Relatório divulgado pela Fenaj aponta que os maiores agressores contra jornalistas no país são policiais

  • Beatriz Sanz, do R7
SP é o Estado mais violento para jornalistas do PaísMarcelo Chello/CJPress/Folhapress – 17.01.2018

O número de agressões a jornalistas recuou 38,5% no ano passado na comparação com 2016, mas, mesmo assim, 99 profissionais de imprensa sofreram algum tipo de ataque físico, verbal, censura, entre outros.

É o que diz o relatório “Violência Contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa 2017” divulgado pela Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) na última quinta-feira (18). Em 2016, houve 161 agressões a jornalistas.

No documento, constam diversos tipos de agressão, desde violência física até injúrias raciais. São Paulo é o Estado mais violento do país para jornalistas. Das 99 agressões registradas, 16 aconteceram em solo paulista.

Em um dos casos relatados pela Federação, dois jornalistas foram atingidos por uma bala letal enquanto acompanhavam um conflito entre policiais militares e usuários de drogas na região da Cracolândia, na capital paulista.

O primeiro foi ferido na perna e teve que ser internado, enquanto o segundo não sofreu nenhuma lesão, apenas porque o projétil atingiu seu celular que estava em seu bolso.

O secretário de Segurança Pública do estado, Mágino Alves, respondeu na época que os policiais em missão naquele dia estavam armados apenas por balas de borracha e bombas de efeito moral e que uma investigação seria aberta para identificar o autor dos disparos.

Além disso, houve outras situações envolvendo policiais militares. Na cidade de Urânia, dois repórteres cinematográficos foram agredidos por um policial militar enquanto tentavam registrar o julgamento do ex-prefeito da cidade, Francisco Airton Saracuza (PP), indiciado por desvio de verbas públicas.

Censura Judicial

Depois da violência promovida pelos policiais militares e guardas civis municipais e/ou metropolitanos, quem mais atenta contra a liberdade de imprensa no Brasil são os políticos, seus familiares e assessores, segundo o relatório. São 15 casos.

Em seguida, vêm integrantes do poder Judiciário e do Ministério Público com 14 casos. Segundo o informe “a maioria deles por censura”.

Um caso que chama atenção envolve o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes que, em uma decisão inédita, acatou uma decisão tomada em primeira instância que obrigava Marcelo Auer a retirar duas matérias de seu blog.

Os textos foram considerados ofensivos pela delegada da Polícia Federal Erika Marena, que moveu uma ação contra o jornalista. O entendimento do ministro é de que a supressão dessas reportagens não foi censura e, sim, reparação de dano.

Outro lado

A SSP (Secretaria de Segurança Pública) foi procurada pela reportagem do R7 e afirmou que não poderia levantar detalhes da investigação, por conta do curto prazo dado pela reportagem e que a Polícia Militar atua com respeito à liberdade de imprensa. Confira a nota na íntegra abaixo:

“A SSP informa que devido ao curto prazo de apuração dado pela reportagem não foi possível levantar detalhes das investigações.

A Polícia Militar atua para garantir o livre exercício da democracia e na defesa dos direitos das pessoas, respeitando sempre a liberdade de Imprensa. Todas as denúncias de desvios de conduta que chegam na Corregedoria da Polícia Militar são apuradas com rigor”.


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