Ainda que tenha sido presidente da República, o senador José Sarney não pode ter informações privilegiadas dentro dos organismos do governo federal, principalmente dos ligados ao setor de investigações.
O senador, pelo visto, foi informado por alguém de dentro do Ministério da Justiça ou até da própria Polícia Federal sobre o grampo nos telefones do filho Fernando Sarney.
Dona Eurídice Vidigal, ou talvez o serviço de inteligência das policias maranhenses, ou quem sabem até um tal de Serviço Levado, digo melhor: Velado, encontraram a causa de toda a violência que aterroriza nossas cidades, amedronta nossas famílias, assusta nossas crianças e abatem nossos amigos e parentes ou desconhecidos.
Para a secretária de Segurança Cidadã, não há clima de violência, não existe medo e muito menos mortes, mas um clima de caos virtual pregado pelo Sistema Mirante de Comunicação e por outros veículos que criam a mesma onda.
Então, fica decretado que, a partir de hoje, os jornais O Estado do Maranhão, o A Tarde, a TV Mirante e a Rádio Mirante AM são agentes pregadores da guerra, do caos e inimigos da paz.
Somos nós, portanto, os responsáveis pela facilidade com que os bandidos adquirem armas em São Luís, pela vendas das balas que ceifam vidas de inocentes vítimas de assaltos.
A população, como quer a secretária de Segurança Pública, não deve mais abrir os jornais O Estado do Maranhão e o A Tarde, assistir aos telejornais da TV Mirante, nem escutar a Mirante AM porque pode imaginar estar em uma cidade sem lei, em um estado que mais parece com o velho Oeste.
Fica estabelecido por decreto seguro e de segurança máxima que a ninguém será mais dado o direito de criticar a ineficácia do atual sistema de segurança estadual, que ninguém poderá exercer o seu direito de livre expressão, sob pena de compartilhar com o caos apregoado pela imprensa livre do Maranhão.
Do início de janeiro até hoje, dia nove, 13 pessoas foram assassinadas em São Luís. Ontem, em Zé Doca, em bairro próximo do centro da cidade, oito pessoas da mesma família foram chacinadas.
De janeiro até hoje, dia nove, mais de 50 pessoas, 15 estabelecimentos comerciais e 14 residências foram assaltados em São Luís. Em Maracaçumé, um banco foi assaltado, resultando em quatro mortes, sendo dois inocentes.
Então, há que se perguntar: os fatos acima descritos são virtuais? Estamos inventando o caos com cenários reais? Ou as pessoas não se dão conta de que o filme que assistimos começa a ficar prolongado e violento?
Geralmente, o incompetente sempre culpa aos outros pelas suas falhas.
Costuma atribuir o erro aos outros pela sua insensibilidade e ineficiência. Afinal, que culpa temos nós, O Estado do Maranhão, o A Tarde, A TV Mirante e a Rádio Mirante AM pelo quadro de insegurança que hoje aflora nosso medo e expõe nossas fragilidades?
O dirigente da Emap, João Castelo, anda sorrindo com as paredes. E tem fortes motivos. Boa parte da família do governador Jackson Lago, a partir do irmão Antônio Carlos Lago, que é diretor-financeiro da Emap, fechou com sua candidatura a Prefeitura de São Luís.
Além disso, a cúpula local do PSDB quer tê-lo como candidato do partido para ganhar a eleição, e barrar futuras pretensões do prefeito Tadeu Palácio.
O grupo tucano que trabalha com o nome de João Castelo para suceder Tadeu Palácio começa a fazer a lista de prováveis vices. Um comerá a ser sondado: vereador Edivaldo Holanda Júnior (PSC).
Seria uma chapa composta por um político maduro, experiente e líder disparado em todas as pesquisas de intenções de votos na capital. O segundo, o vice, a ser escolhido Holanda Júnior, um político jovem, inteligente e de atuação forte na Câmara Municipal de São Luís.
Ao contrário do que muitos imaginam se João Castelo sair candidato a prefeito de São Luís, não será substituído pelo companheiro Antônio Carlos Lago, que continuará no mesmo posto na financeira.
Está sendo costurado um acordo com o governador Jackson Lago para que seja indicado para o cargo o diretor de operações da Emap, o engenheiro João Rodolfo Gonçalves, primo de Castelo.
Gervásio Baptista, um dos melhores repórteres fotográficos na década de 60, que era do quadro da revista Manchete foi o entrevistado de ontem do programa Comitê de Imprensa, da TV Câmara.
Fotografo oficial do Palácio do Planalto, durante o mandato de José Sarney, Baptista contou fatos pitorescos, todos envolvendo ex-presidentes da República e sua máquina fotográfica, de Costa e Silva até Fernando Henrique Cardoso.
