Deputado apoia morte de brasileiro na Indonésia

    O deputado federal mais votado no Rio de Janeiro, Jair Bolsonaro (PP), eleito para seu seu sétimo mandato na Câmara, mostrou todo seu apoio ao presidente da Indonésia por ter mantido a pena de morte do traficante carioca Marco Archer Cardoso Moreira. Ele foi fuzilado no último sábado (17), por sentença da Justiça do país muçulmano, depois de passar 11 anos na cadeia por tráfico de drogas.

    Como político polêmico e oponente do governo, Bolsonaro, entre outras causas, é a favor da pena de morte, da redução da maioridade penal, e é contra a legalização da maconha e a política de cotas nas universidades.

    Abaixo você confere uma Moção de Congratulação e apoio que o deputado encaminhou em 2006 ao presidente da Indonésia Susilo Bambang Yudhoyono enaltecendo a Justiça aplicada no referido país. O brasileiro Marco Archer foi condenado em 2005.

    Na carta, Bolsonaro se desculpa pelo ‘vergonho’ pedido de clemência feito pela presidente Dilma Rousseff para tentar livrar o brasileiro Marco Archer da execução. Veja!

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    Terceirizados do atendimento de urgência do Ciops da SSP não recebem salários

    O Blog do Luis Cardoso tomou conhecimento, através de denúncia, que os funcionários terceirizados que prestam serviços no Teleatendimento do Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) da Secretaria de Segurança Pública, estão com os salários atrasados.

    A contratante é a empresa Supritech que não pagou os vencimentos do mês de dezembro e o vale alimentação. De acordo com a denúncia, os trabalhadores tem cobrado da empresa que diz não ter previsão alguma quanto ao pagamento. No ano passado, apenas um único mês foi pago em dia a estes trabalhadores.

    Apesar do bloqueio feito pelo novo governo, uma outra empresa que terceiriza os serviços do videomonitoramento não deixou seus funcionários no prejuízo pagando em dia com o dinheiro em caixa.

    O que não se entende é como deixar de pagar as pessoas que atendem as chamadas de emergência através do 190 e 193. São milhares de pessoas que dependem desses serviços diariamente, portanto esses servidores são a porta de entrada ao Sistema de Segurança do Estado. Como podem ser tratados com esse descaso?

    Mesmo inconformados e sem salários, os teleatendentes mantém a responsabilidade em atender com presteza àquelas pessoas desesperadas que ligam para o Ciops em busca de socorro. Ainda assim temem retaliações, pois já foram ameaçados pela empresa contratante.

    Agora quem pede socorro são os servidores!

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    Deputado Zé Inácio (PT) recebe título de agradecimento do Ifma

    O deputado diplomado Zé Inácio recebe placa de homenagem do reitor do IFMA, Roberto BrandãoO deputado diplomado Zé Inácio recebe placa de homenagem do reitor do IFMA, Roberto Brandão

    O Deputado Estadual diplomado Zé Inácio (PT), recebeu placa de agradecimento aos relevantes serviços prestados ao Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia do Maranhão – IFMA durante o período em que esteve à frente do Instituto de Colonização e Reforma Agrária do Maranhão – Incra.

    O ex superintendente do Incra e diplomado Deputado Estadual Zé Inácio (PT), destaca a parceria desenvolvida também junto ao Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), enfatizando que a parceria irá continuar durante o seu mandato de deputado.

    “Agradeço ao IFMA pela homenagem e reitero que a nossa parceria irá continuar durante todo o meu mandato de deputado estadual”, declara Zé Inácio.

    O ato solene aconteceu na Sede da Reitoria do Ifma e o deputado Estadual Zé Inácio recebeu aplaca das mãos do reitor Francisco Roberto Brandão Ferreira, que destacou os relevantes serviços prestados pelo então deputado ao Instituto Federal do Maranhão.

    “Destaco aqui dois pontos da sua atuação como gestor do Incra: a ajuda estratégica junto ao Campus Barreirinhas e, também, no Campus Mirinzal, que em 2015 iniciará o processo de licitação para a construção de sua sede”, ressaltou o reitor do IFMA, Roberto Brandão.

