Porto de Juruti, no Pará, carregado com 58 mil toneladas de bauxita. A Capitania dos Portos foi Informada do acidente pela Alumar, e prontamente deslocou uma equipe até o local para coletar informações sobre o caso, garantir a segurança da navegação e evitar a poluição ambiental. De acordo com a CPMA, não há risco de vazamentos da carga, de óleo, ou danos estruturais no navio e que vai abrir um inquérito para apurar as causas, circunstâncias e responsabilidades pelo ocorrido. Apesar do encalhe, as autoridades, o Consórcio, e o Armador do navio tomaram todas as providências para que o fluxo de embarcação no Canal não fosse comprometido e/ou interrompido.

Em Nota, a Alumar se manifestou sobre o acidente:

“Na tarde deste sábado (17), um navio que atende a logística da Alumar encalhou na estrada do canal de acesso ao terminal de uso privado.

Embora o navio não seja controlado e operado pela Alumar, imediatamente, após o ocorrido, o Consórcio se colocou a disposição para apoiar a Praticagem, o Armador no navio responsável, e as autoridades competentes. Foram acionados, preventivamente, O Plano de Emergência Individual (PEI) e o Plano de Ajuda Mútua (PAM).

A Alumar reafirma o seu compromisso com os seus valores e os respeitos às pessoas e o meio ambiente.”


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