PSDB e PT se unem em favor de Jackson
Governador desembarca em São Luís hoje a noite, mas dispensou manifestações
Brasília
Cássio Euller
Correspondente do Blog de Luis Cardoso
Iniciou hoje pela manhã em Brasília, o processo de cristianização de Jackson Lago, que provavelmente terá o seu diploma de governador do Maranhão cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral no inicio do próximo ano.
E não teve data melhor e nem lugar mais apropriado que não fosse durante o ato oficial realizado pela Câmara dos Deputados, que lembra a passagem dos 40 anos do famigerado Ato Institucional número 5 (AI-5).
Só para lembrar, o Ato Institucional Número Cinco foi o quinto de uma série de decretos emitidos pelo regime militar nos anos seguintes ao Golpe de 1964 no Brasil. Redigido pelo Presidente Artur da Costa e Silva, em 13 de dezembro de 1968, veio em represália à decisão da Câmara que se negara a conceder licença para que o deputado Márcio Moreira Alves fosse processado por um discurso pedindo ao povo brasileiro que boicotasse as festividades do dia 7 de setembro.
Foi nesse ambiente de repulsa de uma época negra da vida brasileira realizado hoje pela Camara, que Lago aproveitou para oficialiazar o exercício da sua via sacra, que certamente se estenderá até as eleições de 2010. Durante o ato na Câmara, o governador ganhou alguns aliados de peso para fazer coro contra o que chama de “armação de um golpe contra a democracia cujo objetivo é a reintegração de posse de um feudo político comandado há 40 anos pelos Sarney”.
A carta de Jackson lida durante a sessão pelo deputado Roberto Rocha (PSDB) fez com que o arquiteto Oscar Niemeyer, assinasse um manifesto passado de mão em mão contra a cassação do governador maranhense. “Ele fez uma conclamação a todos os brasileiros que acreditam na democracia para que se unam na luta pela defesa e respeito do voto e da vontade soberana dos maranhenses”, disse o velho construtor de Brasília.
A peregrinação jackista na capital da República pode-se se dizer que rendeu a blindagem do seu mandato por todo esse resto de ano e inicio do outro. De jantar a jantar, o governador fala com petistas a tucanos pedindo apoio. Na Casa do Ceará, na 910 Norte , Jackson foi levado por Sebastião Madeira (PSDB) para uma noitada de robustos tucanos que homenageavam o ex-deputado cearense Ubiratã Aguiar, urgido um dia antes como novo presidente do Tribunal de Contas da União. O ex-lider Jutahy Magalhões Junior prometeu colocar o partido em defesa do governador maranhense, embora o atual lider dos tucanos na Camara, Jose Anibal (SP), tenha recomendado uma posição do PSDB nacional mais em cima do muro em relação as questões localizadas.
O fato é que Jackson Lago tenta de todas as formas criar um ambiente no Maranhão nos mesmo moldes que foi criado em 2002 no Piauí. Francisco de Assis de Moraes Souza, o Mão Santa, governador do Estado teve o mandato cassado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por crime eleitoral em 2001.
O então senador Hugo Napoleão (PFL) assumiu o governo do Estado. Na época, Napoleão entrou com uma representação contra Mão Santa, que deu origem ao processo que levou a cassação do mandato. A partir daí, o governador cassado cristianizou-se. No poder, Hugo foi fragorosamente derrotado pelo o deputado federal do PT Wellington Dias. Mão Santa foi o senador mais votado no estado em 2002. Hugo Napoleão, que já foi à maior liderança do Piauí nos áureos tempos do PFL, hoje está no ostracismo da política, após uma rápida passagem pelo Palácio de Karnak.
Essa historia foi contada em versos e prosas nestes dois últimos dias por muitos aliados de Lago. Por outro lado, toda essa movimentação esta sendo acompanhada no para a passo pela base sarneista em Brasília. Sarney soube que o ministro Tarso Gero meteu o dedo em sua seara. O velho cacique não fala nada. No final desta tarde estava ele no plenário do Senado em conversa miúda com o senador Pedro Simon (PMDB-RG). Alguma coisa contra Genro ou contra o desejo de Lula no que diz respeito à próxima presidência da Casa?