    Também esteve presente durante a solenidade o pro-reitor de Planejamento e Gestão do IFMA, Carlos Cesar Ferreira Teixeira, o diretor de Desenvolvimento Institucional, Agenor Almeida Filho.

    Gestão

    O petista e futuro parlamentar Zé Inácio, irá realizar um Seminário onde irá discutir com a sociedade civil quais serão as estratégias e ações prioritárias do seu mandato. A previsão é que o seminário seja realizado até o inicio do mês de fevereiro.

    Zé Inácio e demais deputados eleitos serão empossados no dia 02 de fevereiro.

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    MPMA realiza inspeções e pede reativação do Hospital Municipal de Davinópolis

    O Ministério Público do Maranhão instaurou procedimento administrativo para apurar a situação da saúde pública em Davinópolis. Após inspeções realizadas no dia 8 deste mês, nos postos de saúde e no Hospital Municipal de Davinópolis, a 5ª Promotoria de Justiça de Especializada na Defesa da Saúde de Imperatriz constatou que o estabelecimento hospitalar, inaugurado em junho do ano passado, encontra-se fechado desde o mês de outubro.

    Já o Posto de Saúde Clésio da Fonseca está com as atividades normais, enquanto o Posto de Saúde Santo Antônio está em funcionamento na escola ao lado. Também verificou-se que há alguns postos em construção e outros em reforma, a exemplo do Santa Lúcia e Água Viva. A previsão é que as obras sejam concluídas em março.

    “O Ministério Público fará nova inspeção nos postos de saúde de Davinópolis no mês de abril, a fim de verificar se as obras serão finalizadas integralmente e os postos colocados em pleno funcionamento, conforme garantido pelo secretário municipal durante a inspeção”, ressaltou o promotor.

    Em relação à situação do Hospital Municipal, o promotor de justiça Newton Bello Neto enviou ofício ao secretário de Estado da Saúde, Marcos Pacheco, pedindo que seja analisada, de forma urgente, a possibilidade de o Estado do Maranhão prestar auxílio para o retorno das atividades do estabelecimento de saúde.

    O representante do Ministério Público enfatiza que a manutenção do hospital é de responsabilidade do Município de Davinópolis.

    O MPMA também pediu informações à Secretaria Municipal de Saúde de Davinópolis. Em ofício, o secretário Jolimar Hilarino da Silva afirmou que um termo de adesão, firmado em 6 de junho de 2014, destinava o repasse da Secretaria de Estado da Saúde de sete parcelas de R$ 100 mil, para assegurar o funcionamento do hospital. Segundo o secretário, apenas duas parcelas, referentes a junho e julho, teriam sido honradas.

    “O Hospital Municipal de Davinopólis possui um prédio novo, com instalações de qualidade e equipamentos modernos. A unidade foi construída com a utilização de verbas públicas, sendo inadmissível que a população continue privada de usufruir dos serviços de saúde. A reabertura do hospital vai ajudar a desafogar a demanda do Hospital Municipal de Imperatriz, o Socorrão, que se encontra em estado bastante precário”, afirmou Bello Neto.

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    Estão abertas até do dia 22, as inscrições para o Sisu

    A partir de hoje (19) estão abertas as inscrições no Sistema de Seleção Unificada (Sisu). O procedimento deve ser feito pela internet, no site do Sisu, até o dia 22. Podem participar aqueles que fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2014 e não tiraram nota 0 na redação. Ao todo, serão ofertadas 205.514 vagas no ensino superior público, em 5.631 cursos de 128 instituições.

    Entre os cursos que tiveram aumento de vagas estão o de medicina, que ofertou 2.925 na primeira edição de 2014 e agora oferece 3.758 vagas. Os cursos de engenharia também tiveram ampliação na oferta de vagas de um ano para o outro, passando de 25.128 em 2014 para 30.749 em 2015.

    Durante o período de inscrição, o candidato poderá consultar, em seu boletim na página do Sisu, a classificação parcial na opção de curso escolhido e, se desejar, mudar de opção até o fim do prazo. O sistema vai informar a nota de corte em cada curso a partir de amanhã (20).

