Enquanto a Assembléia Legislativa, através de sua ampla maioria, aprova todas as matérias e age como deseja o Poder Executivo, contrariando inclusive o princípio democrático da independência entre os poderes, o Governo do Estado, ao que parece, mandou arquivar todos os pleitos do Legislativo Maranhense. Nos últimos meses, os deputados tiveram projetos vetados, o aumento nos valores das emendas parlamentares foi rejeitado e, agora, o governo fechou cofres, penalizando o que de melhor a Assembléia Legislativa vinha mostrando: suas ações através da mídia.

 

Em menos de oito meses, boa parte dos deputados teve seus projetos vetados por iniciativa do Poder Executivo. “Alguns que até coincidiam com os claros interesses do próprio governo”, reclama um deputado do PSDB, da base governamental. O líder do governo na Assembléia Legislativa, deputado Edivaldo Holanda teve diversas matérias rejeitadas e engoliu cobras, sapos e mosquitos para não se chocar com o governo que defende.

 

Durante duas semanas, cerca de 24 deputados da base governista, com a participação indireta de mais 14 deputados da bancada de oposição, criaram um movimento para aumentar os valores de suas emendas, que eram de R$ 1,5 milhão, para R$ 3 milhões. Ao tomar conhecimento das reivindicações dos parlamentares, o governo não quis conversa e mandou seus líderes abortarem o movimento.

 

Dias depois, os deputados voltaram a se reunir e decidiram, pelo voto, recuar do pedido de R$ 3 milhões. “Generoso”, o governo mandou aumentar de R$ 1,5 milhão para R$ 1,6 milhão as emendas parlamentares. “Foi uma humilhação, mas nada podemos fazer. Ninguém ousar enfrentar”, lembra um deputado do PDT, partido do governador.

 

Nos últimos meses, a Assembléia Legislativa passou a sentir na pele o desprestígio imposto pelo Executivo. As ações dos deputados ganharam visibilidade através de programas como “Assembléia em Ação”, levado ao ar por todas as emissoras de TV do Maranhão, “Assembléia em Foco”, retransmitido por quase todas as emissoras de rádios do Estado e veiculação na mídia impressa de quase todos os municípios.

 

A partir de julho, o governo trancou as torneiras, deixando, inclusive, de repassar os valores corretos a que tem direito a Assembléia Legislativa. Com isso, faltou recursos para que o poder possa prestar contas à sociedade de suas ações. A falta de apoio e reciprocidade do governo prejudicou sensivelmente a administração do deputado João Evangelista, considerada uma das melhores de todos os tempos.

 

Até o momento, as reações se limitam as conversas isoladas no plenário da Assembléia Legislativa, mas alguns deputados acreditam que o caldo vai engrossar após o período eleitoral. A ser verdade, a oração de Santo Antônio, “É dando que se recebe”, de ambas as partes, voltará a marcar as relações entre os dois poderes.


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