O Jornal A Tarde recebeu, nas últimas horas mais de 50 e-mails de apoio e elogios pelos tópicos publicados nesta coluna sobre o fato de que enquanto empresários morrem, mulheres e homens são assaltados, o banditismo impera nesta terra sem lei, a Secretaria de Segurança Pública faz festa em chácara de dono de jornal.
Acertada a medida do prefeito Tadeu Palácio ao escolher o ex-vereador Júlio França para dirigir a Secretaria de Agricultura e Pesca de São Luís.
Além de técnico competente, França é profundo conhecedor da questão e tem merecido elogios pelo trabalho que desenvolveu no Instituto de Produção da capital.
Ainda faltando completar sete meses de circulação, o Jornal A Tarde é hoje o matutino que mais cresceu. Passou a ocupar a quarta maior tiragem, a quarta maior venda em bancas e começou desde ontem a ser vendido por diversos jornaleiros da cidade. Some-se a isso a expansão do A Tarde em quase 30 cidades.
Ontem, jornalistas que procuraram o CIOPS em busca de informações sobre as operações realizadas pela polícia nas últimas 24 horas deram com os burros n’água. Quem procurou ontem a Ascom da Secretaria de Segurança Cidadã, que sempre funcionou aos sábados, também deu com a cara na porta.
Alguns policiais do CIOPS, é bem verdade, estavam no local de trabalho, mas sem a menor informação do que ocorreu ontem porque o pessoal da Secretaria de Segurança estava exercendo sua cidadania numa chácara pertencente ao jornalista Lourival Bogéa, no Parque Jair.
Estavam todos festejando, talvez, os resultados da política de segurança implantada pela secretária Eurídice Vidigal.
Em 2007, segundo dados da própria polícia, tivemos mais de 100 homicídios em relação ao ano anterior. Segundo dados fornecidos pelo coronel Melo, comandante da Polícia Metropolitana, perto de 400 assassinatos foram cometido em 2007.
No dia primeiro deste ano, cinco pessoas foram executadas quando suas famílias ainda comemoravam a entrada de 2008. 12 ônibus e mais cinco postos de gasolina foram assaltados entre dezembro ao início de janeiro, sem falar aos assaltos a casas lotéricas e outro estabelecimento comerciais e residências particulares, além de estupros e outros crimes não menos perversos.
Só em São Luís, mais de 20 assaltos foram praticados em restaurantes e bares da cidade, alguns com vítimas fatais como foi o caso do empresário Raimundo Tadeu Maciel, dono do Quibe & Companhia, na Ponta do Farol, que teve a vida ceifada por uma bandido até hoje não encontrado pela polícia.
Enquanto a família de Raimundo Tadeu Maciel e de outras dezenas de empresários choram a falta de seu ente-querido, lamentam a falta de segurança em seus lares, nas ruas, praças e avenidas, o pessoal da Secretaria de Segurança exerce sua cidadania, comemorando nossas lágrimas com churrasco, cerveja e boas gargalhadas.
Fonte da própria Secretaria de Segurança Cidadã garante que existe uma tabela para veículos de comunicação que lutam para mostrar que estamos vivendo o melhor período de nossas vidas, o momento mais seguro em nossos lares, nos nossos negócios, que podemos sair às ruas sem medo de assaltos ou de balas mortais. A coluna soube até que o “negócio” teria sido detectado pela Secom estadual, que não concorda com o procedimento. E com razão.
Um grupo de amigos do secretário de Planejamento, Aziz Santos, esteve reunido antes do encerramento de 2007 para festa de confraternização.
Pelo número de presentes ao evento, Aziz é do tipo que sempre conservou amigos e amplia, cada vez mais, seu leque de amizades.
Compareceram, a um sítio no Turu, próximo da sede do Sampaio Corrêa, deputados, prefeitos, lideranças comunitárias, jornalistas, empresários e funcionários da Fazenda Municipal e da Secretaria de Planejamento. É isso aí Aziz, amigo é pra se guardar!
O prefeito Tadeu Palácio escolheu a data para sinalizar o nome da sua preferência para disputar sua sucessão. Será logo no início de fevereiro, aproveitando o embalo do carnaval.
Tadeu achou por bem antecipar a data, que estava prevista para maio, para evitar desgastes futuros ou prováveis atritos entre seus amigos pré-candidatos.
Político habilidoso, Tadeu sabe que na esteira da sua popularidade o candidato indicado logo tende a crescer, ganhar musculatura.
Por exemplo: se no começo de fevereiro avisar que seu candidato a prefeito é o secretário Canindé Barros, em menos de 15 seu favorito aumenta na preferência do eleitorado.
O dia ainda não foi marcado, mas a data não pode passar da primeira quinzena de fevereiro. Tadeu Palácio, segundo soube, mandará fazer duas pesquisas até o final de janeiro. Quem estiver melhor colocado será por ele indicado.