    Neste ano, haverá apenas uma chamada. Os demais processos tiveram duas chamadas regulares. O resultado será divulgado no dia 26.

    Para cumprir a Lei de Cotas (12.711/2012), as instituições deverão reservar, no mínimo, 37,5% das vagas para os estudantes de escolas públicas. De acordo com o Ministério do Educação, do total de 99 instituições federais participantes do sistema (59 universidades e 40 instituições de educação profissional), 68 já reservam 50% ou mais das vagas para candidatos provenientes de escolas públicas.

    Do G1

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    Governo e Prefeitura garantem segurança na orla marítima em São Luís

    Corpo de Bombeiros Militar, Grupo Tático Aéreo e Secretaria Municipal de Segurança com Cidadania trabalha em parceria para garantir segurança à população que frequenta a orlaCorpo de Bombeiros Militar, Grupo Tático Aéreo e Secretaria Municipal de Segurança com Cidadania trabalha em parceria para garantir segurança à população que frequenta a orla

    Uma parceria firmada entre o Governo do Maranhão e a Prefeitura Municipal de São Luís vai garantir maior segurança à população que frequenta a orla marítima da ilha, através da operação conjunta intitulada “Praia com Segurança”.

    O reforço se estende por todo o mês de janeiro e ganha atenção especial aos sábados e domingos, quando é registrado um considerável aumento de pessoas, inclusive turistas, nas praias.

    A ação está sendo desenvolvida pelo Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA), Grupo Tático Aéreo (GTA) e a secretaria Municipal de Segurança com Cidadania (Semusc) e pretende reforçar as ações de prevenção e fiscalização das praias da capital maranhense, com o objetivo de oferecer segurança e tranquilidade aos banhistas durante a temporada de férias.

    A atividade consiste na prestação de serviço preventivo de atendimento, para evitar o registro de casos de afogamento e outras ocorrências no mar. A partir de agora, o trabalho que já vinha sendo realizado pelo Grupamento de Bombeiros Marítimo (Gbmar) também terá o apoio de equipes do GTA e da Guarda Municipal.

    “Essa atuação conjunta entre estado e município é de fundamental importância para que possamos ampliar nossa cobertura e os serviços preventivos e de educação nas praias de São Luís, concentrando nossas ações por terra, água e ar. A operação atende a um conjunto de medidas que estão sendo colocadas em execução, seguindo determinação do Governo para a área da Segurança Pública”, declarou o coronel Célio Roberto Pinto de Araújo, comandante geral do Corpo de Bombeiros.

    As bases das operações estão instaladas nas praias de São Marcos, Calhau, Ponta d’areia, Olho d’água e Araçagy. Em toda a orla foram instaladas placas de sinalização e de alertas, de modo a orientar os cidadãos. O trabalho conta com lanchas, viaturas, ambulâncias, quadriciclos, jet-skis e equipamentos de mergulho e resgate.

    O turista mineiro Adilton Leal, que passa as férias na capital, elogiou a presença dos salva-vidas e o sobrevoo do helicóptero do GTA.“Nos sentimos mais seguros com as orientações e tendo salva-vidas circulando pela areia”, frisou.

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    Governo do Estado emite nota de pesar e decreta luto pela morte de Humberto de Maracanã

    O Governo do Maranhão externa pesar pela morte do mestre do Boi de Maracanã Humberto Barbosa Mendes e decreta luto oficial de três dias.

    Humberto de Maracanã, como era conhecido, era mestre do boi desde 1972. O cantador acompanhava a tradição do boi desde a infância, quando, já aos 12 anos, começou a atuar como compositor e intérprete. Tornou-se cantador aos 34 anos e era reconhecido pelo Ministério da Cultura como Mestre em Cultura Popular.

    Humberto nasceu em 2 de novembro de 1939 e faleceu às 16h10 desta segunda-feira (19) por falência múltipla dos órgãos em decorrência de choque séptico.

    A família de Humberto de Maracanã informou que o velório ocorrerá inicialmente na casa do cantador de onde seguirá para a quadra do Boi de Maracanã. Sobre o enterro, a família ainda não decidiu o local.