Já na raia pequena teve o contraditório. Na quarta-feira, o deputado Gastão Viera (PMDB) foi à tribuna para denunciar a anunciada presença do porra-louca Bruno Maranhão, chefe do Movimento de Libertação dos Sem Terra, grupo dissidente do MST, para organizar um bardenaço em São Luis, informação antecipada pelo blog do Luis Cardoso. Zequinha Sarney (PV) também discursou seguido por Pedro Fernandes (PTB) .
Apesar da torcida organizada dos Sarney para que o TSE casse o diploma de Jackson no inicio do próximo ano, no entanto, a grande pergunta entre todos é quem disputaria pelo grupo numa possível eleição convocada pelo TRE para um curto mandato de apenas 20 meses. Os de musculaturas políticas mais arrojadas como Roseana e Lobão não desejam enfiar os pés nesse pântano.
A filha de Sarney já deixou claro que irá aproveitar o próximo ano para se submeter a uma cirurgia na cabeça. Já o ministro Lobão dar sinais de que prefere continuar a frente do Ministério de Minas e Energia para ajudar na implantação da refinaria que vai gerar renda e empregos em no Maranhão. A coisa vai, ao que parece, sobrar para João Alberto, Sarney Filho, Gastão Viera ou Mauro Fecury. Resta saber qual deles está disposto a ser o Hugo Napoleão do Maranhão.
A imprensa nem deu bolas
Se por um lado o governador Jacson Lago se esforça para tentar sobreviver politicamente a uma situação próxima a um quadro irreversível de perda de mandato, no entanto alguns de seus próceres se engalfinham em erros. A reunião “pró-jackson” organizada pelo deputado Domingos Dutra (PT), ocorrida no plenário 16 da Câmara, na ultima terça-feira, não atingiu o objetivo que todos esperavam.
A imprensa nem deu bolas I
Bem que Karina Duailibe, assessora do deputado Julião Amim (PDT), se esforçou ao máximo na mobilização da imprensa nacional, sem, no entanto, conseguir qualquer êxito. Esteve pessoalmente no comitê de imprensa das duas Casas na tentativa de convencer jornalistas a se interessar pelo fato. Ninguém se interessou.
A imprensa nem deu bolas II
No dia seguinte, o deputado Julião Amim optou pela presença urgente em Brasília do secretario de Comunicação do governo, Zeca Pinheiro. A idéia era a de contratar um veiculo de comunicação nacional para fazer uma matéria sobre o que eles chamam de golpe da família Sarney para tomar o mandato do atual governador. Coube ao próprio Pinheiro fazer o tal entendimento.
A imprensa nem deu bolas III
O articulista político Cláudio Humberto, que faz um programa na Band News e uma participação no rádio do mesmo grupo, e tem uma das colunas políticas mais lidas do país, chegou a ser consultado. Humberto se dispôs a fazer uma entrevista com o governador, desde que fosse ao vivo. Jackson não topou. Um dos mais conceituados colunista do país poderia perguntar sobre o seu envolvimento caso da operação navalha. Então era melhor deixar quieto.
Jackson retorna de Brasília
O governador Jacson Lago segue daqui a pouco para São Luis no vôo da TAM. Chega às 23 horas. Deixou claro aos seus principais assessores que não quer nada de movimento na sua chegada ao aeroporto. Aderson Lago reservou a cadeira do lado para mostrar novos métodos para sensibilizar a população e aproveitar para pedir ao governador e exclusão de pessoas que atrapalham a administração estadual, incluindo alguns pedetistas históricos.
Advogados na ilha
Dois advogados chegam a São Luis junto com o governador. No sábado, o advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, contratado pelo chamado campo majoritário do PT, liderado por José Dirceu, também vai desembarcar na ilha. Segundo fui informado, ele será hospede especial na Casa de São Marcos, mas retornará domingo a Brasília junto com Julião Amim.
