O senador José Sarney escreveu no seu jornal O Estado do Maranhão  pesadas críticas contra o uso das celas medievais nos dias de hoje no Maranhão, conhecidas como “Gaiolões”,  jaulas humanas a céu aberto, sem banheiro, água, que abriga detentos provisórios. O ex-presidente da República tem razão no que criticou, mas esqueceram de avisar a ele que algumas das celas foram inauguradas no governo de sua filha, Roseana Sarney, e outras heranças do ex-governador Jackson Lago (falecido).

O Maranhão sabe ou ficou careca de saber da visão critica que o Blog do Luis Cardoso tem do governo comunista de Flávio Dino. Mas nem por isso vai mirar apenas no atual plantonista do Palácio dos Leões a responsabilidade das jaulas que envergonharam e ainda envergonham o Maranhão.

O Gaiolão não é um modelo novo em nosso Estado. Algumas celas medievais foram encontradas e mantidas por Roseana Sarney e outras até inauguradas por ela, como dito acima. Agora no período pré-eleitoral, a ex-governadora ficou calada e o pai se aproveitou para pegar carona no bonde de forma errada. A de Barra do Corda nasceu na era Jackson Lago para servir como banho de sol.

Sarney diz que “desceu sobre o nosso Estado uma vergonha nacional. A visão que foi projetada foi cruel. E ninguém acreditava que, no Brasil, pudéssemos ter uma reminiscência das formas de tortura da Idade Média”, ao querer eleitoralmente jogar a culpa em um e tirando da reta os outros.

Não tenho procuração para defender Flávio Dino e, talvez, o defenda depois que longe ele estiver do Palácio dos Leões, como tenho criticado detentores de poder e depois os amparados quando estão em desgraça.

O erro do atual governante é querer copiar ou deixar permanecer vigente os equívocos da gestão passada. Imita administrativa e politicamente, em vários aspectos, deixando a população decepcionada esperando um novo estilo.

Sarney, espertamente, aproveita o momento em que o Maranhão foi para a exposição da mídia nacional e caminhava para os holofotes da mídia internacional, a partir de medidas que seriam tomadas pela ONU e outros segmentos voltados para a defesa dos direitos humanos no planeta.

A filha ficou calada por saber da sua contribuição ao projeto dos gailões. Flávio Dino, enquanto candidato a governador explorou exaustivamente os tristes episódios da carnificina e das degolas no Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Uma luta justa pelo fim da violência e império de facções criminosas no sistema carcerário, embora com toques e retoques eleitorais.

“O homem, através dos tempos, chegou a um momento em que a insensibilidade tomou conta dos corações. Mas ninguém deixou de pungir-se com a cena do gaiolão de Barra do Corda, em que Francisco Lima e Silva, exposto a essas condições tão desumanas, só teve o alívio da morte”, diz Sarney no seu artigo.

E lembra que o “Ministério Público e a Defensoria daquele Município, desde o mês de maio, pediam que a monstruosidade fosse interditada”. Lamentável que os dois órgãos não tenham olhado que a cela desumana estivesse ali tem vários anos.

Diz Sarney que “o Governo do Estado lavou as mãos, e agora, diante da tragédia, diz que a culpa não é dele, mas de seus adversários. Essa fuga já não existe mais, pois, há três anos, estamos mergulhados nessa insensibilidade, que chegou ao máximo com o de que agora o país toma conhecimento”. E lavou mesmo, mas Sarney, malandramente, esqueceu da participação da filha no que viria ser mais tarde um lamentável episódio.

Lendo o artigo de Sarney e seus reais objetivos, recordo das palavras de um antigo comerciante do João Paulo, meu bairro de infância e adolescência, quando alguém tentava apagar com a borracha os valores das contas em seu precioso caderno: “o mal do esperto é pensar que somos todos otários”.


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