O governador Jackson Lago reafirmou a um membro do PDT que não estará engajado no primeiro turno da eleição em São Luís. E acha que provavelmente acontecerá o mesmo no segundo turno.
Lago revelou ainda que é contra o PDT tem candidato próprio na capital. Acha que é hora oportunizar outras siglas aliadas para o comando da Prefeitura de São Luís.
O Maranhão recebe mensalmente R$ 163 milhões do Sistema Único de Saúde -SUS-, sendo que deste total São Luís abocanha a maior fatia, ficando com R$ 43 milhões. Ainda assim, o sistema de saúde da cidade permanece agonizando na UTI.
Basta caminhar nos corredores dos hospitais públicos municipais, tentar passar dois dias para conseguir um atendimento dois meses depois na Central de Consultas.
O Socorrão I e Socorrão II estão prestes a fechar as portas. O atendimento é péssimo e até mesmo os médicos não querem mais trabalhar nos dois hospitais. Além disso, nos dois estabelecimentos o amontoado de pessoas doente parece mais com um campo de concentração nazista.
Ontem, o médico e deputado da base do governo, Stênio Resende lamentou o estado de saúde da capital e reconheceu a inércia do prefeito Tadeu Palácio no setor, embora ele seja médico oftalmologista. “A saúde em São Luís não anda bem. Gostaria muito de dizer o contrário, mas não posso”, afirmou Resende, da tribuna da Assembléia Legislativa.
O parlamentar convidou os médicos da Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa para reunir hoje e tratar sobre a questão. “Precisamos verificar in loco a situação dos hospitais do município”, defendeu Resende.
Até mesmo a deputada Graça Paz, do PDT, depois de tentar defender as ações da Secretaria de Saúde, reconheceu a precariedade do setor. “A saúde deixa muito a desejar”, resumiu a parlamentar.
De autoria do deputado Raimundo Cutrim, a Assembléia Legislativa aprovou requerimento para que seja formada uma comissão de deputados que possa discutir a situação de saúde da capital. Falta apenas acerta a data para que a comissão inicie visitas aos hospitais.
Depois de jantar com o empresário paranaense no Rio Poty Hotel, Dino Carmo, o secretário de Saúde do Estado, Edmundo Gomes decidiu agora recontratar a empresa CIAPS, sem licitação, para administrar novamente a Maternidade Marly Sarney, o Materno Infantil de Imperatriz e ofereceu mais quatro hospitais de referência estadual para que sejam geridos pela mesma empresa.
A CIAPS foi notificada recentemente pelo Ministério Público por executar serviços sem observar as exigências sanitárias.
Ontem, o líder da oposição na Assembléia Legislativa, deputado Ricardo Murad, denunciou o secretário Edmundo Gomes por querer renovar o contrato com a CIAPS sem licitação. “Há algo de estranho em tudo isso. Essa empresa deu prejuízos para os hospitais que administrou”, lembrou Murad.
O parlamentar anunciou que vai requerer ao Tribunal de Contas do Estado, a Procuradoria Geral de Justiça e ao Ministério Público Federal, que intercedam para evitar a renovação do contrato entre a Saúde e o CIAPS.
De acordo com a notificação da Promotoria de Justiça Especializada de Defesa da Saúde, foi constatado na UI-Neonatal, as incubadoras danificadas fixadas com esparadrapos, déficit de equipamentos como berço aquecido, bombas de infusão e oxímetro de pulso.
Ficou constatado ainda na Maternidade Marly Sarney irregularidades como funcionamento de forma improvisada do centro obstétrico, déficit de equipamentos, além da necessidade de revestimento do piso.
Segundo o relatório, é inadequado o fluxo de material esterilizado, assim como a ausência de normas para o setor.
Agradeço a manifestação de apoio e solidariedade do jornalista John Cutrim pelo fato do Jornal A Tarde virar alvo das raivosas imposições do secretário de Comunicação Social do Estado, Zeca Pinheiro, que pretende impedir que seja mostrado o retrato da capital depois das chuvas, diante da omissão do prefeito Tadeu Palácio. E jamais deixaremos de criticar a fragilidade do sistema de segurança. Nunca!
Realmente é difícil fazer imprensa independente no Maranhão. Ainda mais agora que estamos, ao que nos parece, caminhando para a censura aqui na terrinha. O Jornal A Tarde não faz e nunca fará campanhas sistemáticas ou oposição a um governo que agora se iniciou. Daremos ao governador Jackson Lago o crédito de confiança que a população lhe depositou nas urnas.
Entretanto, não podemos nos omitir aos fatos que acontecem no sistema frágil de segurança do Estado. Nem iremos deixar de noticiar o estado de abandono a que relegaram, nos últimos meses, São Luís. Somos como madeira de lei, quebra mas não verga jamais.
O governador Jackson Lago ainda não encontrou motivos suficientes para tirar o ex-deputado federal João Castelo da corrida pela sucessão em São Luís. Tem com ele compromisso assumido para apoiá-lo na disputa. Toda a turma do PDT sabe disso, mas finge que não conhece o teor do acerto.
Porém, tem dois impecilhos pela frente: o prefeito Tadeu Palácio e os históricos do partido, exceção a Aziz Santos. Na verdade, apenas o primeiro (o atual prefeito) tem sido a pedreira nas pretensões do atual dirigente da Emap, João Castelo.
Aliás, convém sempre lembrar que históricos e Palácio não se bicam, desde a escolha dele para ser o vice na chapa de Jackson para prefeito da capital. Palácio assumiu as rédeas municipais, deu o seu tom, e hoje representa, mesmo quase no final de mandato, uma pedra no sapato de Jackson.
Quando precisou do Palácio dos Leões para colocar nas ruas sua campanha, ainda no primeiro turno, Jackson Lago não encontrou guarida financeira no governador José Reinaldo Tavares, que estava ocupado com duas candidaturas: Edson Vidigal e Aderson Lago. Palácio bancou tudo e, por isso, cobra a fatura. Ganhou do governador aquilo que lhe era natural, a coordenação da sua própria sucessão. Isto porque Jackson Lago ainda amarga péssimos índices de rejeição na capital. Do contrário, Palácio estaria com a bola murcha.