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Leia os comentários:
Postado em 10/12/2008 13:14
anônimo por motivos de retaliações – 10/12/2008 14:32
Povo brasileiro, São Luís, dezembro de 2008
. O Maranhão sempre possuiu riquezas naturais deslumbrantes, riquezas estas que se colocadas à disposição do seu povo, traria grandes benefícios a cada família maranhense. Exemplo disso é que o Maranhão tem a maior plantação de coco babaçu do mundo, maior quantidade de água doce do Nordeste, melhor área para o plantio de arroz, o porto mais bem localizado da nação brasileira para importação e exportação de mercadorias para a África, Europa e Estados Unidos, o maior manguezal da nação brasileira, o pescado em grande abundância, excelentes pontos naturais próprios para o turismo, etc., tornando o Maranhão um celeiro de grandes riquezas. Todavia, olha-se para o povo maranhense nada disso é brilhante aos seus olhos, pois nada é usado em seu benefício. Na verdade, nota-se o angustiante cansaço estampado no rosto deste povo tão trabalhador, tão honesto, sem expectativa alguma de melhora, levando muitos pais a emigrarem para o sul do país ou Estados vizinhos em busca de recursos para sustentarem as suas famílias, às vezes, abandonando-as, deixando crianças e esposas na esperança de um dia rever o patriarca da família. Durante 40 anos o povo maranhense, que também pertence à nação brasileira, foi esquecida e levada ao pior IDH que se tem conhecimento na história do Brasil. Uma única família dominou e escravizou o povo, em época de plena democracia, usurpando tudo aquilo que poderia ser aproveitado em prol das famílias maranhenses. O Brasil não se incomodou quando, décadas atrás, houve a maior grilagem de terras já ocorrida na história deste país, fato acontecido no Estado do Maranhão, tirando toda a possibilidade de plantio dos trabalhadores rurais e de sobrevivência. Milhares de famílias foram à miséria, pois até o dia de hoje, muitas quebradeiras de coco babaçu são proibidas de entrar nas áreas fechadas para pegar o coco do chão e extrair as amêndoas para sustentar os seus filhos. Tive a oportunidade de conhecer todo o Nordeste do Brasil e outros Estados do país, e pude constatar a disparidade de IDH que existe entre o Maranhão e os demais. Durante 10 anos trabalhei na Bahia e Sergipe, exercendo a função de representante de medicamentos. No Maranhão, também, durante 10 anos trabalhei em praticamente todos os municípios, atuando na mesma área, visitando todos os hospitais, postos de saúde e pontos de vendas desses setores e, principalmente, conhecendo a realidade da saúde do povo maranhense, o que me capacita para relatar casos de manipulação, roubo, assassinato, desrespeito a este povo. Sempre colocava cestas básicas no carro para ajudar um necessitado na beira da estrada, no intuito de amenizar o seu sofrimento. Vi casos que, para muitos que estão fora do Estado, se contado, não me surpreende se não acreditarem: vi uma mãe na beira da estrada, com uma filha de 10 anos, levando-a para se prostituir em troca de 10 reais para alimentar a sua casa. Vi também, deslocando-me à outra cidade para visitar os médicos de plantão, um garoto de 11 anos às 13:00 debaixo de uma árvore acenando com a mão e, como de praxe, parei o carro e ele disse: moço, me dá um dinheiro, pois eu e meus irmãos estamos com muita fome e não temos nada o que comer. Eu perguntei: cadê seus irmãos? Ele me disse: estão em casa com a minha mãe. Ele recebeu uma cesta básica. Disse-me: obrigado, moço. Abraçou a cesta como um grande presente de Deus (e realmente o era) e chorou sentado de tanta alegria. Quando saí dali chorei de tamanha tristeza de ver que a realidade daquele garoto é semelhante à realidade de milhares que estão espalhados pelo Maranhão, fruto da herança de décadas de reinado deixado por uma única família que tornou o Maranhão um país independente do resto do Brasil. Continua…
…anônimo por motivos de retaliações – 10/12/2008 15:13
