Ex-juiz federal e deputado federal considerado entre os quatro mais importantes do país, Flávio Dino (PCdoB) abriu espaço em sua agitada agenda para conceder entrevista ao Diário da Manhã. Ele fala sobre a candidatura ao Governo do Maranhão, a elaboração de um programa de desenvolvimento do Estado e as alianças para garantir sua candidatura. As perguntas foram enviadas por e-mail.

Diário Manhã– Que o Maranhão é um dos Estados mais atrasados do Brasil, todos sabem. Acontece que nenhum candidato, em todo esse tempo, apresentou um programa mínimo e razoável para desenvolver o Estado. O Sr. pretende fazê-lo se vier a disputar o governo?

Flávio Dino – Não concebo uma candidatura ao governo e uma campanha sem um sólido e realizável programa. Nós já estamos trabalhando nisso, realizando estudos, promovendo seminários e reuniões de trabalho. Há uma equipe sistematizando a minuta de um programa de governo para ser amplamente debatido e aperfeiçoado. Vamos desde já dizer o que precisa ser feito e como será feito para que o Maranhão se transforme num estado desenvolvido, justo, com oportunidades para todos.

Diário da Manhã – O Sr. tem sinalizado que pretende fugir da velha cantilena Sarney e anti-Sarney. Certo. Agora eu pergunto: é possível fazer política sem críticas ao passado, sobretudo no Maranhão?

Flávio Dino – Não dá pra olhar o Maranhão que temos sem fazer um balanço crítico do passado e também do presente. Somos um estado de imenso potencial econômico, com todas as condições para implementar uma política de desenvolvimento com inclusão social. E se não conseguimos sair da zona dos mais atrasados, dos piores indicadores, é porque a condução política falhou, errou, não foi capaz ou não quis fazer do Maranhão um estado com melhores condições de vida para seu povo. Farei crítica, sim, porque ela é necessária, inclusive para termos a clara definição do que não pode ser feito e do que deve ser feito para corrigir as distorções que tanto afligem o nosso povo.

DM – O vizinho Piauí tem hoje melhores dados sociais que o Maranhão, o que tem gerado elogios ao governador petista Wellington Dias. Que lições podemos tirar dessa administração para o Maranhão?

FD – A principal lição é a de que a mudança no comando da política, nos métodos, na forma de dirigir o estado, gera repercussões positivas na vida das pessoas. O Piauí conseguiu avanços extraordinários e está aí a nos mostrar que é possível fazer isso também aqui no Maranhão, até com mais rapidez e com maior alcance, já que possuímos condições naturais e de infra-estrutura mais favoráveis que o Piauí tinha quando iniciou esse ciclo virtuoso sob comando do governador Wellington Dias. A propósito tenho conversado muito com o governador Wellington e ouvido palavras de estímulo, além de muitas sugestões importantes.

DM – Quando governador, José Reinaldo Tavares reclamava das pressões ao Governo Federal para que o Maranhão fosse posto de lado, inclusive o presidente Lula não esteve no Estado nenhuma vez. Caso venha a ser governador, o Sr. teme que o mesmo venha a ocorrer?

FD – Não. Sou do PCdoB, partido que mantém uma longa e sólida relação com o PT e como acho que a Ministra Dilma será a próxima presidente do Brasil, inclusive com nosso apoio entusiasmado, tenho certeza absoluta de que manteremos uma relação excelente. Digo mais, é possível inaugurar uma nova relação do Maranhão com o Governo Federal que se traduza em melhorias reais das condições de vida do povo. E se, o que não creio, eu for o governador e o presidente for da oposição ao atual bloco comandado pelo presidente Lula também não creio que haverá discriminação.

DM – Educação e Saúde, dois pontos nevrálgicos do Estado. Como é possível mudá-los?

FD – A principal preocupação da população maranhense hoje é com a saúde. Temos um quadro caótico que precisa ser mudado. Claro que isso não se faz num passe de mágica, é algo que requer vontade política associada à necessária capacidade de gestão no setor com volume alto e bem dirigido de investimentos. Na educação temos também um quadro de muitas dificuldades, o que chega a ser desesperador na medida em que cada vez mais estamos inseridos em uma complexa rede social cuja essência é o domínio de conhecimentos e habilidades. Sem dúvidas dois grandes desafios a serem enfrentados com muita dedicação, criatividade, inovação e muito mais recursos.

DM – Primeiro foram 26 dirigentes do PT de São Luís e agora o PT de Imperatriz também se mostra favorável à pré-candidatura de Flávio Dino. Há, ainda, a possibilidade de que a aliança entre PT, PCdoB e PSB venha a não se concretizar?

FD – Eu creio que iremos montar um grande palanque para a ministra Dilma no Maranhão com a aliança do PCdoB, PT, PSB e os movimentos sociais do estado, bem como fazer uma campanha para o governo capaz de mobilizar o imenso sentimento de renovação e mudança que está no coração e na mente dos maranhenses. A nossa aliança é natural, tem lastro histórico, não é uma invenção de última hora, uma conveniência eleitoral. Não! PCdoB, PT, PSB e movimentos sociais estão vindo de longe, na mesma estrada, e juntos podem ir muito mais longe ainda virando a página e até mesmo construindo uma nova história: a do Maranhão justo, próspero, desenvolvido e plenamente democrático.

DM – Em 2008 a sua candidatura a prefeito de São Luís sofreu todo tipo de ataques, sobretudo os de baixo nível. O Sr. teme que isso venha a se repetir agora em 2010?

FD – Olha, ataques virão, infelizmente. Mas é contra isso que também lutamos, contra a baixa política, contra o amesquinhamento de uma atividade tão importante que é a política. Vamos centrar nossa campanha no diálogo com a sociedade, com todas as forças, mostrando o que é possível fazer para superar esse quadro de atraso econômico e social. Definitivamente, precisamos romper com o atraso, assegurar ao Maranhão e aos maranhenses um outro destino. Como disse, um destino de democracia, igualdade, prosperidade, de oportunidades para todos, um destino de um grande Maranhão à altura de seu potencial e de sua brava e trabalhadora gente.

Com informações do Diário d Manhã


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