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    Jornalista entrevistou brasileiro fuzilado na Indonésia quando estava na prisão

    Do Diário do Centro do Mundo

    O repórter Renan Antunes de Oliveira entrevistou Marco Archer numa prisão na Indonésia em 2005, ano em que recebeu a sentença de morte.

    Abaixo, o relato:

    Em 2005, logo depois de receber a sentença de morte num tribunal em JacartaEm 2005, logo depois de receber a sentença de morte num tribunal em Jacarta

    O carioca Marco Archer Cardoso Moreira viveu 17 anos em Ipanema, 25 traficando drogas pelo mundo e 11 em cadeias da Indonésia, até morrer fuzilado, aos 53, neste sábado (17), por sentença da Justiça deste país muçulmano.

    Durante quatro dias de entrevista em Tangerang, em 2005, ele se abriu para mim: “Sou traficante, traficante e traficante, só traficante”.

    Demonstrou até uma ponta de orgulho: “Nunca tive um emprego diferente na vida”. Contou que tomou “todo tipo de droga que existe”.

    Naquela hora estava desafiante, parecia acreditar que conseguiria reverter a sentença de morte.

    Marco sabia as regras do país quando foi preso no aeroporto da capital Jakarta, em 2003, com 13,4 quilos de cocaína escondidos dentro dos tubos de sua asa delta. Ele morou na ilha indonésia de Bali por 15 anos, falava bem a língua bahasa e sentiu que a parada seria dura.

    Tanto sabia que fugiu do flagrante. Mas acabou recapturado 15 dias depois, quando tentava escapar para o Timor do Leste. Foi processado, condenado, se disse arrependido. Pediu clemência através de Lula, Dilma, Anistia Internacional e até do papa Francisco, sem sucesso. O fuzilamento como punição para crimes é apoiado por quase 70% do povo de lá.

    Na mídia brasileira, Marco foi alternadamente apresentado como “um garoto carioca” (apesar dos 42 anos no momento da prisão), ou “instrutor de asa delta”, neste caso um hobby transformado na profissão que ele nunca exerceu.

    Para Rodrigo Muxfeldt Gularte, 42, o outro brasileiro condenado por tráfico, que espera fuzilamento para fevereiro, companheiro de cela dele em Tangerang, “Marco teve uma vida que merece ser filmada”.

    Rodrigo até ofereceu um roteiro sobre o amigo à cineasta curitibana Laurinha Dalcanale, exaltando: “Ele fez coisas extraordinárias, incríveis.”

    O repórter pediu um exemplo: “Viajou pelo mundo todo, teve um monte de mulheres, foi nos lugares mais finos, comeu nos melhores restaurantes, tudo só no glamour, nunca usou uma arma, o cara é demais.”

    Para amigos em liberdade que trabalharam para soltá-lo, o que aconteceu teria sido “apenas um erro” do qual ele estaria arrependido.

    Na versão mais nobre, seria a tentativa desesperada de obter dinheiro para pagar uma conta de hospital pendurada em Cingapura – Marco estaria preocupado em não deixar o nome sujo naquele país. A conta derivou de uma longa temporada no hospital depois de um acidente de asa delta. Ter sobrevivido deu a ele, segundo os amigos, um incrível sentimento de invulnerabilidade.

    Ele jamais se livrou das sequelas. Cheio de pinos nas pernas, andava com dificuldade, o que não o impediu de fugir espetacularmente no aeroporto quando os policiais descobriram cocaína em sua asa delta.

    Arriscou tudo ali. Um alerta de bomba reforçara a vigilância no aeroporto. Ele chegou a pensar em largar no aeroporto a cocaína que transportava e ir embora, mas decidiu correr o risco.

    O momento em que ele recebeu, nesta semana, a confirmação da data do fuzilamentoO momento em que ele recebeu, nesta semana, a confirmação da data do fuzilamento

    Com sua ficha corrida, a campanha pela sua liberdade nunca decolou das redes sociais. A mãe dele, dona Carolina, conseguiu o apoio inicial de Fernando Gabeira, na Câmara Federal, com voto contra de Jair Bolsonaro.

