STF vai julgar ação da AMB, que defende a redução da competência do CNJ para processar e julgar desvios de magistrados.

Frederico Vasconcelos e Flávio Ferreira
Folha de S.Paulo

Ação proposta pela Associação dos Magistrados do Brasil questiona resolução do CNJ sobre punições a juízes.Ação proposta pela Associação dos Magistrados do Brasil questiona resolução do CNJ sobre punições a juízes.
Se o Supremo Tribunal Federal reduzir poderes do Conselho Nacional de Justiça, os tribunais estaduais poderão voltar à prática de antecipar a aposentadoria de magistrados suspeitos para evitar a abertura de processos.

Essa previsão foi feita pela corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, em debate na Folha na segunda-feira. Ela disse que 54 investigações, muitas contra desembargadores, “estarão absolutamente inutilizadas” se o STF decidir que o CNJ só poderá agir se as corregedorias estaduais forem omissas.

Acompanhe o Blog do Luis Cardoso também pelo Twitter™ e pelo Facebook

O STF vai julgar ação da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros), que defende a redução da competência do CNJ para processar e julgar desvios de magistrados.

Participaram do evento o presidente da Associação Paulista de Magistrados, desembargador Paulo Dimas Mascaretti, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que prepara proposta de emenda constitucional para garantir os poderes do CNJ.

Calmon disse que o legislador colocou a corregedoria como órgão com competência constitucional “para que o corregedor não fique a reboque do presidente do CNJ”.

Ela contou que, ao perceber que a tese da AMB ganhava corpo, pediu a manifestação de acadêmicos e juristas. “Mas a questão não poderia ficar no âmbito do Poder Judiciário”, pois o movimento começou a ter reflexos nos julgamentos do CNJ, disse.

Segundo ela, ao iniciar o julgamento de qualquer processo contra desembargador, a defesa alegava que a investigação deveria ter começado na corregedoria local.
Ela decidiu então “assumir uma posição política”, “falando para o público em geral”.

Embora admita que “carregava nas tintas”, diz que não generalizou ao dizer que havia bandidos de toga.

Citou um pistoleiro que se tornou juiz: “Este pistoleiro se escondeu para não ser alcançado pelas mãos da Justiça. Mas foi retirado pela corregedoria local para que a magistratura fosse limpa. Esta é a minha luta”.

Calmon diz que os magistrados de primeiro grau são investigados, mas a situação fica mais difícil quando envolve desembargadores.

“Para o processo ser aberto é preciso um quorum mínimo, que é o de maioria absoluta. O corregedor leva o caso ao tribunal. Um [desembargador] se dá por impedido, outro se dá por suspeito, outro não vai à sessão de julgamento. A maioria absoluta não se completa e o processo vai para a prateleira”.

O presidente da Apamagis, Paulo Dimas Mascaretti, defendeu a AMB. Segundo ele, a entidade não quer esvaziar os poderes do CNJ, mas permitir que os magistrados “possam ser processados em primeiro lugar perante seus tribunais” e depois, dependendo do resultado, possam ter seus casos revisados pelo CNJ, que atuaria como um tipo de segunda instância.

O senador Demóstenes Torres reafirmou que apresentará proposta de emenda para garantir os poderes do CNJ caso a ação da AMB seja vencedora no STF: “Dos 81 senadores, 70 votarão dessa forma [amplos poderes ao CNJ]”.


ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Documentos que questionam validade dos estudos foram assinados pelo conselheiro Danilo Silva Santos, que é membro ...
NOTA DE ESCLARECIMENTO O Diretório Municipal do PRTB de Codó esclarece à população codoense que o ...
O Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão (TRE-MA) começou a julgar na tarde desta quarta-feira (02), as ...
De acordo com Dhebora, as agressões teriam ocorrido ao longo de várias horas, e o irmão ...
Jornalista, locutor e apresentador estava internado em um hospital em Petrópolis, na Região Serrana do RJ, ...
Na noite desta quarta-feira (02), uma grande multidão tomou as ruas do povoado Ipu-Iru a “Capital ...

Acompanhe o Blog do Luis Cardoso também pelo Twitter™ e pelo Facebook.