José Bernardo, o desembargador que driblou o sufoco com ousadia
José Bernardo assina o termo de posseA festa tinha suas razões. Avesso a badalações e, ao contrário de muitos dos colegas que se sentem como semideuses, José Bernardo é uma figura carismática e bastante educada, que cumprimenta a todos no Tribunal de Justiça e atende a quem o procura com extremada educação.
Ex-Juiz-auxiliar da Corregedoria Geral da Justiça durante as gestões Raimundo Cutrim (2006-2007) e Jamil Gedeon Neto (2008), José Bernardo Rodrigues ocupou a vaga da desembargadora Etelvina Ribeiro Gonçalves, aposentada no dia 9 daquele mês. Ele recebeu o voto de 21 dos 22 desembargadores votantes.
Ele nasceu em São Luís e é casado com a professora Odaléa Rodrigues, com quem tem um casal de filhos. Glauber e Vanessa. Ambos seguem o caminho do pai. São advogados e Glauber foi aprovado no último concurso para o cargo de analista do TJ.
A infância e a adolescência com os 9 irmãos deixam-lhe saudades, apesar das dificuldades financeira dos pais. Georgino Benício Rodrigues (Nhô,), já falecido e Ana Amélia Lopes da Silva, ainda viva, mas bastante enferma.
O pai era funcionário público federal. Para ajudar no orçamento doméstico, Ana Amélia dava aulas de corte e costura, datilografia e culinária. A morada, hoje modificada, na rua Professor Arimatéia Cisne-242, no Apeadouro, era de taipa, e o próprio desembargador ajudou a embuçar, como registrou em seu emocionado discurso da posse.
Na mesma rua, um grande terreno baldio, denominado de “Barreiro”, era onde o magistrado e os colegas batiam as peladas no final da tarde. Habilidoso com a bola nos pés, marcou época em São Luís como um dos mais talentosos meio campista.
Jogou no Moto Clube, no Ícaro, Graça Aranha e Boa Vontade. Mesmo sendo paparicado pelos dirigentes dos clubes de futebol, não atendeu aos apelos para permanecer como profissional, já que seu destino era driblar o sufoco e marcar seu gol de placa, que começou quando foi aprovado para a antiga Faculdade de Direito, que funcionava na rua do Sol, defronte ao Teatro Artur Azevedo.
Ingressou na magistratura em março de 1981 e conta com quase 30 anos de atividades judicantes. Era juiz da capital desde dezembro de 1995, como titular da 3ª Vara Criminal da Comarca de São Luís.
Exerceu suas atividades judicantes nas Comarcas de Porto Franco (abril de 1981 a dezembro de 1984), Araioses (dezembro de 1984 a março de 1990) e Timon (abril de 1990 a fevereiro de 1993).
É professor de Direito Processual Penal da Escola Superior da Magistratura do Maranhão (ESMAM), desempenhando a função de debatedor e conferencista em encontros jurídicos e seminários patrocinados pela entidade.
O conselho de Nhô
Figura das mais conhecidas na cidade em meados da década de 1960, quando chegou até a montar um clube de dança no Apeadouro, Nhô, o pai do desembargador sempre manteve uma rígida vigilância sobre os filhos, principalmente quanto ao quesito educação.
Quando José Bernardo começou a sua meteórica carreira de atleta, o pai o chamou às falas: “Olha, Bernardo, nada contra o futebol. Tu podes continuar a jogar tua bola, mas não pode é abandonar os estudos”.
O conselho, que, na realidade era uma ordem, foi seguido à risca. E se o futebol maranhense ficou desfalcado de um craque naquele período, a magistratura do Estado ganhou um dos maiores operadores do Direito de que se tem notícia.
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Também foi juiz de barra do corda.
Parabéns, cardoso por focar no perfil desse brilhante magistrado. É um homem que nasceu em família humilde, mas que venceu pelo esforço, pela garra, pela dedicação e pela competência. É um grande desembargador o josé bernardo
as coisas mudam conforme o interesse.
Conheço o Dr. Bernardo de longas datas, melhor, ele me conhece desde que era criança.
É um exemplo de pai, de profissional da magistratura, figura humana ímpar bem quista de todos em nossa querida Barra do Corda.