    O Itamaraty e a presidência se mexeram cada vez que alguma câmera de TV foi ligada, mesmo sabendo da inutilidade do esforço.

    Mesmo aparentemente confiante, ele deixava transparecer que tudo seria inútil, porque falava sempre no passado, em tom resignado: “Não posso me queixar da vida que levei”.

    Marco me contou que começou no tráfico ainda na adolescência, diretamente com os cartéis colombianos, levando coca de Medellín para o Rio de Janeiro. Adulto, era um dos capos de Bali, onde conquistou fama de um sujeito carismático e bem humorado.

    A paradisíaca Bali é um dos principais mercados de cocaína do mundo graças a turistas ocidentais ricos que vão lá em busca de uma vida hedonista: praias deslumbrantes, droga fácil, farta — e cara.

    O quilo da coca nos países produtores, como Peru e Bolívia, custa 1 000 dólares. No Brasil, cerca de 5 000. Em Bali, a mesma coca é negociada a preços que variam entre 20 000 e 90 000 dólares, dependendo da oferta. Numa temporada de escassez, por conta da prisão de vários traficantes, o quilo chegou a 300 000 dólares.

    Por ser um dos destinos prediletos de surfistas e praticantes de asa delta, e pela possibilidade de lucros fabulosos, Bali atrai traficantes como Marco. Eles se passam por pessoas em busca de grandes ondas, e costumam carregar o contrabando no interior das pranchas de surf e das asas deltas. Archer foi pego assim. Tinha à mão, sempre que desembarcava nos aeroportos, um álbum de fotos que o mostrava voando, o que de fato fazia.

    O homem preso por narcotráfico passou a maior parte da entrevista comigo chapado. O consumo de drogas em Tangerang era uma banalidade.

    Pirado, Marco fazia planos mirabolantes – como encomendar de um amigo carioca uma nova asa, para quando saísse da cadeia.

    Nos momentos de consciência, mostrava que estava focado na grande batalha: “Vou fazer de tudo para sair vivo desta”.

    Marco era um traficante tarimbado: “Nunca fiz nada na vida, exceto viver do tráfico.” Gabava-se de não ter servido ao Exército, nem pagar imposto de renda. Nunca teve talão de cheques e ironizava da única vez numa urna: “Minha mãe me pediu para votar no Fernando Collor”.

    A cocaína que ele levava na asa tinha sido comprada em Iquitos, no Peru, por 8 mil dólares o quilo, bancada por um traficante norte-americano, com quem dividiria os lucros se a operação tivesse dado certo: a cotação da época da mercadoria em Bali era de 3,5 milhões de dólares.

    Marco me contou, às gargalhadas, sua “épica jornada” com a asa cheia de drogas pelos rios da Amazônia, misturado com inocentes turistas americanos. “Nenhum suspeitou”. Enfim chegou a Manaus, de onde embarcou para Jakarta: “Sair do Brasil foi moleza, nossa fiscalização era uma piada”.

    Na chegada, com certeza ele viu no aeroporto indonésio um enorme cartaz avisando: “Hukuman berta bagi pembana narkotik’’, a política nacional de punir severamente o narcotráfico.

    “Ora, em todo lugar do mundo existem leis para serem quebradas”, me disse, mostrando sua peculiar maneira de ver as coisas: “Se eu fosse respeitar leis nunca teria vivido o que vivi”.

    Ele desafiou o repórter: “Você não faria a mesma coisa pelos 3,5 milhões de dólares”?

    Para ele, o dinheiro valia o risco: “A venda em Bali iria me deixar bem de vida para sempre” – na ocasião, ele não falou em contas hospitalares penduradas.

    Marco parecia exagerar no número de vezes que cruzou fronteiras pelo mundo como mula de drogas: “Fiz mais de mil gols”. Com o dinheiro fácil manteve apartamentos em Bali, Hawai e Holanda, sempre abertos aos amigos: “Nunca me perguntaram de onde vinha o dinheiro pras nossas baladas”.