Alguns setores do governo estadual e até da própria imprensa se apressaram em comemorar o final e entrada de ano sem nenhum homicídio.
Pecaram pela pressa. Só no IML deram entrada nove corpos, sendo seis por assassinato.
Alguns secretários do governo Jackson Lago são civilizados no tratamento com os políticos, principalmente com os deputados. Aziz Santos, do Planejamento e Edmundo Gomes, da Saúde, são uns deles.
Outros nem tanto. Fazem questão de não atender aos parlamentares, por telefone ou pessoalmente. Lourenço Vieira da Silva, da Educação é um deles.
O JORNAL A TARDE passa a circular, a partir de hoje, em mais 30 municípios. Além de quarta maior tiragem, quarta maior venda em bancas da cidade, é o matutino que mais circula e vende na balneária cidade de São José de Ribamar.
Segundo levantamento feito por uma agência de publicidade local, o A TARDE perde apenas em venda para os jornais Estado do Maranhão, O Imparcial e Pequeno no corredor São Francisco/Cohab, São Francisco/Calhau. É só o começo.
Há uns 18 anos, ainda no governo de Epitácio Cafeteira a cidade de São Luís tinha aproximadamente 850 mil habitantes. Se hoje não temos o tão esperado 1 milhão de cabeças, conforme os números do IBGE, mostra que em termos populacionais quase não crescemos.
Naquela época, freqüentador de alguns bares do bairro do João Paulo, não havia tamanha violência, a onda de assaltos, os bárbaros homicídios, as cruéis brigas entre gangues e a facilidade que tem o bandido de andar armado.
Tínhamos nós boêmios e não boêmios certa segurança quando avistávamos vez por outra a presença dos antigos camburões e, principalmente, pela permanência dos plantões na delegacia do bairro
Hoje, embora afastado da comunidade, sempre ouço dos amigos de infância que o João Paulo é uma bairro sem lei, que oferece tristes espetáculos de rivalidades sangrentas entre grupos de jovens (gangues), com quase três a quatro homicídios por semana, e o que é muito pior: a delegacia fechada no período da noite, nos sábados, domingos e feriados. Ou seja: sem os plantões.
Sei que o contingente policial de São Luís ainda é pequeno, mas não custa lembrar que naquela época tínhamos 850 mil habitantes e quase 600 policiais civis lotados na capital. Isto, sem falar que a Polícia Militar não se envolvia porque não lhe era dado o direito de polícia preventiva. A presença dos policiais civis, quer passando nas viaturas ou fazendo as revistas, era mais constante.
A porta da delegacia sempre aberta nos parecia um freio às ações dos bandidos. As respostas dos policiais eram mais rápidas. A disputa saudável e precisa entre os investigadores na descoberta de crimes era acompanhada pelas comunidades, pela população. Hoje, salvo engano, a figura do investigador sumiu. O policial civil, agora com um tal de Serviço Velado da PM, deixou de cumprir sua função constitucional, que é a de investigar, de polícia judiciária. O Serviço Velado da PM, de forma inconstitucional, investiga casos já mastigados, basta acompanhar com atenção.
Portanto, é preciso colocar nas ruas a Polícia Civil. Fazer do policial um investigador e deixar que a PM cumpra apenas o seu papel de policia preventiva. Necessário se faz que todas as delegacias estejam 24h abertas e não apenas três plantões, sendo um na Cidade Operária, outro no Cohatrac e o terceiro na Beira-Mar, como acontecia hoje. A volta dos plantões em todas as delegacias, com pelo menos duas viaturas, três PMs e quatro civis, traria, pelo menos, a sensação de segurança aos moradores de cada bairro, até porque seria mais fácil a comunicação. Vale lembrar que temos hoje na capital mais de mil policiais civis para pouco menos de 50 distritos policiais e mais de 4 mil militares. Pense nisso, dona Eurídice Vidigal!
Em todos os assaltos praticados contra transeuntes, usuários de ônibus, frentistas, funcionários de correios, casas lotéricas, comércios, bares, restaurantes, os bandidos portam armas de fogo. Então, essa facilidade de andar armado em São Luís intriga ou deixa indignado qualquer cidade de bem da capital. Existe alguma coisa errada, ou não?
Confesso que não compreendo como a cada grupo preso a polícia apreende armas de fogo e quando soltos (às vezes em menos de uma semana) eles voltam a se armar.
A compra de armas nas casas de revendas em São Luís é igual a como se adquire banana, tomate ou farinha nas feiras e mercados da capital? Aliás, para minha maior surpresa, soube que um policial vende revólveres. A mim foi oferecido. Não quis tê-lo. Detesto armas, por mais inofensivas que sejam. Só sei atirar palavras e enfiar os dedos no teclado do meu computador para digitar meus textos.