Vi faixas em hospitais de municípios com os dizeres: FECHADO POR QUESTÕES POLÍTICAS. Vi indústrias se afastarem (nem mesmo se instalarem) do Estado por motivo de suborno, da tão conhecida taxa dos 30%, adotada por Jorge Murad (esposo de Roseana). Vi patrimônios (Convento das Mercês) serem desviados do povo maranhense em nome da cultura e serem usados como salões de festas e demais outras práticas. Vi eleições serem vencidas com trocas de disquetes e compras de votos por décadas e décadas, e jornais apresentarem pesquisas inverídicas, apenas para justificar a falcatrua que estava por vir. Vi todos os principais meios de comunicação do Estado serem entregues nas mãos de um único poder, apenas com o intuito de manipular, omitir, roubar e destruir um povo. Vi órgãos públicos serem adotados oficialmente com nomes de pessoas vivas e que pertencem à mesma família, desonrando o patrimônio maranhense. Vi crianças, mulheres grávidas, pais, morrerem por falta de socorro médico devido à falta de verba que nunca chegara ao seu destino final. Vi médicos chorando por falta de recursos para exercer sua profissão com dignidade, honestidade e amor. Vi estradas fantasmas, verbas da SUDAM sumirem, prática de extorsão sendo exercidas. Mas nunca vi o poder público federal socorrer o povo maranhense contra as falcatruas da família Sarney. Nunca vi uma única ação do povo maranhense ser julgada e vencida contra a família Sarney em Brasília, afinal, este é o único povo que não possui senadores no Senado. Fomos esquecidos pelo Governo Federal, pelos principais veículos de comunicação do país (Sarney possui a concessão de todos). Fala-se em direitos humanos em toda a parte do mundo, mas esquece-se que o Maranhão está na situação de muitos países em estado de vergonha, miséria, escravidão, e pouquíssimos no Brasil se importam com esta colônia que pertence a Sarney. Elegemos por vontade própria o primeiro governador do Estado do Maranhão. A união dos conterrâneos de Imperatriz e redondeza com São Luís e demais, juntamente com a classe evangélica do Estado fez nascer uma nova esperança no coração do povo para sair da miséria e acompanhar o desenvolvimento do país. Foram 40 anos de muitos sofrimentos e muitas lutas em busca de dias melhores e, finalmente, após décadas de manipulações de eleições, realizou-se a primeira eleição limpa no Estado do Maranhão, sem a menor possibilidade de falcatruas. Em toda a minha vida, nunca vi um dia tão feliz para o povo maranhense quanto o dia do resultado das eleições. Finalmente, o povo fora justiçado da eleição anterior quando o resultado fora manipulado, devido aos sacos de dinheiro dados ao atual dep. Ricardo Murad na desistência de seus 5% (3º colocado no 1° turno na época e cunhado de Roseana), evitando o 2º turno das eleições. Todavia, o povo sabia que ainda haveria disputa pela tomada do poder atual dentro dos tribunais em Brasília, onde provas sem fundamento seriam apresentadas e aceitas, e as verídicas escondidas para justificar as ações acordadas entre as partes interessadas. O Brasil hoje contempla todos os tipos de articulações mentirosas e até mesmo ridículas de Sarney e o TSE para justificar ao país o que está selado nas negociatas. É vergonhoso, mas é real. É notório ao povo maranhense que os principais meios de comunicação do Estado (exceto o Jornal Pequeno) jogam informações enganosas ao país com o objetivo de colocar a opinião pública brasileira contra o governo eleito. É notória ao povo maranhense que as verdadeiras informações são barradas suas circulações pelo principal veículo jornalístico brasileiro por pertencer sua concessão a Sarney. Acredite, Brasil: você nunca irá saber realmente o que acontece dentro do Estado do Maranhão! É proibido por Sarney! Todos têm medo de Sarney: o legislativo, o judiciário e o executivo brasileiros têm medo de Sarney. O bobo da corte tem medo de Sarney. Os gigantes meios de comunicação têm medo de Sarney. Mas o povo maranhense não tem medo. Continuará lutando e, um dia, nesta nação brasileira, ouvir-se-á o clamor deste povo, onde os seus direitos serão respeitados, onde as famílias poderão sorrir novamente, onde todo cidadão maranhense colherá o fruto com o suor do seu trabalho, onde o olhar brilhante e seguro de um único maranhense representará a nossa livre pátria ao Brasil, com os dizeres: EU SOU CIDADÃO BRASILEIRO, EU SOU MARANHENSE!
Obs.: Povo brasileiro, faço-lhe um convite:
CONHEÇA O MARANHÃO!
VENHA PESSOALMENTE CONHECER A REALIDADE DO
POVO MARANHENSE!