    Marco guardava na cadeia uma pasta preta com fotos de lindas mulheres, carrões e dos apartamentos luxuosos, que seriam aqueles onde ele supostamente teria vivido no auge da carreira de traficante.

    Num de seus giros pelo mundo ele fez um cursinho de chef na Suíça, o que foi de utilidade em Tangerang. Às vezes, cozinhava para o comandante da cadeia, em troca de regalias.

    Eu o vi servindo salmão, arroz à piemontesa e leite achocolatado com castanhas para sobremesa. O fornecedor dos alimentos era Dênis, um ex-preso tornado amigão, que trazia os suprimentos fresquinhos do supermercado Hypermart.

    Marco queria contar como era esta vida “fantástica” e se preparou para botar um diário na internet. Queria contratar um videomaker para acompanhar seus dias. Negociava exclusividade na cobertura jornalística, queria escrever um livro com sua experiência – o que mais tarde aconteceu, pela pena de um jornalista de São Paulo. Um amigo prepara um documentário em vídeo para eternizá-lo.

    Foi um dos personagens de destaque de um best-seller da jornalista australiana Kathryn Bonella sobre a vida glamourosa dos traficantes em Bali — orgias, modelos ávidas por festas e drogas depois de sessões de fotos, mansões cinematográficas.

    Diplomatas se mexeram nos bastidores para tentar comprar uma saída honrosa para Marco. Usaram desde a ajuda brasileira às vítimas do tsunami até oferta de incremento no comércio, sem sucesso. Os indonésios fecharam o balcão de negócios.

    As execuções são assim...As execuções são assim…

    O assessor internacional de Dilma, Marco Aurélio Garcia, disse que o fuzilamento deixa “uma sombra” nas relações bilaterais, mas na lateral deles o pessoal não tá nem aí.

    A mãe dele, dona Carolina, funcionária pública estadual no Rio, se empenhou enquanto deu para livrar o ‘garotão’ da enrascada, até morrer de câncer, em 2010.

    As visitas dela em Tangerang eram uma festa para o Staff da prisão, pra quem dava dinheiro e presentes, na tentativa de aliviar a barra para o filhão.

    Com este empurrão da mamãe Marco reinou em Tangerang, nos primeiros anos – até ser transferido para outras cadeias, à espera da execução.

    Eu o vi sendo atendido por presos pobres que lhe serviam de garçons, pedicures, faxineiros. Sua cela tinha TV, vídeo, som, ventilador, bonsais e, melhor ainda, portas abertas para um jardim onde ele mantinha peixes num laguinho. Quando ia lá, dona Carola dormia na cama do filho.

    A namorada, uma presa conhecida por Dragão de KomodoA namorada, uma presa conhecida por Dragão de Komodo

    Marco bebia cerveja geladinha fornecida por chefões locais que estavam noutro pavilhão. Namorava uma bonita presa conhecida por Dragão de Komodo. Como ela vinha da ala feminina, os dois usavam a sala do comandante para se encontrar.

    A malandragem carioca ajudou enquanto ele teve dinheiro. Ele fazia sua parte esbanjando bom humor. Por todos os relatos de diplomatas, familiares e jornalistas que o viram na cadeia de tempos em tempos, Marco, apelidado Curumim em Ipanema, sempre se mostrou para cima. E mantinha a forma malhando muito.

    Para ele, a balada era permanente. Nos últimos anos teve várias mordomias, como celular e até acesso à internet, onde postou algumas cenas.

    Um clip dele circulou nos últimos dias – sempre sereno, dizendo-se arrependido, pedindo a segunda chance: “Acho que não mereço ser fuzilado”.

    Marco chegou ao último dia de vida com boa aparência, pelo menos conforme as imagens exibidas no Jornal Hoje, da Globo. Mas tinha perdido quase todos os dentes em sua temporada na prisão, como relatou a jornalista e escritora australiana. No Facebook, ela disse guardar boas recordações de Archer, e criticou a “barbárie” do fuzilamento.

    Numa gravação por telefone, ele ainda dava conselhos aos mais jovens, avisando que drogas só podem levar à morte ou à prisão.

    Sua voz estava firme, parecia esperar um milagre, mesmo faltando apenas 120 minutos pra enfrentar o pelotão de fuzilamento – a se confirmar, deixou esta vida com o bom humor intacto, resignado.

    Sabe-se que ele pediu uma garrafa de uísque Chivas Regal na última refeição e que uma tia teria lhe levado um pote de doce-de-leite.

    O arrependimento manifestado nas últimas horas pode ser o reflexo de 11 anos encarcerado. Afinal, as pessoas mudam. Ou pode ter sido encenação. Só ele poderia responder.

    Para mim, o homem só disse que estava arrependido de uma única coisa: de ter embalado mal a droga, permitindo a descoberta pela polícia no aeroporto.

    “Tava tudo pronto pra ser a viagem da minha vida”, começou, ao relatar seu infortúnio.

    Foi assim: no desembarque em Jakarta, meteu o equipamento no raio x. A asa dele tinha cinco tubos, três de alumínio e dois de carbono. Este é mais rijo e impermeável aos raios: “Meu mundo caiu por causa de um guardinha desgraçado”, reclamou.

    “O cara perguntou ‘por que a foto do tubo saía preta’? Eu respondi que era da natureza do carbono. Aí ele puxou um canivete, bateu no alumínio, fez tim tim, bateu no carbono, fez tom tom”.

    O som revelou que o tubo estava carregado, encerrando a bem-sucedida carreira de 25 anos no narcotráfico.

    Marco ainda conseguiu dar um drible nos guardas. Enquanto eles buscavam as ferramentas, ele se esgueirou para fora do aeroporto, pegou um prosaico táxi e sumiu. Depois de 15 dias pulando de ilha em ilha no arquipélago indonésio passou sua última noite em liberdade num barraco de pescador, em Lombok, a poucas braçadas de mar da liberdade.

    Acordou cercado por vários policiais, de armas apontadas. Suplicou em bahasa que tivessem misericórdia dele.

    No sábado, enfrentou pela última vez a mesma polícia, mas desta vez o pessoal estava cumprindo ordens de atirar para matar.

    Foi o fim do Curumim.

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    Às vésperas de São Sebastião, morre o Mestre Humberto de Maracanã

    Faleceu por volta das 16 hs desta segunda-feira (19),  mestre Humberto cantador do Bumba Meu Boi de Maracanã.

    Humberto Barbosa Mendes estava estava internado em estado grave na UTI do Hospital Carlos Macieira desde ontem, após uma infecção generalizada. Ele foi submetido a uma cirurgia para amputação do membro inferior esquerdo, mas não resistiu.

    Mestre Humberto, esteve a frente do Batalhão do Boi de Maracanã durante longos anos e representou muito bem a tradição do Bumba Meu Boi do Maranhão, sendo homenageado por diversas ocasiões.

    Ele foi premiado cantador e condecorado Mestre da Cultura Brasileira. Os filhos que herdaram o dom musical, a comunidade do Maracanã e todos os familiares e amigos, sentem a perda.

    Abaixo, uma apresentação de Mestre Humberto e Boi de Maracanã durante show de Alcione. Bela apresentação que vai deixar saudade…

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    Maternidade fecha as portas em Grajaú e moradores protestam

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    Moradores e pessoas que precisam dos trabalhos do Hospital São Francisco de Assis (HSFA) de Grajaú, participaram nesta segunda-feira (19) junto aos funcionários do prédio, de um protesto em frente ao Hospital filantrópico.

    A manifestação percorreu as ruas da cidade e foi contra o encerramento dos trabalhos na maternidade infantil, que funcionava no hospital e fechou as portas na última segunda-feira (12).

    Segundo a direção, o fechamento se deu por descumprimento do acordo, por parte da Secretaria Municipal de Saúde com o hospital.

    O acordo foi firmado por meio de um Termo de Prorrogação assinado pelo secretário municipal de Saúde, no dia 3 de novembro de 2014 na sede da superintendência da Sociedade São Camilo, que mantém o Hospital São Francisco, em Fortaleza (CE).

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